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Mais uma morte ... até quando isto vai continuar a acontecer?

bullspot

Well-Known Member
O facto de existir ali uma ciclovia (que também serve para passear, correr, andar com carrinhos de bebé e cães) não obriga nenhum ciclista a utilizá-la, tal como está plasmado no código da estrada, portanto a ciclovia é uma falsa questão que serve apenas para desculpar o automobilista e culpar a vítima.
Atenção que isto não é bem assim! Em Portugal a sinalização vertical redonda e de cor azul que surge no início de muitas ciclovias confere carácter obrigatório à sua utilização por parte dos ciclistas.
Se não existir sinalização vertical, não é efectivamente obrigatória a sua utilização.
 

bullspot

Well-Known Member
Refiro-me a estes sinais:
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Paulofski

Well-Known Member
Há ciclovias boas, más e péssimas. Eu tenho a liberdade de escolha mediante as condições da ciclovia, se é conveniente e sobretudo se é segura. O facto de existir perto da rua/estrada uma faixa pintada no chão, com mil e um perigos no seu rumo ou à volta, prefiro sempre correr os ricos de optar por seguir no car doom, partilhando a estrada com os restantes veículos motorizados. Até porque as boas ciclovias são escassas e se as estradas estão lá é para serem pedaladas e partilhadas.

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Quem reside na zona conhece bem a estrada em questão, a EN108 que bordeja a margem direita do Douro. A maior parte dos ciclistas do Grande Porto, e não só, já deu ou dá boas pedaladas por esta estrada, no troço Porto - Barragem de Crestuma/Lever. Muitos esticam ainda a volta até Entre-os Rios, ou mais além.

Anualmente, em Outubro, é organizado um evento internacional, o Spirit of 78, onde dezenas de participantes pedalam vários quilómetros por esta estrada. No dia da prova a organização tem o cuidado de espalhar estas cartazes na estrada (na foto).

Ora isto não é novidade. Num sábado ou domingo de manhã são aos magotes os ciclistas a pedalar por ali, o que é bom de ver. Pelo menos os automobilistas habituais já devem estar habituados à sua presença. Ao longo desta estrada não existem ciclovias (apenas uma pseudo-ciclovia partilhada entre Gramido e o Freixo mas que de nada serve ao chamado ciclista licrado.

Mesmo sendo, talvez, informação redundante para o automobilista e/ou motociclista habitual utilizador desta estrada, o "aviso à navegação" é importante. É importante relembrar-lhes que circulam muitos ciclistas pela estrada e que é preciso redobrar a atenção. As autoridades, municipais ou outras que geram as infraestruturas rodoviárias, deveriam inclusive espalhar esta informação em pontos nevrálgicos da via para a segurança de todos. Deviam seguir exemplos (poucos) que felizmente já vamos vendo em algumas zonas do país.
 

cconst

Well-Known Member
Acredito que cá na tugalandia se fosse feito um inquérito sobre mobilidade haveria muito pouca gente a responder que "a pé" ou "de bicicleta" era uma forma de mobilidade.

A nossa cultura remete essas duas formas de mobilidade para pessoas que estão a passear e/ou que têm tempo.

Ora quando assim é é fácil haver desconsideração por peões e por ciclistas. De parte a parte. E depois acontece também haver falta de consideração dentro da mesma "classe"... mas isso são outros "quinhentos".

Como é obvio, o nosso dia-a-dia influencia muito a forma como vemos as coisas. Eu, morando na zona Oriental de Lisboa, vej
Atenção que isto não é bem assim! Em Portugal a sinalização vertical redonda e de cor azul que surge no início de muitas ciclovias confere carácter obrigatório à sua utilização por parte dos ciclistas.
Se não existir sinalização vertical, não é efectivamente obrigatória a sua utilização.
Refiro-me a estes sinais:
06adbaf4bd9db802448e9d1afac82e78a34e4258.jpg
então quer dizer que nesta imagem seguinte com o sinal D7e, os peões não podem ir na calçada assim como as bicicletas não podem ir na estrada:

São ambos obrigados a circular na pista a que deram o nome de "ciclovia partilhada".
 

bullspot

Well-Known Member
então quer dizer que nesta imagem seguinte com o sinal D7e, os peões não podem ir na calçada assim como as bicicletas não podem ir na estrada:

São ambos obrigados a circular na pista a que deram o nome de "ciclovia partilhada".
A calçada é para levar os cães à trela, foi tudo pensado ao pormenor!! :p
 

gfrmartins

Well-Known Member
Esse sinal já foi discutido por aqui (se não estou em erro)

Não faz sentido nenhum nem é consensual o seu objetivo.

