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[Arquivo] La vélo Duchene: As crónicas de André Carvalho

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duchene

Well-Known Member
Lyp, pensaste bem. De facto na grande parte das vezes em que faço a estrada de Vilar de Luz ou regresso pelo Ecocentro de Santo Tirso ou pela Assunção.

Agradeço novamente a surpresa e não te preocupes em interromper a subida. Ela estará lá durante muitos mais anos. Dois dedos de conversa, nem por isso… :)

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Jorge, por acaso não é da Leopard embora o esquema de cores deva ter sido claramente inspirado neles. A maqueta original tinha umas cores mais interessantes mas a dada altura alteraram para estas e como já tinha dito que ficava com o equipamento e até não desgostei do resultado final, deixei avançar.

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jf8o.jpg


Os planos para Sábado tinham como objectivo algo um pouco mais ousado mas, tenho agora em casa um pequeno pirata danado para a brincadeira que quando deu conta que eu andava pé ante pé a preparar-me para sair bem cedo, decidiu que queria o pai por casa para ficar na brincadeira.

Assim sendo, caíram desde logo por terra os planos de uma volta de dia inteiro. Tive, por isso, de pensar algo mais curto só para a manhã. Normalmente quando cai um grande plano, não gosto de pensar em algo à pressa ou andar a divagar por estradas sem interesse só para fazer quilómetros. E como não me apetecia estar a matutar muito no assunto, até porque como já tinha dito, aqui nos arredores já conheço muita coisa, fui pela opção simples, prática e minimamente exigente: Vilar de Luz > Assunção > Casa.

Longe de ser entusiasmante, era o suficiente para, pelo menos, apanhar algum ar fresco.

De assinalável no percurso apenas o desvio que fiz para descobrir a interessante ciclovia que rodeia o aeródromo de Vilar de Luz. Sossegada e com bom enquadramento no arvoredo, pese embora algumas partes tenham ardido, juntamente com grande parte dos montes em redor. Não é plana, tem um ondulado simpático e para quem tenha paciência para isso, até dará um interessante circuito para séries de treino. Passará certamente a fazer parte do percurso quando for para aqueles lados...

Desvio feito retomei a rota normal atravessei Santo Tirso e subi então a Assunção pela subida tradicional, com o final em paralelo. Foi lá que fui apanhado pela objectiva do Lyp, nos cotovelos acima do cemitério.

Já não subia a Assunção há praticamente um ano e meio, por isso acabou por ser uma boa opção para colocar acumulado nas pernas sem me aborrecer. A subida não tem dificuldade particular além de uma ou outra secção e, por isso, faz-se tranquilamente.

No topo a foto da praxe e siga para casa. Para variar segui para Penamaior e por mais uns quelhos até Sobrão. O resto do caminho é a normal N209 por Lordelo e Sobrado.

Soube a muito pouco mas foi o possível. Vou agora tentar tirar um dia esta semana para fazer a rota que ficou na gaveta, essa sim bem mais interessante.

Contas finais foram de 71Km com 1297 AC+ > Strava: Plano R. Como em Remedeio...
 

duchene

Well-Known Member
freita_lunar_pano.jpg

Auto-retrato escalando a face menos conhecida da Serra da Freita, pela vertente de Deilão. Ao fundo o Montemuro arde em pleno Outubro...

A ferrugem das articulações estende-se também, por osmose, aos rescaldos escritos. Apesar de já ter cerca de 15.000 caracteres escritos sobre a volta do Marão, ainda me faltam uns blocos para concluír a crónica, por isso ainda irá demorar mais uns dias.

Como as pernas não escrevem mas inspiram a escrever, ontem foi dia de as levar a passear até ao lado lunar da Freita...

Esta é uma vertente muito menos conhecida do que as companheiras do lado Sul e Oeste, e incluí um troço que já me andava a fustigar as ideias há uns anos, desde que o avistei pela primeira vez ao atravessar Parada de Ester, na famosa volta da subida à Faifa que não o chegou a ser...

Finalmente surgiu o momento certo para rabiscar um traço favorável à inclusão dessa subida. Por isso ontem tive o privilégio de conhecer o incrível vale de Covas do Rio e Deilão, mais a diabólica subida, a tal, até ao planalto de Silveiras.

A visão de Covas do Monte, estoicamente empoleirada nos maravilhosos recortes que só as encostas da Freita conseguem ter e todo esse vale a seus pés formam uma imagem que vai ficar gravada na galeria dos melhores cenários em que já tive o prazer de pedalar.

Assim, depois de um mês de quase total paragem, andar a subir e a descer vales e serras foi uma óptima brincadeira para me entreter durante umas horas...

No final, a simpática soma de 82km com 2550m de acumulado barométrico positivo confirma que a Freita é uma excelente anfitriã para quem gosta de subir.

Podem ver mais algumas fotos no meu instagram > aqui

Fica agora a missão de tentar passar a texto mais esta aventura a solo, por estradas desertas e fascinantes. Vamos ver se não começam novamente a acumular...
 

