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Bianchi B4P Mono Q - história da evolução

ALNM

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Foto actualizada
dsc01497m.jpg

http://www.youtube.com/watch?v=mXSCHFf5s4M

Peso= 6080 gramas

Quadro Bianchi Mono Q
Forqueta Bianchi FF38 FORK FULL CARBON B4P - 1.1/8"
Caixa de direcção Fsa Orbit CE Plus

Rodas Lightweigh Standard III Tubular
Fechos Lightweight
Pneus Tufo Elite Jet 20<160g

Travões Pinças Skeleton Record
Pedaleira Campagnolo Record Ultra-Torque Compact 34/50
Copos Campagnolo Record
Desviador frente Campagnolo Super Record
Desviador trás Campagnolo Super Record
Cassette Campagnolo Super Record (12-25)
Manípulos Campagnolo Ergopwer Super Record
Corrente Campagnolo Record
Braze-on McFK Braze-On

Guiador FSA K-Force Compact
Avanço Extralite Oversize 90mm
Fitas BBB
Pedais Exustar Ti
Espigão Campagnolo Record 31.6mm 250 mm
Selim Selle Italia SLR C64

Computador Polar
Grade Bidon Campagnolo Record

Preâmbulo
Depois de terem surgido algumas italianas no top dos tópicos “análises e testes”, nomeadamente uma Bianchi Via Nirone e uma Lite Alloy SL, é agora a vez de acrescentar uma B4P Mono-Q. Mas esta tem uma história que é preciso contar primeiro.

Nos anos em que andei de bicicleta na estrada fi-lo sempre em bicicletas com roda 650c. Eram as mais utilizadas em triatlo. Há cerca de 5-6 anos deixei de treinar regularmente. Sobretudo por motivos profissionais, mas também pela desmotivação causada por diversos acidentes com veículos motorizados que me deixaram lesões físicas irreversíveis e muito medo de andar na estrada. Mas nunca me desfiz de uma das bicicletas: um quadro Cannondale Aero, equipado com grupo Durace de 9 velocidades e rodas Zipp 303 de tubular. Mais recentemente, sempre que queria andar, carregava a bicicleta no carro e ia para lugares com pouco trânsito onde ficava às voltas.

cann21.jpg


Até que há dois anos decidi, em alternativa, andar de BTT (eu sei, não nos cruzamos com veículos motorizados mas passamos por outro tipo de perigos...). Actualizei o velhinho quadro de Cromoli que não se mexia há mais de 15 anos, mas logo passei para uma semi-rígida de carbono e a seguir, entusiasmado com a possibilidade de fazer umas maratonas, para uma suspensão total. Comecei a ganhar confiança e a sair de casa já montado na btt quando ia para a serra. E então, porque não voltar à estrada? Mas o quadro Cannondale em alumínio, ainda por cima com aquela geometria aerodinâmica e com rodas de perfil alto e tubulares, não é o mais indicado para uma lesão na cervical.

Foi aí que decidi comprar uma bicicleta de carbono mas agora de roda 28”. Que não fosse demasiado cara, porque não estava seguro (e ainda não estou) de poder vir a andar muito, mas ao mesmo tempo com um quadro suficientemente bom para merecer ser melhorado, caso eu continuasse. Até que encontrei uma Bianchi de serviço a um preço provocante.

bianchi19.jpg


Trata-se de um quadro B4P (Born for Performance), no clássico azul celeste da Bianchi, equipado com um grupo que era uma mistura de Campagnolo Centauro em carbono com Veloce e rodas Scirocco. O espigão do selim, o avanço e o guiador eram FSA, o selim era um Selle Italia SLR Gel Flow branco. A transmissão incluía um pedaleiro compacto (50/34) com cassete 12-23. A bicicleta estava quase nova e era um modelo deste ano. Disso não havia dúvidas porque o quadro (o Mono-Q) foi lançado em 2009. Não resisti.
Estávamos em Maio de 2009.

