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As minhas voltas

Paulo V.

New Member
No manto de nevoeiro à descoberta de Brufe

Julho de 2014 – 5 de Julho – 110Kms


Sábado foi dia da terceira aventura do ano, aventura esta com algumas peripécias e alguns contratempos que não estavam nos planos, mas acabou por correr tudo da melhor forma de princípio a fim.
Este passeio teve o desafio dos meus dois companheiros de aventura, dado que na última incursão por terras de Arouca, o desafio foi lançado para se partir à descoberta do Geres.
Como o meu conhecimento do Geres é o centro e a estrada que segue para a Portela do Homem, debrucei-me aqui no fórum a ler relatos dos que por que lá passaram (principalmente o duchene) e logo aí fiquei com três pontos de interesse para traçar um percurso, que não sendo de muita dificuldade, nos levaria aos pontos chave do Geres – a fantástica estrada de Brufe, a Barragem de Vilarinho das Furnas e por fim a Calcedónia.
Não havia muito a inventar, a partida seria feita de Braga, seguindo por Terras de Bouro, Barragem de Vilarinho das Furnas, Calcedónia, centro do Geres e regresso pela N308 até Braga novamente.
Sexta-feira à noite, venho ver a meteorologia, previsões de chuva só para o distrito de Braga, torci o nariz e liguei aos meus companheiros de viagem a ver como era e a resposta foi afirmativa, era para ir… fiquei reticente dado que não ando de bicicleta à chuva nem saio para a estrada quando a meteorologia assim o diz.
Sábado de manhã, tempo encoberto, arrancamos de carro até Braga, o céu manteve-se sempre encoberto, ameaços constantes de chuva, mas apenas e só. Chegamos a Braga, somos brindados com a bela da chuva em forma de recepção, ficamos apreensivos e aguardamos uns 20 minutos, chuva passou e decidimos arrancar.
Assim sendo, eram 8H30 e estávamos na estrada para as primeiras pedaladas, primeira rotunda passada, algumas brigadas da polícia nas rotundas e achei estranho, estranheza essa que nos viria a ter alguns contratempos no regresso.

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Seguimos pela M591-1, estrada mais ou menos em bom estado, sem carros. Alguns quilómetros à frente apanhamos a N205-4 e a partir daí era seguir até ao Geres.

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Uma paragem na ponte que atravessa o Rio Cavado para uma foto.

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Depois de passarmos por Ferreiros, apanhamos a N308 que nos ia levar ao Geres até Terras de Bouro.

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A N308 é uma estrada que está em bom estado, tem uma ou duas secções de pavé, mas nada de especial, pode-se considerar um autêntico tapete.
Fomos apreciando a envolvência que a estrada nos proporcionava e aos poucos a paisagem começou a mudar para a montanha e começamos a entrar dentro do parque do Geres. Destaco aqui a imensa publicidade que se via ao evento do grandfondo do Geres.
Aproximavam-se as dez horas e como tal decidiu-se fazer uma paragem para um café comer alguma coisa. Uma breve conversa com o dono do café que nos falou de alguns locais de interesse para se ver ali por aquelas zonas e nos perguntou qual o nosso destino, acenou afirmativamente que era um bom passeio.

Após o café, retomamos a estrada, estávamos já muito perto de Terras de Bouro e aqui começava o objectivo do passeio, conhecer a subida que nos ia levar à estrada de Brufe e consequente Barragem.
O GPS indicava viragem à esquerda, ponte sobre o Rio Homem atravessada e estávamos na subida, já me ensinaram que sempre que se atravessa uma ponte, significa subida e logo este ensinamento não poderia estar mais certo.

