Caro Tranquilo, Josant e HMBE. Não tenho por hábito aceder ao Fórum, nem responder a críticas por este meio (todas as sugestões e críticas devem ser enviadas para
ciclismoafundo@gmail.com), contudo gostava de esclarecer alguns pontos que considero importantes e que talvez desconheçam que podem mudar a vossa opinião sobre a revista.
Antes de mais queria pedir desculpas pelo "desabafo" do nosso colaborador José Júlio. Compreendo o ponto de vista dele, mas foi demasiado agressivo na resposta e pouco humilde.
Passo então a explicar alguns pontos.
A revista Ciclismo a fundo foi criada quando não existia nenhuma publicação no mercado e com a intenção de proporcionar aos amantes da modalidade (cicloturistas, ciclistas de competição e mesmo betetistas que de vez em quando praticam a modalidade) uma visão da realidade do ciclismo em Portugal. Com poucos ou quase nenhuns apoios, lançámos a revista e um pequeno grupo de pessoas (a maior parte são colaboradores) fazem esta publicação que, internacionalmente, tem recebido os parabéns de gestores de marcas, atletas de renome e equipas profissionais.
Todos os testers, e saliento todos, são pessoas com altos conhecimentos (ou são atletas de alta competição, ou têm um historial que lhes permitiu andar em várias bicicletas diferentes e ter conhecimento do que existiu e existe no mercado). Todos treinam praticamente todos os dias. Para além disso, todos os testes são revistos por pessoas que têm estado nestes últimos 4 anos em apresentações internacionais das mais variadas marcas. Como não têm contacto directo com as marcas, são imparciais e não sofrem pressões para dizer bem do modelo A ou B. A única pressão que recebem é da minha parte quando se atrasam a enviar os textos!
Caro Tranquilo, pode explicar qual é a "bacorada" que encontrou? Reparei que no seu segundo post fala da Campagnolo. A informação contida está correcta. Se teve oportunidade de ir a uma apresentação internacional da Campagnolo ou ao Eurobike do ano passado, decerto confirmou este pormenor. O Sérgio refere-se ao material. Depois você refere que desconhecemos os cranques Specialized. Caro Tranquilo, quer que lhe mostremos o bilhete de avião (já lá vãos uns anos) quando fomos à apresentação do mesmo? Conhecemos bem o modelo em questão, mas deve saber que a valorização de uma bicicleta com grupo completo é diferente de uma com periféricos de marcas diferentes. Não estamos com isto a dizer que a pedaleira é má, mas sim que em caso de revenda o grupo Red completo teria outro impacto. Além disso, em parte nenhuma vê a pedaleira apontada como um ponto negativo, mas sim a heterogeneidade da transmissão. Este tema é debatido "n" vezes nas reuniões mundiais entre principais construtores.
Refere ainda que aparentemente os testers andam com bicicletas pequenas. Pois bem, aqui tenho que lhe dar toda a razão, mas tal deve-se ao facto de por vezes pedirmos um tamanho (exemplo 56) e recebemos outro (54). As marcas nem sempre têm disponíveis os tamanhos ideais e acredite que já devolvemos bicicletas com tamanhos impossíveis de serem testados!
Caro HMBE, a Specialized testada é, como aparece no cabeçalho do artigo, um Teste de Longa Duração. Isto significa que ficou mais de 6 meses nas nossas mãos. É um teste que faz todo o sentido pois é das bicicletas mais procuradas e será certamente até ao início do próximo ano pois o seu preço deve baixar. Não testamos uma bicicleta por acaso: analisamos o mercado e vemos com as marcas os modelos com mais potencial e tempo estimado de permanência em venda. O mesmo se passou com a Canyon (teste de longa duração).
Espero ter tirado as vossas dúvidas e contar com as vossas críticas e sugestões no contacto que mencionei. Só assim poderemos melhorar a revista.
Cumprimentos a todos e Boas Pedaladas