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ALNM

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À compra da bicicleta juntei a de uns pedais Exustar Ti; mais tarde troquei o avanço, o guiador, o espigão de selim e a grade de bidon. Ficou com este aspecto:

bianchi15.jpg


Nesta altura também já troquei o selim. É a seguinte a lista actual de componentes:

Quadro Bianchi Mono Q (tamanho 50)
Forqueta Bianchi FF38 FORK FULL CARBON B4P – 1.1/8”
Caixa de direcção Fsa Orbit CE Plus
Rodas Campagnolo Scirocco
Travões Pinças Campagnolo Veloce
Desviador frente Campagnolo Veloce
Desviador trás Campagnolo Centauro
Cassette Campagnolo Centauro
Manípulos Campagnolo Centauro Carbon
Corrente Campagnolo Centauro
Avanço + Guiador (integrado) Cinelli Ram 2 Bianca + checkpoint
Fitas Cinelli
Pedais Exustar Ti
Espigão Fsa Kforce 31.6mm 250 mm
Selim Selle Italia SLR kit carbonio flow
Computador Cateye
Grade Bidon Bontrager XXXlite

O peso total está actualmente nos 7 800 gramas com todos os acessórios. O projecto é chegar aos 6 800 gramas (espero não ter de mudar o quadro…) mas mantendo o “pedigree” italiano (será que resisto?...)
 

ALNM

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Agora vem a análise:

O quadro
Trata-se do Mono-Q que a Bianchi introduziu este ano na gama B4P (Born for Performance). Tem a mesma geometria do T-Cube, com garfo também em carbono. A diferença está no processo de construção que, sendo monocoque na Mono-Q, permitiu reduzir os custos de produção e chegar a preços mais baixos no consumidor. O peso vem penalizado em apenas 40 gramas, sendo de 1080 gramas na Mono-Q.
Tal como os restantes quadros da gama B4P, com os quais partilha a geometria, a aparência é marcada pelos tubos de diâmetro reduzido (mais evidente nas escoras) em contraste com o que acontece na maior parte das bicicletas actuais. O resultado é uma semelhança com os quadros em aço, não só em termos estéticos, mas também nas sensações que transmite - dizem os críticos, mais entendidos do que eu.

bianchi18.jpg


O cockpit - guiador e avanço
O guiador tem o avanço integrado e, não sendo um peso pluma, não é dos integrados mais pesados. O peso total indicado (que eu não confirmei) é de 399 gramas com o “checkpoint” para montar o velocímetro (adquirido á parte). É exageradamente caro. Encontrei-o, por mero acaso, numa loja de Lisboa que representa a Cinelli (estou sempre a bisbilhotar as lojas da zona de Lisboa e arredores). Tinham-no desmontado de uma bicicleta e fizeram-me um preço muito bom. Só por isso não resisti a comprá-lo. Mas já procurava um guiador plano porque diziam que um guiador plano permite variar a postura em cima da bicicleta e ter mais conforto. Eu nunca tinha usado um, por isso resolvi dar o benefício da dúvida. Além disso, os guiadores que utilizei tinham sempre extensores e não podiam ser agarrados fora dos punhos. Essa era uma posição que eu via muitas vezes os outros utilizar, quer a subir ou para descontrair, mas que eu nunca tinha experimentado.

Os cabos passam por dentro mas o guiador não tem guias internas. Foi muito (mesmo muito) difícil montar os manípulos e garantir que os cabos não ficam a roçar em nenhuma aresta. Eu já tinha lido um comentário sobre isto num fórum estrangeiro, mas o mecânico não valorizou o meu aviso. Acho que agora nunca mais se esquece. Nem quero pensar como será quando eu quiser trocar de manípulos …

Desde o início que senti que era confortável. Sendo plano, não magoa as mãos quando se agarra ao meio, mesmo por períodos longos de tempo, e permite uma posição muito eficiente para subir sentado. Ao fim de algum tempo encontrei apenas dois contras: 1 - não permite colocar extensores, aos quais eu estava muito habituado em voltas longas porque ajudam a descansar as costas; 2 - o guiador é tão bonito que só coloquei fitas junto aos punhos, pelo que a parte do meio ficou com o carbono envernizado à vista mas escorrega.