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O estado do tempo lá para cima não apresentava a melhor cara, muitas nuvens negras, muito nevoeiro, ameaços de chuva fizeram antever o pior quando chegássemos lá, estava também algum frio (quem diz que estamos no Verão, deve estar maluquinho das ideias!!!!).
Subida iniciada, se os primeiros metros são algo complicados, depois é uma subida bem agradável de se fazer, não é muito complicada, faz-se sem grande esforço, o gráfico é um pouco enganador, dado que a subida se vai fazendo um pouco por patamares, pode-se dizer que complicado será mesmo aqueles dois ou três quilómetros finais dado que a estrada inclina mais um pouco.

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A subida é acompanhada por bastante vegetação nas bermas, principalmente árvores, o que torna ainda a subida mais interessante, porque a espaços parece que vamos passando por tuneis formados pelo arvoredo. Vê-se algumas casas espaçadas, mas a predominância é o agreste da serra e algumas terras de cultivo.

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À medida que fomos subindo o nevoeiro adensava, por vezes parecia que estávamos dentro de um copo de leite, do pouco que se conseguia ver a paisagem prometia, mas o nevoeiro era denso e logo se ficava sem visibilidade.

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Já perto do final fizemos uma paragem para vestir os agasalhos, estava bastante frio, cerca de 12 graus e para nosso mal começava a chuviscar. Felizmente não passou de uns ameaços e nem deu para molhar.

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Já perto do final da subida, indicações do restaurante “O Abocanhado” e eu ainda pensei que não era má ideia ir petiscar uma carne da região, dado que vimos alguns espécimes com cornos a pastar naquelas encostas.

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Continuamos a pedalar por entre o nevoeiro e depois uns metros em descida entramos na estrada de Brufe. Felizmente aqui o nevoeiro deu tréguas e conseguíamos ter visibilidade suficiente para ver a grandiosidade daquilo que estava perante os nossos olhos.

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Cenário magnifico, conseguia-se ver o recorte da estrada pela serra e conseguia-se ver a Barragem de Vilarinho das Furnas ao longe. Magnifico, mesmo com nevoeiro, foi das melhores paisagens destes passeios que tenho feito. A estrada de Brufe, está no meu top das estradas mais fantásticas. Recomendo a todos que não deixem de a visitar, mesmo que seja de carro.

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Fomos descendo até à Barragem, mas era impossível não parar nos diversos espaços abertos que a estrada de Brufe permite que se veja, por isso a descida demorou bastante tempo a ser feita, a única coisa que eu fico com pena é de não estar um dia de sol para ver ainda melhor.

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Descida feita e tínhamos chegado a outro objectivo, a barragem de Vilarinho da Furnas, o que dizer, espelho de água é imenso, e quem gostar de observar barragens, esta permite ver muita coisa. Claro que nós perdemos mais uns largos minutos a comtemplar a estrutura e a beleza do local.

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Hora de deixar a barragem, e com isso veio a chuva, se até ali tinham sido ameaços e nem chegou para molhar, à saída da Barragem veio chuva da grossa e constante, não podíamos evitar e levamos com ela durante alguns quilómetros até chegarmos a este ponto de abrigo.

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Seguimos em direcção à Calcedónia, estávamos em altitude e sabia que tínhamos parte da subida para fazer até ao topo da Calcedónia para depois descer para o centro do Geres. Mais uma vez, o GPS manda virar e entramos na subida. A estrada é algo mazinha com o alcatrão bastante irregular, tem uma inclinação interessante, mais uma vez o nevoeiro não deixava ver mais que alguns metros e paisagem pouco ou nada se viu, apenas pedras e mais pedras amontoadas e algumas delas bem grandes e que nos deixavam a pensar como é que foram lá parar.

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Paulo V.

New Member
Chegamos ao topo da Calcedónia e como era já era de almoço, encontramos lá uma mesa em pedra com respectivos bancos e decidimos acampar ali para o almoço com as coisas que tínhamos levado.

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Findo o almoço, hora de retomar a estrada e descer até ao Geres. Felizmente o nevoeiro tinha dado algumas tréguas e quando se começa a descer a Calcedónia temos uma vista fantástica sobre a estrada serpenteante montanha abaixo e uma visão geral sobre o Gerês.

