O regresso à estrada
Janeiro de 2015 – Domingo, 3 – 62kms
Cá estou de regresso aos relatos das minhas voltas, depois da ultima aventura por terras de Cinfães, entrei num repouso quase absoluto no que ás voltas de estrada diz respeito, repouso este interrompido por uma volta a solo sem grande história e outra volta onde a meio apanhei o Lyp e aproveitei a boleia até casa.
Épocas festivas passadas, bom tempo, bicicleta na estrada.
Aproveitei o facto de estar com o meu habitual companheiro de aventuras na sexta-feira e falei em ir dar uma volta no fim-de-semana dado que as previsões eram de bom tempo, resposta dele afirmativa.
Domingo de manhã, frio, bastante frio, cerca de um a dois graus no máximo de temperatura, equipamento de inverno vestido, eram cerca das 8H45 da manhã e saía para a estrada. Primeiras pedaladas, o corpo parecia não querer responder, o frio era mais que muito e as pedaladas eram um pouco penosas.
Pelo caminho, os carros completamente brancos, a beira da estrada gelada, os campos também cobertos com um manto branco, mostravam bem que o frio era intenso. Uma neblina tipo nevoeiro no ar misturada com os primeiros raios de sol, davam um ar misterioso ao dia.
Chego à estrada nacional 12, começo a descer para o Freixo, cerca de 9Kms de descida, bastante penosa devido ao frio que se fazia sentir, foi deixar a bicicleta andar e rapidamente cheguei ao ponto de encontro com o meu companheiro.
Enquanto esperava por ele, passaram uns quantos companheiros de estrada com as suas maquinas de BTT ou de corrida, em ambos os sentidos, todos eles também com cara de muito frio
Depois de estar ali à espera uns dois minutos, chega o meu companheiro e avançamos para a nossa volta, seguimos a estrada nacional 108 até à Barragem de Crestuma. Durante o caminho fomos colocando a conversa em dia, havia pouco ou quase nenhum transito e dava para ir pouco mais descontraído a falar e assim esquecer o frio.
Nestas condições, tentar manusear a máquina fotográfica é uma aventura, mas sempre que me lembrei lá ia dando um clique.
Chegamos à barragem de Crestuma, um nevoeiro denso abateu-se sobre a estrada e assim ficou até perto da Marina onde o nevoeiro desapareceu e deu lugar ao Sol. Felizmente que a partir daqui começavam as subidas, que não sendo nada de extraordinário, ia dar para aquecer um pouco.
Primeira subida ultrapassada, segue-se uns metros de plano e entra-se numa descida, descida esta que não custou tanto dado que estávamos com o corpo quente.
Nova subida se aproximava, ritmo lento e lá fomos subida acima, deu para ficar quentinho.
Viragem para o Salto, nova subida e lá fomos, a estrada de ano para ano nesta zona vai ficando cada vez mais degradada, o alcatrão já acusa os anos e o desgaste dos carros e camiões que por ali vão passando aos dias de semana. Nesta subida, quando é feita no sentido contrário, e estando o céu limpo, o horizonte sem qualquer neblina, consegue-se ver perfeitamente o contorno da Serra da Freita e todas as eólicas naquela linha do horizonte, diga-se que é uma visão que me trás algumas boas recordações.
No final desta subida encontro o grupo do Porto Cycling Team parado e em amena cavaqueira, meia volta na estrada e lá fui cumprimentar o pessoal. Estava tudo com cara de frio
mas vontade era o que mais havia e até já se falava em altos desafios ciclísticos.
Apresentações e dois dedos de conversa, deixei-os e uns metros à frente fizemos uma paragem técnica no café para repor energias.
Estava-se bem no café, quentinho, mas era hora de voltar à estrada, sair e apanhar com aquele frio, bem custou a bem custar e ainda por cima era quase sempre a descer até à subida para a Sra do Salto, bem a descida com aquele frio que se entranhava por tudo quanto era sitio, custou a bem custar e acho que nunca desejei que uma descida acabasse tão rapidamente.
Finalmente cá em baixo, e ia ser sempre a subir, nada de complicado, mas ia dar para aquecer novamente.
Lá fomos subindo, aos poucos o corpo foi aquecendo e chegamos ao final da subida bem quentinhos e prontos para enfrentar nova descida, esta bem mais agradável e praticamente não se sentiu o frio. Felizmente a partir daqui o sol fez-nos sempre companhia e a temperatura foi subindo aos poucos deixando de nos sentir-mos desconfortáveis.
Rapidamente chegamos a Recarei, viragem para o Porto, mais umas ligeiras subiditas, chegamos à Zona Industrial e decidimos ir explorar um trajeto novo pela zona industrial que nos viria trazer uns metros à frente da rotunda de Campo, trajeto este que está aprovado devido a não ter qualquer tipo de trânsito, tirando as pessoas que moram ali nas redondezas.
Novamente na estrada nacional 15 e, por sugestão do meu companheiro, decidimos fugir ao habitual trajeto da N15 (Campo-Alto da Serra) e vir por dentro de Valongo onde foi tirada a ultima foto do dia, assim sendo cortamos para a estação de Valongo e seguimos por essa estrada até praticamente ao supermercado E.Leclerc, cortamos à direita e viemos novamente por dentro até vir à Avenida dos Descobrimentos, subidinha curta mas durinha até à rotunda da N15 no Alto da Serra.
Daí a volta praticamente estava terminada, foi descer até chegar a casa.
E pronto, a manhã fria de domingo foi passada assim, espero que gostem.