As fitas brancas sujam-se muito, mas são as únicas que ficam bem. São da Cinelli e são muito macias. Mas ainda não as usei com chuva… Bem, eu não ando de bicicleta de estrada debaixo de chuva.

Quanto à resistência não tenho opinião mas, claro que se há alguma possibilidade de um guiador flectir, nunca será tanto um plano e muito menos este que é integrado.

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O grupo
No que respeita à transmissão, sempre usei Shimano e não gostava da ergonomia dos manípulos Campagnolo. Sobretudo por causa daquele botão do lado de dentro que serve para desfazer as mudanças e do aspecto do revestimento de silicone. Mas, ao fim de 1200 km, fez-me confusão o Durace quando voltei a andar na Cadd Aero. Conclusão: preconceitos !! Mas claro que há outras diferenças.

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Os manípulos são os Ergopower Centauro com corpo em carbono. O revestimento de silicone contribui significativamente para o conforto; o tal manípulo que eu não gostava permite várias posições do desviador da frente, tal como acontece nos rotativos SRAM em BTT; agora a ergonomia parece-me perfeita e já não preciso mudar as mãos de posição para chegar a todos os comandos. As passagens são suaves, sem grandes estalos na passagem dos pratos, como acontece no meu Durace antigo. Já para não falar da forma como os cabos saem dos punhos: no Durace fazem um verdadeiro estendal na frente do guiador.

A transmissão inclui um pedaleiro Centauro compacto com manivelas de alumínio forjado com 172,5 cm e pratos 50/34, também em alumínio. O desviador é um Veloce. Atrás, a transmissão inclui uma cassete 12/23 de 10 velocidades e um desviador Centauro com corpo em carbono,

Eu nunca tinha utilizado um pedaleiro compacto e esta foi, sem dúvida, uma das grandes diferenças que eu senti quando comecei a andar nesta bicicleta. Para quem mora em Sintra, o andamento (34 frente - 23 atrás) permite subir muito melhor do que o 39f – 21a que eu tenho na Caad Aero. Mas também é verdade que a descer (e algumas vezes em plano), o andamento 50f-12a do compacto esgota muito cedo, enquanto que o 52f-11a permitia atingir maiores velocidades. Este é um ponto que vou corrigir assim que alterar a transmissão, isto é, acrescentar o carreto de 11 dentes na cassete. Mas o pedaleiro compacto é para nunca mais ser alterado.

Os travões são os Veloce Skeleton. Gosto bastante da potência de travagem e até agora cumpriram bem a missão (ainda bem …).
 
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ALNM

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As rodas
São as Scirocco, com cubos de corpo em alumínio e rolamentos selados. O peso indicado é de 1725 gramas sem os fechos rápidos. São de perfil médio mas, mesmo assim, nota-se a força do vento no Guincho (não sei se há rodas que passem o teste do vento no Guincho…). Os aros têm uma estética razoável mas a crítica é unânime em dizer que é mito difícil montar os pneus (ainda não precisei de o fazer). O enraiamento da roda de trás segue o sistema G3 da Campagnolo, cuja estética não é consensual e sobre a qual eu não consigo ter opinião: é Campagnolo; segundo eles, aumenta a rigidez da roda. Os fechos podiam ser mais bonitos…
Os pneus são os Michelin Lithion. As câmaras de ar … nunca as vi !!

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Os pedais
Corpo em fibra de carbono com eixo em titânio. Quando foram lançados, em 2007, eram anunciados como os mais leves na categoria de pedais de estrada. Têm um peso anunciado de 186 gramas e eu confirmei 188 g na minha balança. Os cleats são os vermelhos, que permitem maior mobilidade no pedal (7º). Utilizo-os com sapatos SIDI Dragon 2. Gosto do conjunto porque, apesar de permitirem alguma amplitude de rotação (eu estava habituado a cleats fixos nos Look que tenho da Caad Aero), não deixam de transmitir segurança, mesmo nas situações mais complicadas em que é necessário puxar pelo pedal com mais força. Até agora, o único contra destes pedais é a cor, que eu gostava mais que fosse preta.