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Nova paragem e mais uns minutos a comtemplar a paisagem que tínhamos diante de nós, sublime.

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Retomamos a descida, com alguns cuidados, sempre que possível o olhar estava focado na paisagem que se via enquanto foi possível.
Findo esses quilómetros de descida, paragem no centro do Geres para tomar um café que ia ajudar na digestão do almoço. Desde a Barragem de Vilarinho das Furnas, era a primeira vez que estávamos novamente na civilização, todo o trajecto até ali tinha sido praticamente um despovoado de raça humana, tirando um café e um parque de campismo, eramos nós, a estrada e a serra.

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Estava na altura de retomar a estrada e deixar o Geres, descemos até ás pontes, aqui foi tirada a ultima foto do dia.

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Saímos do Geres e seguimos pela N308, nenhum de nós conhecia esta estrada, estrada em excelente piso, sem grande movimento de carros, muito boa para rolar, apenas tem uma ligeira subida à saída do Geres, temos sempre uma visão para o rio Cavado à nossa esquerda e é só rolar em direcção a Braga.
Já muito perto de Braga, começam as peripécias, tinha traçado a rota de vinda pelo mesmo sitio do inicio, a M591-1 para vir ao carro. Chegados lá, um aparato policial, umas barreiras, transito impedido e somos informados que a estrada estava cortada, havia um rali na zona.
Conversa com um transeunte, lá perguntamos qual a melhor maneira de ir apanhar aquela estrada por outra via, lá nos explicou que uns quilómetros à frente (2 para ser mais preciso) havia uma viragem à esquerda. Fizemo-nos à estrada e logo após a nossa amiga chuva decidiu fazer a sua aparição final, chuva intensa que nos molhou até aos ossos.
Andamos os tais dois quilómetros e estrada à esquerda nem vê-la, decidimos perguntar novamente e afinal a dita estrada ainda ficava cerca quatro quilómetros de onde estávamos, seguimos viagem, a chuva deu tréguas.
Encontramos a dita estrada à esquerda, viramos e chuva novamente, parecia que estava a vir um diluvio daqueles, seguimos até umas árvores e lá nos abrigamos, passou um pouco de seguimos mais uns metros até uma abertura para uma garagem que estava numa casa.
Novamente mais uma carga de água valente, perguntamos novamente se era aquela estrada que nos ia levar ao destino e confirmaram, mas novamente as medidas daquela gente devem estar todas alteradas, indicam dois quilómetros, na realidade são sempre pelo menos uns quatro.
Resumindo, a chuva e o rali estragaram aquilo que seria perfeito até ao final, muito provavelmente se não houvesse estrada cortada teríamos chegado ao carro sem apanhar chuva, dado que chovia copiosamente aqui e alguns metros à frente não tinha caído uma única pinga.
Após estas peripécias que nos fizeram perder mais de uma hora, chegamos ao local de partida, satisfeitos por tudo ter corrido da melhor forma e termos ficado a conhecer mais um pouco do Geres, com pena por causa das condições climatéricas, mas com vontade de repetir o percurso para se ver a paisagem sem nevoeiro.

DADOS DO PERCURSO:

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ROTA: Braga – Ferreiros – Caldelas – Terras de Bouro – Brufe – Barragem Vilarinho das Furnas – Calcedónia – Geres– N308 – Braga

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Quilómetros: 110 Kms
Altimetria: 1842 Ac+


Notas finais: Não tenho duvidas que voltarei a repetir este percurso, o nevoeiro aliado a espaços com mau tempo e fraca visibilidade impediram de ver melhor o trajecto de Brufe, trajecto esse excelente e sem dúvida o melhor do dia.
Durante as próximas semanas não vai haver passeios, sendo que o próximo já está a ser planeado.
Espero que gostem, façam os vossos comentários e acima de tudo sempre que façam algo do género disfrutem deste prazer que é andar de bicicleta sem pressas e sem correrias.
Peço também compreensão pelas poucas fotos e qualidade das mesmas, mas devido ás condições meteorológicas foi as melhores que consegui aproveitar para colocar aqui já com alguns retoques.
Espero que através da minha escrita vós leitores consigam reviver algumas das minhas sensações ao longo deste dia.
 