Mas estamos em Portugal, quem desenha e gasta dinheiro nessas "ciclovias" também é quem coloca os sinais por isso só podia dar merda.

Mas mais uma vez, outra morte pela mesma razão de sempre e a conversa descamba para as ciclovias
 

jocarreira

Well-Known Member
então quer dizer que nesta imagem seguinte com o sinal D7e, os peões não podem ir na calçada assim como as bicicletas não podem ir na estrada:

São ambos obrigados a circular na pista a que deram o nome de "ciclovia partilhada".

Posso estar enganado mas esse sinal não está de acordo com a regulamentação, logo não é válido. No código da estrada não existe nenhum sinal com esse formato (rectangular, laranja, com o sinal D7e "lá dentro").

De qualquer maneira, tendo em conta o traçado horizontal dessa ciclovia partilhada, o sinal a usar deveria ser o D7f e não o D7e (a diferença entre eles é existir ou não, respectivamente, uma separação entre peões e velocípedes).

Isto só demonstra o desconhecimento que existe por parte das autoridades municipais que colocam estes sinais. O que interessa são quilómetros de faixas pintadas no chão com uma bicicleta para terem acesso aos fundos europeus, nem interessa se fazem sentido ou não.
 

fernandes_85

Well-Known Member
“Os velocípedes deixam de estar obrigados a circular nas pistas que lhes são destinadas podendo fazê-lo junto do restante trânsito se se considerar que esta seja uma alternativa mais vantajosa.”
Fonte: http://www.ansr.pt/SegurancaRodoviaria/Publicacoes/Documents/GUIA CONDUTOR VELOCÍPEDE.pdf

Impressionantes os números portugueses de condutores apanhados sem carta, sem seguro ou com alcoól no sangue, já não falo na fuga com omissão de auxílio ou no excesso de velocidade. E perante mais uma desgraça destas neste contexto de guerra civil, a 1a coisa que as cabeças se lembram é: ciclovia. O culpado é o homem que ia a caminho do trabalho tranquilamente sem incomodar ninguém. Revoltante no mínimo.

Já agora como curiosidade, essa carrinha até 2021 estava isenta de IUC (penso que em 2021 já paga 10%)
 

gfrmartins

Well-Known Member
Impressionantes os números portugueses de condutores apanhados sem carta, sem seguro ou com alcoól no sangue, já não falo na fuga com omissão de auxílio ou no excesso de velocidade. E perante mais uma desgraça destas neste contexto de guerra civil, a 1a coisa que as cabeças se lembram é: ciclovia. O culpado é o homem que ia a caminho do trabalho tranquilamente sem incomodar ninguém. Revoltante no mínimo.

Os objetivos são claros: Reforçar e Perpetuar a ideia que a entidade bicicleta não tem lugar na estrada e que deve ser expulsa dali
 

jocarreira

Well-Known Member
“Os velocípedes deixam de estar obrigados a circular nas pistas que lhes são destinadas podendo fazê-lo junto do restante trânsito se se considerar que esta seja uma alternativa mais vantajosa.”
Fonte: http://www.ansr.pt/SegurancaRodoviaria/Publicacoes/Documents/GUIA CONDUTOR VELOCÍPEDE.pdf
Atenção a essa falácia. A hierarquia do código da estrada é a seguinte:
  1. Agentes da autoridade
  2. Sinalização temporária (vulgo sinais amarelos)
  3. Sinalização luminosa
  4. Sinalização vertical
  5. Sinalização horizontal
  6. Regras gerais do trânsito
Essa nova redação do código da estrada pertence ao ponto 6. sendo que o sinal D7e ou D7f é sinalização vertical portanto tem prevalência sobre essa regra.
O que acontece bastantes vezes é existirem esses sinais de obrigação no ínicio de uma ciclovia mas a cada cruzamento/entroncamento não existem, logo é obrigatório circular lá no início quando encontram o sinal mas se apanharem a ciclovia a meio já não é obrigatório (não sei se me fiz entender).
 

elchocollat

Well-Known Member
Está-se a falar nas ciclovias aqui porque fui eu quem chamou o assunto.

