Boas pessoal,
como diz o DUCHENE... e já está. No meu caso foram menos 22 kms, mas a beleza do passeio foi igual.
Fiquei com amargo de boca, que vos irei dizer ao longo do meu relato. Estava combinado com um colega (apenas andei com ele 2 vezes), a saída, mas eu sabia à partida que iria ser muito duro para ele. Embora tenha apenas 22 anos e já tenha feito competição, quando adolescente, eu sabia que a forma dele para esta tirada era muito pouca. Assim e para me salvaguardar dei-lhe um print do mapa de altimetria para ver se o desanimava mas teve o resultado contrário.
Hora marcada e uns salpicos de chuva, lá arrancamos, ele animado e eu muito apreensivo. Até Entre-os-Rios tudo decorreu normalmente, mas a subida para Castelo de Paiva, as coisas já se começaram a revelar. Na subida seguinte, Castelo, Escamarão, Soutelo, então eu comecei a ponderar sériamente a continuação da odisseia. Perguntei ao meu amigo, o que queria fazer e ele muito senhor do que queria disse: "É para seguir..."
Finalmente chegamos ao início da 1ª grande subida. Logo à saída de Santiago de Piães, e com o aparecimento da 1ª rampa a sério, eu ia mais à frente e quando olhei para trás estava ele sentado no chão, a queixar-se de uma câimbra... aproveitei para ver a paisagem soberba sobre o Douro e arredores a tirar umas fotos. Lá se foi a arrastar pela serra acima, e com um andamento muito lento. A descida para Espiunca, foi feita a um ritmo muito grande, e assim depressa chegamos a esta aldeia.
Esta zona é lindissima, com o rio Paiva, a mostrar a razão porque é considerado um dos rios mais limpos da Europa. Mas bonito não é sinónimo de facilidade, e na verdade é uma zona que exige o minimo de preparação, e a prová-lo, foi o preço que o meu colega pagou na subida de Espiunca, Canelas, em direcção a Arouca. No meio do nada, com o rio Paiva a rir-se, deparei-me com uma situação que me preocupou muito. O meu colega totalmente esgotado, desanimadissimo, e sem viva alma pelas redondezas, a cerca de 70 kms de casa comecei a colocar a possibilidade de o rebocar, o que também não seria fácil, face à exigência do terreno. Finalmente chegamos à aldeia de Canelas. Paramos para comer qualquer coisa, e aproveitei mais uma vez para reparar nas casas de xisto reconstruídas, e na beleza da paisagem.
Aqui totalmente derrotado, ele telefonou ao pai que o viesse buscar a Arouca. Honestamente senti-me aliviado, por duas razões: 1ª porque o caso estava resolvido, e o sofrimento dele acabaria dali a uns 7 kms, e 2ª porque poderia impôr o meu ritmo.
Em Arouca o meu colega exigiu que eu não esperasse pelo pai dele, e assim eu lá fui impondo uma pedalada vigorosa, tentando recuperar o tempo perdido, mas já foi impossivel. Veio a serra da Abelheira, a qual eu subi com alguma facilidade e deste ponto até casa não teve história de maior. Já estão a ver a razão do meu amargo de boca?
Eu tirei algumas fotos, sendo que algumas não tem qualidade e outras uma tentativa de copiar ideias dos profissionais desta "casa". Aproveitem o que quiserem.
Distancia percorrida: 165 kms
Tempo: 7:35
Média: 22 kms/h
Acumulado: 2727
Incl. Média: 4%
Incl. Máx.: 13%
Tempo parado: sei lá!!!. Para aí 3 horas...
Duchene...
Ainda bem que gostaste da N224. É um prazer andar em estradas assim, e naquela zona. Homem da marreta???? Ele esteve mesmo ali a 2 metros de mim, e deu cá uma marretado no meu colega que o arrumou e de que maneira. Ele estava enfurecido!!!
Passei pela ponte de Espiunca. e fiquei muito agradado com a paisagem. O trajecto que fizemos da N222 até Arouca foi
este. Foi o mesmo que tu?
Uma ideia da paisagem...
Eu...
A minha amante
O cristo do dia... (tive pena dele)
Um vislumbre do paraíso.
O desanimo bem estampado. Fim do martírio...
O rio Paiva
Aldeias serranas
Para quem conhece sabe o que significa