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O Selim e o espigão
Trata-se do SLR kit Carbon branco montado num espigão FSA K-Force de 31,6 que tem um recuo de 32 mm. Sempre me dei bem com este selim, tanto mais que tenho outros dois, um na Caad Aero, outro na btt de suspensão total. O selim já teve um acidente como se nota na fotografia: a bicicleta caiu e o selim esfolou. Talvez por isso resolveu castigar-me, logo no dia seguinte, com uma lesão que me vai deixar afastado por, pelo menos, três semanas (espero que seja só isso) e que me obriga a moderar o entusiasmo pelas bicicletas …

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Apesar de tudo, continuo a considerar que é o melhor selim, a par do Tune SpeedNeedle que uso numa btt e de que também gosto muito, mas que eu não gostaria de ver nesta bicicleta. Claro que o conforto depende muito da inclinação do selim, da posição das guias no espigão e da posição em que nos sentamos. Tem um peso anunciado de 125 gramas, eu confirmei 130 gramas.

O espigão foi mal escolhido. Tem um recuo demasiado grande para mim e obriga-me a colocar o selim muito à frente, já no limite das guias. O que, esteticamente não fica muito bem, além de que pode levantar problemas de resistência. Mas, por outro lado, permite uma maior flexão, o que contribui para um melhor amortecimento. Ao mesmo tempo, eu ajusto o selim com um nível, regulando a parte plana (do rasgo para a frente) de forma a ficar horizontal ou muito ligeiramente inclinada para a frente.
Penso vir a trocar este espigão por um igual com 25 mm de recuo, ou mesmo recto.
 

ALNM

Member
O projecto
O projecto consiste em diminuir o peso ao mínimo, mas mantendo o pedigree italiano e evitando mosaicos de componentes. Para já, estão encomendadas umas rodas Shamal titanium e uns pneus Ultremo R1. Resisti a encomendar rodas de carbono de baixo perfil que permitiriam reduzir significativamente o peso mas que, para além de muito caras, acabaria por não utilizar no dia-a-dia. Mais tarde penso trocar o grupo. Com este quadro, o peso final deverá chegar aos 6800 gramas com velocímetro e grade do bidon.

A dúvida está em actualizar, ou não, para 11 velocidades. Já ouvi uma opinião negativa, mal sustentada, mas nunca ouvi nenhuma positiva.
 

RaTaMaCue

Member
Gostei muito de ler a tua analise. Obrigado pelo post. Alta máquina que tens aí, quem me dera. Parabéns.

Lamento os incidentes com os "veículos motorizados". Como já fui atirado para a veleta por um, onde fiquei com um cotovelo mandado a baixo e a besta nem se dignou a parar, sei bem o que é isso do "medo de andar na estrada". O carro que vinha atrás da referida besta passou a 15 cm da minha cabeça... mas este já parou para ver se me podia ajudar!

Boa sorte, bons passeios e cuidado com as bestas motorizadas.
 

tunes

New Member
boas.

Nao querendo ser tendencioso (visto que tb possuo uma bianchi, mas a via nirone com uma pintura semelhante) arrisco-me a dizer que esta e das bicicletas mais bonitas deste forum!!!
Fantastica!!!

Parabens.

Abraço
 

Burning Dogma

New Member
Eu canso-me de comentar as Bianchi, porque a única coisa que sei dizer é que são lindas:D Obviamente esta não foge à regra. E claro que concordo a 100% com a ideia de manter o pedigree italiano da mesma, portanto esse espigão FSA tem que ceder o lugar a um Cinelli, Deda, Campagnolo ou ITM, por exemplo;)

BTW, esse monumento aí numa das fotos é o Palácio de Queluz não é?
 

ALNM

Member
É muito bom sabermos que os outros apreciam o que tentamos fazer com gosto. Obrigado pelos comentários. Muito embora, pelo que tenho visto aqui no fórum, sejam na maoria aficionados das Bianchi.

