OK percebi, mas como é possível se o sangue e a urina são os mesmos, dar valores diferentes passados 1 mês ?
Simples! Através das várias transfusões de sangue a que são sujeitos.
Estes procedimentos de dopping quase sempre são efectuados antes de uma grande prova, ou seja quando um atleta está em "carga". Quanto maior for o treino, melhor será o rendimento durante a prova.
Fica uma breve e simples descrição do EPO:
DOPAGEM SANGUÍNEA
O que é a dopagem sanguínea?
Dopagem sanguínea é o uso impróprio de certos métodos e/ou substâncias tendentes a aumentar a massa de glóbulos vermelhos no sangue, o que permite ao corpo fornecer mais oxigénio aos músculos e, consequentemente, aumentar o rendimento.
Quais são as formas mais comuns de dopagem sanguínea?
As formas mais comuns de dopagem sanguínea são 3: eritropoeitina (EPO), transportadores artificiais de oxigénio, e a transfusão de sangue.
Todas são proibidas segundo a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos da Agência Mundial Antidopagem (AMA).
O que é a EPO?
A EPO é uma hormona peptídica produzida naturalmente pelo corpo humano. A EPO é libertada pelos rins e actua ao nível da medula óssea, estimulando a produção de glóbulos vermelhos.
Um aumento do número de glóbulos vermelhos traduz-se no aumento da quantidade de oxigénio que o sangue pode fornecer aos músculos. Também pode aumentar a capacidade corporal para neutralizar ácido láctico.
Quais são os efeitos do uso impróprio de EPO?
Embora o uso adequado de EPO traga enormes benefícios terapêuticos no tratamento da anemia associada a doenças oncológicas ou dos rins, o seu uso impróprio pode traduzir-se em enormes riscos para os atletas que usam esta substância apenas para ganhar uma vantagem em termos competitivos. É bem sabido que a EPO, ao aumentar a viscosidade do sangue, se traduz num risco acrescido de se contraírem doenças potencialmente mortais, tais como doenças cardíacas, enfarte do miocárdio, e embolia cerebral ou pulmonar. O uso impróprio de EPO recombinante (EPO sintética) pode também causar doenças auto-imunes com sérias consequências para a saúde.
Quando foi implementada a detecção de EPO?
O teste para a detecção de EPO foi introduzido nos Jogos Olímpicos de Verão de 2000, em Sydney, na Austrália. O teste, validado pelo Comité Olímpico Internacional (COI), era baseado numa análise ao sangue e à urina. A análise ao sangue era realizada em primeiro lugar e a análise à urina era realizada para confirmar a possível utilização de EPO.
Em Junho de 2003, o Comité Executivo da AMA aceitou os resultados de um relatório independente, que afirmava que a análise à urina era, por si só, suficiente para confirmar a presença de EPO recombinante. Este relatório, cuja necessidade foi realçada por alguns parceiros da AMA e encomendado pela própria Agência para validar a eficácia da utilização conjunta de análises ao sangue e à urina na detecção de EPO recombinante, concluiu que a análise à urina é o único método validado cientificamente para a detecção directa de EPO recombinante. Este relatório recomendou também que as análises à urina devam ser usadas em conjunto com as análises ao sangue, por um conjunto variado de razões; nomeadamente, uma triagem inicial através de análises ao sangue permite seleccionar as amostras de urina a submeter à detecção de EPO recombinante, rendibilizando assim os custos. Algumas federações internacionais ainda utilizam a análise ao sangue em conjunto com a análise à urina na detecção de EPO.
Fonte:
http://www.idesporto.pt/conteudo.aspx?id=38&idMenu=7