Parabéns pela volta e pela maneira que contas as mesmas que fazes!É um prazer imenso seguir este tópico!Que venham mais aventuras!;)
 

Zeni7

Active Member
Bela volta e relato. Felizmente já conheço todos os locais onde passaste é realmente do melhor que há para pedalar. Para não ficares triste digo que na Calcedónia tive ainda mais azar do que tu, estava tanto nevoeiro que só agora, ao ver as tuas fotos, percebi que aquilo tinha vista.

Parabéns e continuação de boas voltas.
 
Muito bem Paulo, obrigado pela partilha!

Da próxima e pra não repetir vais de Vila Verde/Ponte da barca/Entre ambos os rios/Brufe/Vilarinho das furnas e São Bento da Porta Aberta!
 

duchene

Well-Known Member
Mais uma excelente passeata! Cada tiro, cada melro!

O Gerês está aqui tão à mão e tem uma beleza tão ímpar para descobrir com calma como fizeste, que me faz alguma confusão ver toda a gente a correr para lá só por alturas do granfondo...

Tiveste azar com o tempo na Calcedónia, mas o sítio é temperamental.
A primeira vez que lá passei há uns anos estava igual e, por isso, não pude deixar de repetir há algumas semanas, dessa feita com tempo perfeito para apreciar a magnífica panorâmica. Por isso certamente que voltarás ao Gerês para a "desforra"!.

E já agora, Brufe é só um aperitivo. Germil esconde um tesouro bem mais interessante, que poderás descobrir e combinar com outras variantes incluindo, como disse e bem o Daniel, o SBdPA.

Continuação de boas pedalas e continua a ser criativo na hora de rabiscar o mapa! :cool:
 

paradawt

Moderador
Só foi pena a metereologia que não te permitiu captar com a qualidade desejada as fotografias. O nevoeiro e tempo nublado confere às imagens uma cor escura e acabou por não espelhar a beleza dos locais.

No trajecto que fizeste não teria escolhido sair de Braga. Vieira do Minho não teria sido má opção e menos complicada em termos de regresso. Considero a cidade de Braga algo confusa.

Muito bom relato, sempre à altura!
 

Paulo V.

New Member
Obrigado a todos pelos comentários :)

@Daniel
Obrigado pela sugestão, vou ter atenção a ela quando voltar novamente para aqueles lados.

@duchene
Os tiros têm de ser certeiros, quando se parte num passeio há partida tenho de ter algum conhecimento que aquilo que vou ver tem qualidade :)
Essa confusão que falas a mim também me faz muita, além de ver montes de gente a correr para esses eventos, é da forma como a grande maioria o faz, não conhece a zona e vai para lá como se não houvesse amanhã... se se conhece ainda estou como o outro, é para dar o litro.
Por isso, os meus passeios ou voltas pelo desconhecido é para parar, apreciar e voltar a parar e tirar umas fotos e a coisa que menos interessa é a media, quanto mais baixa for melhor.
Tive azar com o tempo, mas a desforra vai surgir, tal como fizeste nesta ultima vez, foi aliás esta tua ultima volta que serviu de mote para o sarrabisco da volta que tracei. Se me recomendas Germil, e ainda não fui procurar isso no mapa, deduzo que tenha algum aperitivo doce lá pelo meio :D, mas entre a tua recomendação e a do Daniel algo deverá surgir para uma proxima.