BTW, esse monumento aí numa das fotos é o Palácio de Queluz não é?
Sim é o Palácio de Queluz (mas eu sou ALNM). Estava a passar por lá com a bicicleta no carro quando me lembrei que dava um bom cenário.

Sempre pensei que a FSA fosse Italiana ou, pelo menos, de origem. Até porque as Bianchi vêm muitas vezes equipadas com FSA :rolleyes: Se eu estiver errado, tenho de corrijir o espigão...

Com os 1200 km que fez no mês de Agosto, a bicicleta ficou a merecer os upgrades. As rodas estão atrasadas mais uma semana - serão as titânio porque o importador ainda não tinha recebido as pretas quando fiz a encomenda. Mas, surpreendentemente, o grupo Super Record veio mais cedo do que eu queria e amanhã já deve estar montado :)

Dar-vos-ei fotografias e noticias.
 

ALNM

Member
A montagem ficou pronta como prometido. Mas houve um mal entendido: montaram o grupo Record em vez do Super Record :mad:
Há a possibilidade de trocarem o material mas estou inclinado a deixar como está. A diferença é de 200€ no preço e de 56 gramas no peso, dos quais 24 gramas são na cassete. As restantes 32 gramas que o Super Record tem a menos são à custa de alguns parafusos em titânio. De resto o aspecto visual apenas é diferente no logotipo e na cor preta do desviador traseiro.

Fico desiludido porque não é o que eu estava à espera mas, de qualquer forma, amanhã vou testar o grupo. Para já ficam aqui algumas fotos actuais.

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Burning Dogma

New Member
Se houvesse uma votação paa bike mais linda do fórum, eu votava já nesta. Mamma mia, Bianchi com grupo Record e rodas Shamal, é a perfeição:D

Já agora, não me enganei no teu nick, BTW quer dizer "by the way", que é como quem diz, "já agora...";)
 

NiKES

New Member
Pena mesmo não serem mesmo umas Shamal. As rodas estão abaixo da qualidade do resto. A bicicleta ta muito boa, parabens ;);)
 

ALNM

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Ambos têm razão: a bicicleta fica(rá) na perfeição com as Campagnolo Shamal e as Scirocco (que ainda estão montadas) não estão à altura do resto :D
De facto, as rodas foram as primeiras a serem encomendadas e ainda não chegaram (já lá vão 5 semanas :mad:), enquanto o grupo foi encomendado na quarta feira à tarde e no sábado já estava montado…

No domingo foi o meu regresso às bicicletas ao fim de 3 semanas de paragem forçada. Nem era possivel resistir a experimentar o grupo Record de 11 velocidades. Foi uma volta curta (cerca de 40 km) sem declives muito acentuados mas que deu para tirar as primeiras impressões.

Se já tinha ficado bem impressionado com o grupo Centauro-Veloce (por comparação com Shimano), este Record de 11 velocidades superou tudo o que eu esperava, não só pela suavidade, mas também pela eficácia e rapidez nas mudanças. As manetes têm o mesmo desenho ergonómico nos dois grupos (ergopower), mas no Record o pedaleiro tem rolamentos cerâmicos, manivelas ocas em carbono e pratos anodizados em negro; os desviadores têm o corpo em carbono e os travões, embora semelhantes na geometria, são 68 gramas mais leves. Mantive a configuração compacta no pedaleiro (50-30) e optei por uma cassete 12-25 com relações: 12,13,14,15,16,17,18,19,21,23,25.

O curso da manete que comanda o desviador da frente é agora mais curto, assim como a força necessária para accionar o desviador traseiro é menor o que contribui para um funcionamento mais suave. O ajuste micrométrico do desviador da frente permite usar todos os carretos da cassete com o mesmo prato na pedaleira o que, em conjunto com esta cassete de 11 velocidades, reduz (e muito) as descontinuidades nas passagens de andamento. Subir (e descer) continuamente na cassete faz lembrar o funcionamento de um motor eléctrico de velocidade variável. Não fossem as pernas o propulsor :rolleyes:...