Bruso

Well-Known Member
Excelente fotos. Eu cá não conheço nada disso mas pelas fotos fico logo com vontade de conhecer :D

Esse piso é alcatrão? :confused:

Qual é a máquina que usas nestas fotos??
 

duchene

Well-Known Member
Obrigado Bruso.

As fotos do instagram e algumas das últimas aqui do tópico são feitas com um "telefone esperto" e o auto-retrato desta última aventura foi feito com a GoPro Hero 2.

O piso é alcatrão sim, embora seja de qualidade inferior, uma vez que se trata de uma estrada municipal.
 

Bruso

Well-Known Member
Já agora usa ou usaste algum software de melhoramento da imagem?? Falo de todas as fotos do tópico. Tens umas que estão fantásticas.

Mesmo assim parece estar melhor que muitas das que ando por aqui.
 

duchene

Well-Known Member
Sim, há sempre lugar a algum pós-processamento, com o Camera + no caso das fotografias que são tiradas com telemóvel e uploadadas na hora, seja depois em casa com o Adobe Camera Raw.
 

Paulo V.

New Member
Utilizas o GPS em modo "noite" durante o dia?

Vamos lá ver se consigo adivinhar a tua rota, terá sido algo parecido com isto?
2cijo5.jpg
 

Lyp

Active Member
Tu partes a loiça toda, e o resto é conversa.

Já tinha visto esta tua aventura por outras vias, mas assim aproveito para deixar aqui a minha opinião.

Gostava de saber como consegues "desenhar" estas tuas voltas... Toda a bagagem que vais tendo de voltas anteriores concerteza te ajudará, pois vais andando e vais vendo potenciais objectivos... Mas mesmo assim deve requerer muito trabalho de casa! De valor, mesmo!

Depois os teus textos sempre magníficamente escritos, (ok, às vezes tenho que ir à wikipedia, assumo já :D ) com fotos sempre bem enquadradas... Enfim, uma delícia! A opção de time lapse na GoPro dá imenso jeito, certo? :)

O que te posso dizer, é que te estou grato por teres voltado com as tuas crónicas... Tens "material" demasiado bom para não ser partilhado com aqueles, que como eu, apreciam as tuas tiradas.

Parabéns, e cá aguardarei por esses textos mais pormenorizados :)




Ah... 2550 de acumulado (barométrico :) ) em 82 km... Tá bem, tá! Já deves ter feito pior (ou melhor, depende do ponto de vista ;) ), mas já deve ter sido um consolo :cool:
 

fogueteiro

Active Member
Boas André,

acredita que ao ler o bocado que escreveste, senti uma saudade imensa dessa serra e desses lugares tão calcorreados por mim em tempos idos. Com toda a razão dizes que o vale de Covas do Rio é incrível. Para mim, tal como para ti, o passeio que fiz por essa estrada ficou nos primeiros lugares da minha galeria de honra. Nunca mais me esquecerei a imagem selvagem e até aterradora dos contrafortes da Freita vistos do lado de Covas o Rio.

Parabéns... quando for para esses lados e que tenha tempo tentarei fazer essa vertente, que na verdade não conheço.

Já agora, não apanhaste nenhum troço em sterratto? Quando andei por lá apanhei uns kms assim e depois mais tarde o Altino colocou umas fotos e falou dele também.

Força...
 
Excelente André :D

Fui acompanhando as fotos quase em directo no instagram, o que para quem não pode pedalar acaba por ser um prazer, e estava a adorar as imagens.

Ficarei aguardando pelos 15.000 caracteres a ver se me entretenho um pouco a lêr :D

Um abraço.
 

duchene

Well-Known Member
Bruso:
conheço o Lightroom e é bastante completo, como seria de esperar. No entanto, no meu workflow mais simples, encaixa melhor o Camera Raw.

Jorge:
Prefiro o contraste negativo do modo nocturno, por isso o utilizo assim.

Quanto à rota, foi quase isso... mas o problema está no quase! :D

Por falta de alternativas no local, alguns blocos são de facto os que percorri mas na minha volta existiram outros extras (Gamarão de Baixo e Mealha, por exemplo) e é diferente logo na N225, uma vez que nem sequer cheguei até Parada de Ester, tendo cortado antes, em Meã, para seguir a via da Ameixosa.

A partir daí e seguindo a única estrada, confirma-se o troço que colocas entre Sequeiros e Deilão, sendo que em Deilão ataquei mais uma subida ao coração da Freita, ao contrário da versão que colocaste que segue pela estrada de Janarde (vê a resposta ao Zé).

De Ponte de Telhe até Arouca a estrada é a única possível e portanto o meu percurso é coincidente com o que indicas.

Para tirar dúvidas, o mapa no strava > aqui

Filipe:
Em cada um dos percursos que faço estão investidas incontáveis horas de pesquisa, cruzamento de fontes de informação cartográfica e fotográfica, dezenas de rascunhos e mapeamento de hipóteses, tudo no sentido de encontrar o percurso mais interessante possível, com uma lógica e um fio condutor, cortando o acessório mas carregando no essencial que é o conseguir um desafio fisicamente exigente mas também incrivelmente recompensador do ponto de vista turístico e cénico. E tenho a versatilidade de o fazer desde Baiona até Vouzela e de Valongo até Vila Pouca de Aguiar. Mas claro, isso exige dedicação e vontade de conhecer o diferente e o menos óbvio.