@paradawt
Braga não é confuso, entra-se e sai-se com alguma facilidade, o que foi confuso e alterou o programa todo foi as ruas cortadas por causa do rali nos ultimos 7 kms da volta, não fosse isso e não havia stresses com o trajecto.
 

paradawt

Moderador
Temos que respeitar quem gosta dos "Granfondo"... Eu também lá fui para experimentar e não conhecia a zona de bicicleta. Abriu o apetite para desenhar algo por lá e com o conhecimento que obtive dessa experiência acredito que vou conseguir tirar melhor partido do desenho que irei realizar...
 

Paulo V.

New Member
Equação: Marão + Alvão = Subida + Descida + Paisagem fantástica

Julho de 2014 – 26 de Julho – 104Kms


Sábado foi dia da quarta aventura do ano.
A ideia deste passeio nasceu uns dias antes quando um dos meus companheiros de aventura disse que durante a semana ia dar um passeio até Mondim e subir a Sra. Da Graça. Conversa para aqui, conversa para acolá lá o demovi da ideia de ir a meio da semana e aguardar pelo fim de semana que eu ia arranjar uma alternativa à ideia inicial, ideia mais interessante paisagisticamente e fugir de ir e vir pelo mesmo caminho e também conhecer estradas novas. Também sou franco, a subida à Sra da Graça já me fascinou e motivou mais do que actualmente, talvez por a ter subido já varias vezes por isso é mais uma subida que está ali do que propriamente partir à procura de algo que não se conhece.
Com a ideia de Mondim de Bastos no mapa, tratava então de arranjar um percurso que passasse por ali, sabia que os meus acompanhantes queriam sair de Amarante, logo a ideia inicial seria subir o Marão, passar pela Campeã, Alvão, Mondim e regresso a Amarante.
No papel digital pareceu-me interessante, também ia revisitar a subida ao Marão que já desde o final da década de 90 não passava por lá e a partir do Alto de Espinho era território desconhecido até Mondim . Sexta-feira apresento percurso, todos ficaram satisfeitos e concordou-se que era isso que se ia fazer.
Sexta á noite, liga-me o Carlos, apareceu um impedimento de ultima hora e já não podia alinhar, perguntou-me se eu ia, claro que sim, com ou sem companhia eu vou. Entretanto o meu outro acompanhante confirma a ida e ficamos de nos encontrar em Amarante.
Sábado de manhã, viagem de carro pela estrada nacional até Amarante, a estrada nacional está em excelente condições com piso renovado e por isso praticamente cheguei ao mesmo tempo que o Manuel que tinha ido pela auto-estrada, tirar as coisas do carro, preparar bicicletas e eram 8H20 estávamos de saída.

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Logo à saída de Amarante há uma subida que nos deixou a transpirar e bem, praticamente custou mais essa subida que o resto todo da volta, subir sem praticamente ter andado, custa e de que maneira. Muito transito também em Amarante, achei anormal para um sábado, mas nada de alarmante aconteceu, seguimos o nosso caminho.
Lentamente fomos deixando Amarante para trás, varias placas na estrada com indicações das estradas para Mesão Frio e Régua, mas esse não era o destino, o destino era em frente.

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À medida que nos fomos afastando de Amarante o trânsito diminuiu drasticamente, e uns quilómetros à frente começamos a entrar no sopé da Serra do Marão.
A partir daqui o trânsito desapareceu, estávamos no sossego completo e absoluto, à medida que fomos subindo a serra começamos a ver recortes para as estradas e pontes que vão dar ao futuro túnel do Marão. Como as obras estão paradas há vários meses, parece por momentos que estamos perante ruinas ou destroços de alguma coisa que por ali existiu.

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Continuamos lentamente subida acima, boa estrada, tirando uma ou outra parte mais degradada pelo passar do tempo, mas no geral bom piso para a prática ciclística.
A subida mantinha-se sempre nos 4 a 5 por cento de inclinação, faz-se bem, é o tipo de subida que me agrada bastante, paisagem excelente.

