A única coisa que me apraz dizer é que também sou condutor de carro e não podemos partir da presunção de que o carro teve culpa neste caso.
Segundo li hoje no Jornal, o miúdo deu uma guinada e acabou por se meter no carro e não o carro contra o miúdo!
DE QUALQUER FORMA, E COM TENHO UMA FILHA COM 8 ANOS, não me venham com merdas de "ah e se fosse uma filha tua"..
Para mim, o que é mais importante é que este caso não teria sido caso de jornal, se O PAI E A CRIANÇA USASSEM CAPACETE!!! Isto sim, é que eu acho que devia ser altamente controlado pela polícia - sou super a favor do uso obrigatório de capacete para andar de bicicleta!
Zorza
Não estava lá e não vi. Mas lendo a notícia com algum cuidado gostava de salientar os seguintes aspetos:
1. É uma decisão do Tribunal da Relação. Isto é, já havia uma 1a decisão que por acaso era favorável ao utilizador vulnerável e que agora foi revertida. Logo o caso não será tão óbvio e resumido a "uma guinada de uma criança inconsciente" como indicas, penso.
2. A criança ia atrás do pai. Ao chegar ao cruzamento que se vê na foto o pai virou para a direita. Era esta manobra precisamente que a criança estava a fazer. O automóvel embateu com a pára choques frontal do lado esquerdo na criança provocando a sua queda e parou uns metros mais à frente. Isto é, o miúdo não saltou de nenhum arbusto escondido nem de uma ruela para o meio da estrada. O miúdo seguia atrás de outra bicicleta que virou à direita e quando este ia fazer o mesmo, foi abalroada por um carro. Se guinou muito ou pouco não sei dizer.
3. Como é que dando "uma suposta guinada" o miúdo desviava a bicicleta 1,5 metros para a direita? Ou o automobilista estava a passar mesmo junto à criança sem lhe dar o espaço necessário? Um automobilista vendo um adulto de bicicleta à sua frente a virar à direita e vendo uma criança não deveria circular com especial prudência?
4. O capacete. É vergonhoso que venha para esta discussão. Não é obrigatório por lei e nunca deveria ser utilizado para aferir a maior ou menor culpa num dado acidente. Um dia vamos ver um peão mortalmente atropelado, e vamos dizer que se tivesse capacete não morria. Ou a familia não é indemnizada porque ele ia de boné em vez de capacete?
Obs. Atenção que sou favorável e recomendo a todos o uso de capacete, especialmente crianças.
5. Só quando percebermos que ao entrar dentro de um veiculo de 1 ou mais tons temos uma responsabilidade não só para connosco mas também uma especial responsabilidade para com os outros decorrente do potencial de destruição da viatura é que eventualmente os números vergonhosos de mortes poderão eventualmente baixar. Com isto não quero dizer que os acidentes não ocorram e nenhum de nós está livre de uma desgraça destas.