Em relação ao homem que partiu, nada podemos fazer mas podemos perceber o que é que nós podemos fazer para precaver os nossos acidentes, pois mostrar que somos uma vida vulnerável não chega.
 

newb

Well-Known Member
Há ciclovias boas, más e péssimas. Eu tenho a liberdade de escolha mediante as condições da ciclovia, se é conveniente e sobretudo se é segura. O facto de existir perto da rua/estrada uma faixa pintada no chão, com mil e um perigos no seu rumo ou à volta, prefiro sempre correr os ricos de optar por seguir no car doom, partilhando a estrada com os restantes veículos motorizados. Até porque as boas ciclovias são escassas e se as estradas estão lá é para serem pedaladas e partilhadas.

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Quem reside na zona conhece bem a estrada em questão, a EN108 que bordeja a margem direita do Douro. A maior parte dos ciclistas do Grande Porto, e não só, já deu ou dá boas pedaladas por esta estrada, no troço Porto - Barragem de Crestuma/Lever. Muitos esticam ainda a volta até Entre-os Rios, ou mais além.

Anualmente, em Outubro, é organizado um evento internacional, o Spirit of 78, onde dezenas de participantes pedalam vários quilómetros por esta estrada. No dia da prova a organização tem o cuidado de espalhar estas cartazes na estrada (na foto).

Ora isto não é novidade. Num sábado ou domingo de manhã são aos magotes os ciclistas a pedalar por ali, o que é bom de ver. Pelo menos os automobilistas habituais já devem estar habituados à sua presença. Ao longo desta estrada não existem ciclovias (apenas uma pseudo-ciclovia partilhada entre Gramido e o Freixo mas que de nada serve ao chamado ciclista licrado.

Mesmo sendo, talvez, informação redundante para o automobilista e/ou motociclista habitual utilizador desta estrada, o "aviso à navegação" é importante. É importante relembrar-lhes que circulam muitos ciclistas pela estrada e que é preciso redobrar a atenção. As autoridades, municipais ou outras que geram as infraestruturas rodoviárias, deveriam inclusive espalhar esta informação em pontos nevrálgicos da via para a segurança de todos. Deviam seguir exemplos (poucos) que felizmente já vamos vendo em algumas zonas do país.
Qd foi ao porto de bike por toda essa estrada apanhei grupos de 20++.
Fiquei na altura surpreendido, mesmo muitos. Ainda fui atras duns uns klm.
 

Ricardo93

Active Member
Há uma regra de trânsito que resolvia mais de metade dos acidentes com velocípedes e que está inscrita no nosso Código da Estrada. O artigo em questão é o 38º, relativo à manobra de ultrapassagem. No número 3 deste artigo está bem explicito que para ultrapassar qualquer veículo (motorizado ou não) é necessário ocupar a via imediatamente à esquerda.

Por incrível que parece, eu só muito recentemente tomei conhecimento desta regra (através do twitter do David Rosa), o que é bastante grave enquanto condutor e ciclista. A minha anterior confusão deverá ser partilhada por muita gente, e a origem da confusão está na regra do 1,5m, mas lendo o artigo em questão a distinção é simples:
  • Deixar 1,5 metros de distância sempre que o velocípede ou o peão circule na berma (Art. 38º nº2-e);
  • Ocupar a via imediatamente à esquerda sempre que o veículo a ser ultrapassado (no nosso caso, um velocípede) circule na faixa de rodagem (Art. 38º nº3);
Assim parece-me que as autoridades falham na fiscalização e sensibilização para este artigo. Se atentarem ao último número do artigo a infração destas regras pode levar a uma coima entre 120€ e 600€. Não sei quanto a vocês mas eu conto pelos dedos de uma mão os carros que me ultrapassam deixando livre toda a faixa de rodagem que eu ocupo (eu próprio não cumpria esta regra, deixava muito espaço mas nunca ocupava totalmente a outra via).

Fica aí o artigo abaixo.

Artigo 38.º - Realização da manobra
1 - O condutor de veículo não deve iniciar a ultrapassagem sem se certificar de que a pode realizar sem perigo de colidir com veículo que transite no mesmo sentido ou em sentido contrário.
2 - O condutor deve, especialmente, certificar-se de que:
a) A faixa de rodagem se encontra livre na extensão e largura necessárias à realização da manobra com segurança;
b) Pode retomar a direita sem perigo para aqueles que aí transitam;
c) Nenhum condutor que siga na mesma via ou na que se situa imediatamente à esquerda iniciou manobra para o ultrapassar;
d) O condutor que o antecede na mesma via não assinalou a intenção de ultrapassar um terceiro veículo ou de contornar um obstáculo;
e) Na ultrapassagem de velocípedes ou à passagem de peões que circulem ou se encontrem na berma, guarda a distância lateral mínima de 1,5 m e abranda a velocidade.
3 - Para a realização da manobra, o condutor deve ocupar o lado da faixa de rodagem destinado à circulação em sentido contrário ou, se existir mais que uma via de trânsito no mesmo sentido, a via de trânsito à esquerda daquela em que circula o veículo ultrapassado
.
4 - O condutor deve retomar a direita logo que conclua a manobra e o possa fazer sem perigo.
5 - Quem infringir o disposto nos números anteriores é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) 600.
 