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Chegamos então ao corte para o futuro túnel e decidimos ir ver como as coisas estavam, aproveitamos também esta paragem para dar alimento ao corpo e uns minutos depois estávamos novamente em andamento.

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Ao longe já se via a estalagem a e estrada que serpenteia serra acima, aqui começou a vir um vento forte de frente que incomodava um pouco à progressão da bicicleta. Curva à esquerda, vento pelas costas e foi seguir até á estalagem e tirar a foto da praxe.

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Continuamos até ao Alto de Espinho, vi a estrada que vai para a Sra da Serra e lembrei-me aqui de alguns aventureiros do fórum que por lá já passaram. Falando do alto do Marão sinceramente se nas outras montanhas o topo presenteia-nos sempre com vistas magnificas, o Marão não, não tem nada que se veja, não existe nada por isso nada melhor que o registo do GPS no local, 30Kms percorridos, 1000m de AC+

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Rumamos mais abaixo até à Boavista, foto da praxe e paragem no café ali da zona para tomar um café e falar com alguns moradores.
Bicicletas deve ser coisa rara para aquelas paragens, dado que quando dizíamos que vínhamos de Amarante o espanto era generalizado e olhavam para as bicicletas como se fosse algum tipo de nave espacial ou coisa vinda de um futuro distante que nos fizesse levitar ou transportar por alguma via aérea.

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Café tomado, seguimos montanha abaixo até ao desvio para a Campeã.

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A partir daqui estava em terreno desconhecido, a estrada é excelente, muito verde de ambos os lados da estrada com pequenos campos agrícolas, ao fundo a paisagem é constituída por algumas centenas de eólicas.
A estrada vai subindo ligeiramente, somos cumprimentados praticamente por todos os moradores que estão nas casas e que nos vêm passar e de vez em quando lá vem um “Força Campeões”, provavelmente sintomas de verem o Tour na televisão ou alguma noticia sobre a Volta a Portugal que começa esta semana.
Quem sofrer de sede, bicas de água é coisa que não falta para estes lados desde que se entra no inicio da Serra do Marão e nós bem íamos precisar mais para a frente.

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Subida do Velão finalizada, o calor por esta altura começava a fazer sentir-se e eu já começava a prever que mais lá para a frente íamos sofrer um pouco. Acaba a subida e abre-se um novo mundo, aquilo que a natureza nos dá é indescritível, a paisagem é de tal enormidade que é impossível ficar indiferente, a melhor forma de o descrever será algo em torno de um orgasmo visual tal é a palete de cores de vegetação, rocha, o céu o infinito até onde a vista alcança.

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Se há umas semanas atrás o nevoeiro tinha estragado tudo, desta vez não, via-se tudo na perfeição, via-se os milhares de metros que a estrada percorria o parque natural do Alvão, muitos, muitos e muitos metros de descida.

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A descida foi feita lentamente, varias paragens, aquilo que está diante de nós merece que seja visto com calma, ao fundo o Monte Farinha fazia a sua aparição, continua a ver-se a estrada montanha abaixo, carros nem um para amostra, resumindo é aproveitar a conjugação de estrada fantástica com descida.

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Paulo V.

New Member
Depois de algumas paragens, aproveitar para deixar andar e com facilidade atingem-se velocidades de mais de 80Km/h, foi continuar a rolar até Ermelo onde estava prevista mais uma paragem para almoço. Aproveitamos o parque com as mesas e lá almoçamos com o que tínhamos levado, o calor por esta hora já era bastante e mais parecia que estavamos numa sauna.

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Findo o almoço retomamos a estrada em direcção a Mondim, ainda se viam resquícios do grande incêndio que houve nesta zona no ano anterior, a temperatura fazia das suas e eu tinha a indicação de 38 e 39 graus no GPS.

