Isto encaminha-se para um pandemónio insano. Quem está a liderar isto está completamente à nora. Já o estava no início da pandemia. A tal do vírus chinês que dificilmente chegaria a Portugal, a que depois se calhar era melhor utilizar máscaras em certos espaços, a que depois era isto e aquilo e viu-se a falta de preparação da Temido e da Graça. Com o confinamento as coisas melhoraram e elas ganharam fôlego, infelizmente.
Era evidente que com o regresso às aulas e aos trabalhos, ou seja, à vida normal no pós-férias isto ia disparar e o resultado aí está. Acreditou-se que com medidas de máscaras e afins isto ficaria resolvido ou, melhor dizendo, minimamente controlado. Não ficou, claro que não ficou e só alguém muito limitado de bom senso poderia pensar em tal. Só alguém que não conhece ou tem a mínima ideia da população jovem e latina poderia achar que isto ia passar. Não passou e está pior.
Sempre achei que até aos Santos estaria tudo, entenda-se por tudo o tecido da sociedade que não alavanca tão diretamente a economia (ie. escolas, universidades, repartições públicas), em casa. Provavelmente não estarão, mas não é por falta de necessidade para controlo da pandemia que não estarão. Não irá acontecer apenas porque não há como aguentar a situação.
Em tempos de paz qualquer general é bom. A Temido e a Freitas deveriam ter sido postas a andar. Na pior das hipóteses ficariam como testa de ferro, mas por trás deveria estar quem de facto esteja habituado a lidar com situações de catástrofe. A verdade é que o discurso, as medidas e o rumo oscilante que se continua a tomar transparece que quem liderava o processo no início da pandemia continua agora a decidir. Só assim se explica que o comportamento na generalidade seja o mesmo que se verificava no início.
Foi pena, mas sobretudo grave que quem dirige este país não tivesse metido mão ao caso e restruturado o elenco no combate a esta pandemia. Nunca é tarde, mas agora vamos atrasados.
Hoje são as máscaras, amanhã as proibições de saída dos concelhos, depois as cercas sanitárias. A verdade é que não há estrutura para o fazer cumprir e pouco há para o verificar. Ontem era a app, que até se percebeu inútil, amanhã será outra coisa qualquer.
As pessoas cada vez mais estão descrentes das políticas e medidas apresentadas porque percebem que não há coerência. A Temido e a Graça não sabem o que fazer. A conversa delas e conhecimento de quem está por trás do pano já deixa antever que o pior ainda está por vir. Os hospitais estão, em alguns casos sobretudo mais a Norte, a arrebentar. Falta pedir aos profissionais que façam mais um bocadinho e arrebentem mesmo pelas costuras. E no final disto cada um ficará entregue à sua consciência e sorte. Que cada um se proteja, proteja os seus e tente proteger o próximo. E, se acreditar no que mais possa existir em outros planos, peça proteção e saúde para não ter que ir a um hospital nos próximos tempos.