cconst

Well-Known Member
As vezes em que sinto mais medo é quando levo a "piquena" comigo na bicicleta. Ela segue numa cadeira entre mim e o guiador. Vai sempre a cantarolar e a tentar tocar a campaínha! É um momento que ela gosta imenso!!! Mas eu vou sempre com eles na mão.

Sinto que em regime de commuting e/ou passeio, vou mais exposto. Talvez porque a velocidades mais reduzidas tenha a tendência a ir mais para a direita para facilitar o transito. MAS sinto que isso prejudica a minha segurança. No entanto, não consigo deixar de achar que a ocupar mais a via e sendo um maior obstáculo estou a colocar a minha filha no "meio da estrada".

Em commuting tipicamente é em hora de ponta com mais trânsito automóvel. Gente mais stressada para chegar a horas onde quer que seja. Enquanto que quando vou treinar, tipicamente é fora desses horários mais complicados. Esse facto e o facto de ir sozinho a velocidades mais elevadas, faz-me sentir mais seguro enquanto treino.

Acho que vou mandar fazer um conjunto de t-shirts amarelas com sinalética nas costas "Bebé a bordo" e o sinal de 1,5m... para usar quando ando com a "piquena"
 

fernandes_85

Well-Known Member
@jocarreira não vou entrar nessa discussão porque acho que é um beco sem saída.
Tens Decretos leis, decretos regulamentares, Diretivas europeias, traduções mal feitas dessas diretivas etc etc. Resumindo: a resposta é muito técnica e não é simples o que para uma situação que me parece tão óbvia é muito lamentável, mas são os políticos e os interesses que temos..

A fonte que eu mencionei é a ANSR (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária), que embora fortemente permeável ao lobby automóvel não é ali o jurista do ACP ou pior.

Tudo o que se relaciona com ciclovias é de fugir: normas legais para a sua construção, serem vias partilhadas com peões, perdas de prioridade surreais, terminarem em passeios, atravessamento de estradas conjuntamente com a passadeira para o peão (o automóvel tem de parar ou não?), etc etc etc.

De qualquer forma, deveria ser suficiente utilizar o senso comum como muito pessoal exemplifica nos posts anteriores.

@elchocollat tu falaste nas ciclovias, mas se fores ver o cano de esgoto do FB é o que todos dizem, ou seja o senso comum do automobilista é de que o ciclista não devia ir ali ponto. O automobilista e seu comportamento são completamente excluídos da equação.
 

elchocollat

Well-Known Member
@jocarreira @elchocollat tu falaste nas ciclovias, mas se fores ver o cano de esgoto do FB é o que todos dizem, ou seja o senso comum do automobilista é de que o ciclista não devia ir ali ponto. O automobilista e seu comportamento são completamente excluídos da equação.
Exato, e é por isso que tento compreender com pessoas que pensam como eu o porquê de não ser utilizada.
Eu o que penso é:
a ciclovia não é obrigatória MAS se lá está porque não utilizar? não será em certas ocasiões mais segura? O senso comum é complicado e ainda é um caminho a percorrer, por isso é que eu penso que também nós devemos fazer um esforço e mostrar aos automobilistas que somos humanos, e fazermos sinalização, por exemplo. Nessa via que é mostrada acima, parece-me mais seguro se praticadas velocidades mais elevadas por nós.

Honestamente, eu penso que sempre existiram problemas com os ciclistas, contudo agora mais recente existe uma maior indignação porque as pessoas estiveram fechadas em casa, não houve contacto com a sociedade fora daí e ao mesmo tempo houve um boom de mais gente a andar de bicicleta sobretudo nas cidades e é aqui que reside o maior problema, pois é onde há mais trânsito, onde as pessoas querem nadar mais. Fora da cidade, não temos opção se não andar na berma ou encostado a ela e quero acreditar que as coisas correm melhor aí com menos indignações.
Aí o problema será talvez não parar devidamente nos cruzamentos/entroncamentos e ou sinalização luminosa e é neste contexto que prevalece muito a comunicação com os automobilistas.
 
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