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Até Mondim foi sofrer um pouco com o calor, tirando uma ou outra parte de algumas centenas de metros em ligeira ascensão é sempre a descer, muito perto de Mondim o Monte farinha faz a sua aparição imponente e o convite para subir, mas não desta vez.

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Chegamos a Mondim fomos a um café para refrescar, estivemos largos minutos a aproveitar a sombra e quando nos sentimos frescos o suficiente decidimos fazer-nos à estrada para fazer o regresso a Amarante.
O mostrador do GPS continuava a marcar 37 graus, calor muito calor e nem uma brisa corria, aqui por esta altura desejei ter os refrescantes 11 a 12 graus que apanhei no Geres, e que bem ia saber.
Para vir embora de Mondim de Bastos eu tinha marcado o percurso pela antiga estrada nacional, estrada essa que eu conheço muito bem e que nada tem a ver com a seca que a nova variante dá a quem por lá passa por desconhecer a alternativa e que infelizmente está catalogada com o mesmo nome de N210. O meu companheiro de viagem disse-me que podíamos apanhar a ciclovia em Mondim, dado que ele já a tinha feito há uns meses atrás e decidimos vir por lá, em bom momento o fizemos dado que é a melhor forma de entrar ou sair ali da zona sem complicações com transito.

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Saída de Mondim, apanhamos a estrada que nos ia levar à ciclovia, foto da praxe na antiga estação, e entramos na pista.

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Felizmente que a partir do momento em que entramos na ciclovia o calor diminuiu um pouco, e apanhamos varias partes do percurso em que tínhamos sombra ou os montes recortados e que serviam de abrigo fresco.
O trajecto pela ciclovia é excelente, é uma viagem muito bonita, temos excelente paisagem de ambos os lados e eu lembrei-me muitas vezes das pessoas sortudas que em tempos faziam aquela viagem de comboio.

Em algumas partes da ciclovia a paisagem merecia instantâneos para a posteridade, e assim foi, breves paragens de alguns segundos para comtemplar.

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Uns quilómetros á frente entramos numa zona despavimentada, mais parece sterrato, é uma sensação estranha andar ali com uma bicicleta de estrada, mas depois de se estranhar rapidamente nos habituamos e consegue-se manter um bom andamento.

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Estávamos a cerca de uns sete quilómetros de Amarante, mesmo com alguma diminuição do calor, a água que tínhamos nos bidons mais parecia sopa e já estávamos desejosos por água fresca. Num daqueles apeadeiros, tinha lá um quarto de banho com torneiras e olhem, foi a loucura total, nunca um bidon de água soube tão bem, praticamente ensopamo-nos em água, tanto por fora como por dentro, foi beber até não caber mais.
Para terem uma ideia do calor, eu despejei água abundantemente por mim abaixo, montei na bicicleta e uns dois a três minutos depois estava completamente seco.
Já muito perto de Amarante, vi uma destas placas, decidi esperar pelo dito a ver se me levava até á estação…. Mas foi esperar em vão, não apareceu nenhum, por isso tivemos de vir a pedalar até ao destino.

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Chegamos ao local dos carros cerca de umas sete horas depois de lá termos saído, satisfeitos por tudo ter corrido bem e com alma cheia pela magnifica paisagem do Alvão, o impeno era algum mais pelo imenso calor do que pela dificuldade do percurso.


DADOS DO PERCURSO:
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ROTA: Amarante – Marão – Alto de Espinho – Campeã – Alvão – Mondim de Bastos – Ecopista do Tamega – Amarante
Rota original, para ver o percurso da ciclovia consultar: http://www.ciclovia.pt/ciclovias/1norte/2braga/ltamega/ltamega.php


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Quilómetros: 104 Kms
Altimetria: 1587 Ac+


