Atenção que uma marca não é apenas um nome. A sua construção e consolidação vai um pouco mais além, embora, primordialmente, seja o nome um dos primeiros elementos desse universo com o qual contactamos.
Deixo como exemplo o excelente trabalho de branding que foi feito pela Rodi, com a conversão para BlackJack, vide
http://www.blackjack.pt/
Não se trata sequer do facto de ser um nome em inglês, mas é algo que tem intrinsecamente personalidade, força e uma fonética agradável.
E o branding foi pensado não só ao nível do nome da marca mas também da imagem global do produto e a sua apresentação, bem como os nomes dos modelos. O tal universo marca. Igualmente foi feito um investimento numa plataforma web coerente e apelativa o que certamente ajuda a criar um suporte ainda melhor ao negócio. E os produtos recebem igual tratamento. Tudo funciona em conjunto criando a grande ilusão que atrai consumidores.
Isto permitiu libertar a Blackjack da herança pesada da Rodi, normalmente associada a lava louças e rodas de gama baixa, fazendo-os reentrar no mercado com cara lavada. Há ali a demonstração da existência prévia de know-how, mas há também, acima de tudo um romper com a parte do passado que não interessava para este novo rumo.
Portanto há portugueses a fazer coisas bem feitas e coisas que resultam. Só é preciso é entregar a tarefa de dar um rosto ao nosso produto a quem percebe e não ao bom artífice que normalmente tem o know-how da fabricação mas, por outro lado é sinónimo de mau marketeer.
Estamos num mercado em que a competitividade se mede em inúmeros factores, da garantia vitalícia até ao sponsorship de figuras de renome, e em que as marcas, especialmente as novas que surgem limpas de preconceitos, devem aproveitar esse ímpeto inicial da novidade para se imporem rapidamente e ganharem notoriedade. Já que após a rotulagem inicial, será complicado livrarem-se airosamente dos preconceitos e estigmas ganhos.
Nesse aspecto, e avaliando o primeiro impacto enquanto consumidor, conquistou-me muito mais rapidamente por exemplo a sobriedade e simplicidade do logo tipográfico da Canyon e do seu minimalismo exagerado, do que o logo cómico e desleixado da Jorbi.
Portanto, aproveitando a minha experiência pessoal, eu teria um logotipo enorme e desajeitado em frente ao Super Record 11 da Jorbi, ao passo que na Canyon haverá uma espécie de auto-estrada agradável para o produto.
Por antítese mas igualmente com bons resultados temos a Cube e as suas flamboyantes e coloridas bicicletas. Ou seja, há um carisma de marca que permite depois enquadrar os produtos, cativando clientes.
E isso, sinceramente, parece-me que ainda terá de ser muito trabalhado pela Jorbi.