Figueiredo
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1) O segredo bem guardado de Cancellara
2) Camelbak da polémica no peito de Frank Schleck
Os segredos no mundo do ciclismo duram pouco. Que o diga Fabian Cancellara cujas elevadas performances estão sob suspeita de associação a um mecanismo inventado por um engenheiro italiano, Giovanni Checchini e que há cerca de trinta anos trabalha num projecto que, basicamente, tem como ponto principal a diminuição dos atritos nos movimentos centrais da bicicleta e das rodas. Este invento segundo dados confirmados pela Gazzetta Dello Sport, permitiu a Fabian Cancellara ganhos da ordem dos 2,5 segundos por km.
Mas, não foi Cancellara o único a utilizar este sistema revolucionário, já que toda a equipa da CSC o utilizou, no ano do triunfo de Carlos Sastre, no Tour de 2008, tendo-o utilizado no contra-relógio final da Volta a França de 53 quilómetros, onde este alcançou o 12º lugar. E também Andy Schleck estava equipado, nas etapas de montanha do Tour de 2010 com este sistema.
Segundo Checchini, Cancellara começou a utilizar o sistema Gold Race a partir de 2006, quando estava na equipa CSC, acompanhado nas principais provas internacionais pelo engenheiro italiano, que se deslocava para os locais de alojamento na véspera das competições. O trabalho na bicicleta era efectuado nos quartos de hotel, longe dos olhares indiscretos, no maior secretismo, conforme era exigido por Cancellara. A ultima corrida em que Checchini esteve presente foram os Jogos Olímpicos de Pequim, tendo a partir daí as adaptações sido efectuadas pelo mecânico da equipa.
O sistema Gold Race, patenteado pelo seu autor, permite que as fricções sejam diminuídas em 95% e testes realizados em laboratório confirmam que o ganho pode ir até os 3 segundos por km, a uma potência aplicada de 340 watts. A eficácia desta invenção tem vindo a ser melhorada ano após ano, pois em 2005 o ganho por km era de apenas 1,75 segundos. Outra vantagem implicitamente ligada a esta invenção prende-se com a diminuição da concentração de ácido láctico no sangue numa percentagem estimada entre 27 a 35%.
O principio Gold Race apoia-se num rolamento de esferas, compostas parcialmente por grafite e por um óleo complexo, numa mistura de duas substâncias, cuja composição é secreta. Esta mistura é muito particular, devendo mesmo ser adaptada conforme as condições climáticas, pois em razão do grau de humidade e a temperatura ambiente obriga à alteração das doses das duas substancias que interagem entre si, daí o acompanhamento de Checcini nas provas mais importantes, de forma a que tudo corresse da melhor maneira.
Há cerca de um ano este sistema começou a ser comercializado, perante a autorização da UCI, que permitiu a legalização deste sistema, pelos vistos também dentro do maior secretismo.
Camelbak de Frank Schleck sob suspeita
As artimanhas utilizadas pelos ciclistas para ganharem alguns segundos, que se tornam preciosos nas provas contra-relógio levou o vencedor do ultimo Critério Internacional, o mano mais velho dos Schlecks a utilizar um camelbak que, para além de proporcionar uma rápida absorção de liquids se transformou num importante meio aerodinâmico, contestado, em especial pelos críticos italianos.
No ciclismo estão proibidos todo o tipo de apoios aerodinâmicos – à excepção dos já permitidos -, destinados a proporcionar uma melhor penetração do homem e da bicicleta, contra a resistência oferecida pela atmosfera, daí as constantes inovações tecnológicas serem alvo de aprovação prévia por parte da UCI.
De feitos em feitos, as maiores inovações tecnológicas começaram com o dinamarquês Ole Ritter que bateu o recorde do mundo da hora na cidade do México depois de uma adaptação à altitude de cerca de um mês. Para além deste factor decisivo, Ritter utilizou sapatos de verniz e introduziu a licra no seu fato de peça única (calção e camisola) hoje vulgarizados.
O italiano Francesco Moser foi o primeiro a introduzir as rodas lenticulares com diâmetro diferente, com a roda traseira com um diâmetro muito superior à dianteira, posteriormente proibidas pela UCI.
O irlandês Obree também bateu o record da hora numa bicicleta original, dizem que feita com alguns utensílios aproveitados de uma máquina de lavar, que obrigou a UCI a regulamentar as medidas da bicicleta, nomeadamente no que concerne ao recuo do selim.
Mas revolucionário terá sido a extensão de guiador utilizado por Greg Lemond, no contra-relógio final da Volta a França de 1989, derrotando por escassos oito segundos o francês Laurent Fignon. Do triatlo para a estrada, o guiador de Lemond foi o precursor das grandes “cabras”, utilizadas hoje em dia e sem duvida o segredo que proporcionou ao americano o triunfo no Tour.
A pequena vantagem deixou margem para que os especialistas em ciclismo atribuíssem o êxito do americano não a seu esforço individual, mas à utilização de um novo apoio, destinado a aumentar a aerodinâmica de sua bicicleta. A uma velocidade de 40 km/h, LeMond ganhou ao seu adversário francês dois segundos por quilómetro numa das mais célebres derrotas da história do ciclismo.