Notas finais: o desafio que ficou desta volta é fazer o Alvão em sentido contrário, é sem duvida uma subida que convida a fazer.
Outra nota para a ciclovia, sem duvida que é um excelente aproveitamento das antigas linhas do comboio, apenas vejo como parte negativa as barreiras que existem para nos fazerem abrandar, aquele tipo de barreiras não faz muito sentido, penso que a solução de três ou quatro pinos no chão seria melhor, aliás como existe em algumas partes.
Em alguns troços da ciclovia existem algumas partes que parece que foram abandonadas, parece que não é feitio nenhum tipo de manutenção, o que é pena. Também a degradação de alguns apeadeiros, que além de parecerem vandalizados, para o efeito que a ciclovia tem merecia que estivessem arranjados.
Mais um relato de aventura terminado, espero que tenha conseguido passar todas as emoções e sensações vividas ao longo do dia.
 
Mais uma grande aventura toda ela muito bem passada pelo texto e imagens de paisagens fantásticas que deixam qualquer um de "água na boca"!
Parabéns e que se siga uma nova aventura pois é um prazer seguir cada aventura sua!:cool:
 

Pinho_Helis

New Member
Obrigado por partilhar mais uma grande volta! Gostei muito de ler e acompanhar o percurso.
Na Ecopista do Dão também colocaram lombas muito curtas e juntas (um amigo meu chama-lhes "policias deitados" eheh) para fazer abrandar os ciclistas quando se chega a um cruzamento... É irritante até dizer chega...
 
Muito bem Paulo!

A descida desde o Alto do Velão é excelente, dá gosto mesmo! Por um lado ainda bem que houve um incêncio porque assim do topo conseguimos ver o serpentear da estrada.

Cumps
 

duchene

Well-Known Member
Jorge
Parabéns: Fico contente que estejas a conseguir dar asas, ou pedais, às tuas ideias. Mais uma volta bem rabiscada, concretizada e documentada.

Como introdução ao Marão e Alvão a rota que escolheste é óptima porque não tem dificuldades de maior e permite apreciar devidamente a fantástica envolvente. Além do mais, a meia hora de carro do Porto, não há desculpas para deixar de conhecer uma das maiores elevações de Portugal.

A subida completa do Velão é um excelente objectivo para te debruçares um dia destes, antes de te virares às pouco macias e pouco amigáveis subidas alternativas por Campanhó e Paço.

Esta já está, venha a próxima!
 

Paulo V.

New Member
Obrigado a todos mais uma vez pelos comentários.

André, dar aos pedais ás ideias tem sido sempre que posso e até ver não tem sido nada mau, dos sitios que tencionava ir este ano, só estão a faltar dois.

Como dizes e bem, a deslocação a Amarante de carro é feita rapidamente e permite conhecer aquela zona ao pormenor, não existe assim grandes desculpas para quem for aqui da zona conhecer mais uma das belas paisagens que temos por ali e ainda por cima não é desculpa pela subida do Marão dado que não passa 5% até aos 500 ou 600 metros finais, por isso é uma subida muito mas muito acessível para não dizer fácil.
Antes desses desafios que sugeres talvez ainda esteja primeiro na lista fazer o Alvão em sentido contrário, foi algo que quando terminei a descida disse a mim mesmo que era para fazer ao contrario, deve dar também um bom divertimento para uns minutos bem largos.

A proxima está em fase de estudo, vamos lá ver o que sai :D
 

Zeni7

Active Member
Belo passeio, fiquei com vontade de conhecer melhor a zona, só conheço a subida de Amarante para o Marão que é espantosa mas do resto que mostraste conheço pouco e quase tudo de carro. Belas fotos e relato.
 

Paulo V.

New Member
Belo passeio, fiquei com vontade de conhecer melhor a zona, só conheço a subida de Amarante para o Marão que é espantosa mas do resto que mostraste conheço pouco e quase tudo de carro. Belas fotos e relato.
Deixa o carro encostado, fazes um belo passeio ali pela zona de bicicleta, ficas a conhecer melhor e ainda tens o bonus das magnificas paisagens que o Alvão proporciona.
 
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