Tenho, como é óbvio, consciência do interesse deste material para a comunidade e não tenho problema nenhum em ceder txc e gpx de mapas que, como disse acima, representam um investimento de bastantes horas. Mas ultimamente começo a aborrecer-me com algumas atitudes e pondero mudar a forma de partilha desse meu trabalho, não prejudicando obviamente o conteúdo das crónicas que venham a ser produzidas.

A opção de time lapse da GoPro é de facto a que mais utilizo, seguida do modo de uma única foto. Curiosamente pouco ou nenhum vídeo faço nas voltas, porque não tenho paciência para o editar... Seria mais uma coisa a somar aos projectos de Santa Engrácia, para ficar tempos infindáveis sem ver a luz do dia. No meu caso a função está definida para captar uma imagem a cada meio segundo o que permite, por exemplo, fazer os auto-retratos de forma autónoma.

Não sei de cabeça valores, mas tenho coleccionado alguns números interessantes nessa relação de acumulado/distância o que obviamente me deixa satisfeito, sobretudo porque significa que enfrentei longas subidas até lá em cima, onde consegui certamente ter as magníficas vistas panorâmicas que são a alma das minhas voltas e que me vão ajudando a passar os quilómetros mais inclinados.

Zé:
De facto a beleza daquele recorte é inexplicável. Uma única fotografia não conseguiria representar a riqueza sensorial que nos é oferecida ao longo da estrada, especialmente porque a perspectiva vai mudando continuamente e a cada curva surge um novo e delicioso pormenor na paisagem...

Quanto ao troço de Sterratto que tu e o Al apanharam, esse fica na via directa para Ponte de Telhe, para quem vem no vale de Covas do Rio.

Ou seja, pouco depois de Deilão eu fiz uma viragem à esquerda e comecei a subir a encosta em direcção a Silveiras, no primeiro planalto da serra, aos 800m. A estrada que falas continua ao longo do rio Paiva, por Meitriz e Janarde. O troço de Sterrato fica precisamente entre Meitriz e Deilão.

Daniel:
O instagram é bastante interessante para ir contando a história da passeata e claro, na medida dos possíveis causar um pouquinho de inveja saudável... :D

Vou tentar apressar a escrita, mas não é fácil. Tenho o defeito de me alongar nas crónicas. Conto acabar com uns 20.000 caracteres, o que dará certamente para alguns minutos de entretenimento... mas é preciso é batalhar nesses 5000 finais. É a ferrugem...
 
É curioso o teu segundo parágrafo da resposta ao Filipe, especialmente a segunda frase. O que te incomóda?

Comentários foleiros de artistas que olham para a média final e nem nas fotos reparam?
 

Bruso

Well-Known Member
Tal como o pratoni e o Danielkezia fiquei curioso com esse paragrafo.

O camera raw é uma extensão usada no photoshop certo??
 

Paulo V.

New Member
Viva André, graças ao contraste negativo que usas, acho que acabaste por me resolver um pequeno probleminha que relatei na minha primeira experiencia com o Edge 800, por isso vou testar esse contraste negativo na proxima rota que fizer para tirar as minhas conclusões e esperar que isso resolva o que relatei.

Quanto à rota, o erro até nem foi assim por muito, sendo que aquilo é o mais obvio/facil e eu demorei pouco mais de cinco minutos a fazer aquilo, sendo que tu deves ter perdido algumas horas. Quem segue as tuas aventuras era de esperar algo menos obvio dentro daquela rota, coisa que acabou por acontecer, agora só falta o teu relato para nos dares a experiencia e sensações daquelas horas que passaste por Arouca e a Freita.

Para não fugir ao assunto... aquele paragrafo além de inigmatico também me deixou curioso.
 

duchene

Well-Known Member
Quanto ao parágrafo, não tem a ver com médias ou com comparações disto ou daquilo, porque felizmente passam-me completamente ao lado. Haverá sempre quem ande mais rápido, mais longe, mais tempo, em maior dificuldade, etc etc etc Este é o meu nicho e é aqui que me sinto à vontade e com vontade.

O desabafo é, apenas e só uma birrice minha, que não gosto de ver os meus tracks (públicos, como é óbvio e por vezes cedidos directamente com a papinha toda feita) serem tomados como orfãos por malta que depois leva lá os amigos e puxa galões de "ah e tal, tirei isto da minha cabeça porque já andava para passar aqui há uns tempos...". Não me faz perder o sono, mas faz-me alguma comichão no nariz...

Aparte disso, e porque o assunto fica por aqui, o que a malta quer é fotografias e literatura. Assim sendo, estou a trabalhar para cumprir com o prometido... neste momento já vou no Alto de Espinho. Está quase a começar a descida! :)
 

Lyp

Active Member
Imaginei algo do género.

Mas faz lá essa descida, que como bem dizes, a malta quer é fotos e literatura da boa para devorar :D
 
Bem não sei como vais contar a história em terras de cabras, até porque ainda não acabaste de contar o que está para trás :D

Fico à espera!
 
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