Fonte: Jornal Ciclismo
2) Camelbak da polémica no peito de Frank Schleck
Os segredos no mundo do ciclismo duram pouco. Que o diga Fabian Cancellara cujas elevadas performances estão sob suspeita de associação a um mecanismo inventado por um engenheiro italiano, Giovanni Checchini e que há cerca de trinta anos trabalha num projecto que, basicamente, tem como ponto principal a diminuição dos atritos nos movimentos centrais da bicicleta e das rodas. Este invento segundo dados confirmados pela Gazzetta Dello Sport, permitiu a Fabian Cancellara ganhos da ordem dos 2,5 segundos por km.
Mas, não foi Cancellara o único a utilizar este sistema revolucionário, já que toda a equipa da CSC o utilizou, no ano do triunfo de Carlos Sastre, no Tour de 2008, tendo-o utilizado no contra-relógio final da Volta a França de 53 quilómetros, onde este alcançou o 12º lugar. E também Andy Schleck estava equipado, nas etapas de montanha do Tour de 2010 com este sistema.
Segundo Checchini, Cancellara começou a utilizar o sistema Gold Race a partir de 2006, quando estava na equipa CSC, acompanhado nas principais provas internacionais pelo engenheiro italiano, que se deslocava para os locais de alojamento na véspera das competições. O trabalho na bicicleta era efectuado nos quartos de hotel, longe dos olhares indiscretos, no maior secretismo, conforme era exigido por Cancellara. A ultima corrida em que Checchini esteve presente foram os Jogos Olímpicos de Pequim, tendo a partir daí as adaptações sido efectuadas pelo mecânico da equipa.
O sistema Gold Race, patenteado pelo seu autor, permite que as fricções sejam diminuídas em 95% e testes realizados em laboratório confirmam que o ganho pode ir até os 3 segundos por km, a uma potência aplicada de 340 watts. A eficácia desta invenção tem vindo a ser melhorada ano após ano, pois em 2005 o ganho por km era de apenas 1,75 segundos. Outra vantagem implicitamente ligada a esta invenção prende-se com a diminuição da concentração de ácido láctico no sangue numa percentagem estimada entre 27 a 35%.
O principio Gold Race apoia-se num rolamento de esferas, compostas parcialmente por grafite e por um óleo complexo, numa mistura de duas substâncias, cuja composição é secreta. Esta mistura é muito particular, devendo mesmo ser adaptada conforme as condições climáticas, pois em razão do grau de humidade e a temperatura ambiente obriga à alteração das doses das duas substancias que interagem entre si, daí o acompanhamento de Checcini nas provas mais importantes, de forma a que tudo corresse da melhor maneira.
Há cerca de um ano este sistema começou a ser comercializado, perante a autorização da UCI, que permitiu a legalização deste sistema, pelos vistos também dentro do maior secretismo.
Camelbak de Frank Schleck sob suspeita
As artimanhas utilizadas pelos ciclistas para ganharem alguns segundos, que se tornam preciosos nas provas contra-relógio levou o vencedor do ultimo Critério Internacional, o mano mais velho dos Schlecks a utilizar um camelbak que, para além de proporcionar uma rápida absorção de liquids se transformou num importante meio aerodinâmico, contestado, em especial pelos críticos italianos.
No ciclismo estão proibidos todo o tipo de apoios aerodinâmicos – à excepção dos já permitidos -, destinados a proporcionar uma melhor penetração do homem e da bicicleta, contra a resistência oferecida pela atmosfera, daí as constantes inovações tecnológicas serem alvo de aprovação prévia por parte da UCI.
De feitos em feitos, as maiores inovações tecnológicas começaram com o dinamarquês Ole Ritter que bateu o recorde do mundo da hora na cidade do México depois de uma adaptação à altitude de cerca de um mês. Para além deste factor decisivo, Ritter utilizou sapatos de verniz e introduziu a licra no seu fato de peça única (calção e camisola) hoje vulgarizados.
O italiano Francesco Moser foi o primeiro a introduzir as rodas lenticulares com diâmetro diferente, com a roda traseira com um diâmetro muito superior à dianteira, posteriormente proibidas pela UCI.
O irlandês Obree também bateu o record da hora numa bicicleta original, dizem que feita com alguns utensílios aproveitados de uma máquina de lavar, que obrigou a UCI a regulamentar as medidas da bicicleta, nomeadamente no que concerne ao recuo do selim.
Mas revolucionário terá sido a extensão de guiador utilizado por Greg Lemond, no contra-relógio final da Volta a França de 1989, derrotando por escassos oito segundos o francês Laurent Fignon. Do triatlo para a estrada, o guiador de Lemond foi o precursor das grandes “cabras”, utilizadas hoje em dia e sem duvida o segredo que proporcionou ao americano o triunfo no Tour.
A pequena vantagem deixou margem para que os especialistas em ciclismo atribuíssem o êxito do americano não a seu esforço individual, mas à utilização de um novo apoio, destinado a aumentar a aerodinâmica de sua bicicleta. A uma velocidade de 40 km/h, LeMond ganhou ao seu adversário francês dois segundos por quilómetro numa das mais célebres derrotas da história do ciclismo.
Fonte: Jornal Ciclismo