Acredito também que o conjunto pedaleiro tenha maior eficiência no grupo Record (muito embora as minhas pernas não tenham precisão para o medir) já que os rolamentos são cerâmicos.

Primeira impressão: ****(*/2) - reservo meia estrela (*/2) para o Super Record.

De uma maneira geral, o conjunto está muito eficaz. Nota-se que não há desperdícios de potência (pelo menos a de que disponho) quando se pedala em força e em pé. Para isso contribui, não só a geometria do quadro, mas todo o conjunto incluindo o guiador integrado.

E acabei por decidir abdicar de 56 gramas e não trocar este grupo pelo Super Record. Agora "só" falta actualizar as rodas e alguns pormenores (espigão, grade do bidon, etc.).

Obrigado pelos vossos comentários. Vou tentar continuar a satisfazer as vossas espectativas ;)
 

NiKES

New Member
Com o super record, só ganhaste dinheiro, não irias notar diferença acho eu ;) A nivel estético, o desviador é mais bonito.

Com as Shamal, vais ficar com um avião :D:D
 

Burning Dogma

New Member
A maior diferença funcional do Record para o SR são os rolamentos da pedaleira, USB no Record e CULT no SR. Para ser sincero não sei bem qual a diferença entre ambos, mas penso que tem haver com o facto dos USB serem cerâmicos híbridos (esferas cerâmicas e pistas metálicas) e os CULT serem totalmente cerâmicos. Espero com isto não estar a dizer uma grande asneira. Os CULT, segundo a marca, devem ser lubrificados apenas com óleo em vez de massa.

De resto, tens uma pequena peça em titânio nas manetes no SR que no Record é de aço e pesa mais umas 3 ou 4g, o desviador tem uma pintura diferente, a cassete tem mais uns carretos de titânio e os travões tem os parafusos todos em titânio enquanto os Record tem apenas os de fixação no quadro. Assim por alto, acho que é isto.

Só por curiosidade, já usaste manetes Campagnolo pré-Ultrashift? Se sim, estas novas tem um trabalhar muito mais leve e suave que as antigas? É uma das queixas que oiço em relação aos grupos actuais da Campagnolo, que se aproximam da Shimano com o trabalhar mais suave. Tenho que ser sincero, algo que me atraiu nas transmissões da marca foi o trabalhar forte das manetes. Eu tenho as Centaur Ultrashift e neste aspecto são uma desilusão, são suaves como umas Dura Ace:(
 

ALNM

Member
Como dizem, as diferenças do Record para o SR são mínimas, excepto na cassete. Por isso o funcionamento há-de ser semelhante. Perco 56 gramas mas ganho cerca de 200 €...

Tens razão, a diferença entre os pedaleiros está nos rolamentos. USB e CULT no Record e Super Record, respectivamente. Os rolamentos são cerâmicos nos primeiros, enquanto que nos segundos as pistas são feitas de um material de elevada resistência á corrosão que perm ite que a lubrificação seja feita com óleo, em vez de massa. O resultado é uma menor resistência ao rolamento, mas o peso difere muito pouco.

Eu nunca tinha usado Campagnolo até ter esta Bianchi. Por isso nunca usei "pre-Ultrashift". Suavidade é uma forma muito sujectiva de eu descrever o modo de funcionamento que pode não ser entendido por todos da mesma maneira. O que eu quero dizer é que
no Campagnolo sentes um "clique" quando actuas no manípulo; seja no exterior para fazer subir uma mudança, ou no interior para desfazer. Mas a mudança entra imediatamente. Deve ser o que o Gonçalo chama "trabalhar forte". É quase como se fosse um interruptor; não precisas continuar a fazer força na manete para que a mudança entre.
A suavidade do Record de 11, quanto a mim, vem acrescida devido ao menor curso da manete necessário para fazer o "clique" (aproxima-se mais de um interruptor) e às relações mais curtas entre os sucessivos carretos.
 
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MJRocha

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O que o Burning quer dizer é que as mudanças são mais secas nos antigos grupos (é uma das coisas que ainda me faz usar um grupo dos antigos). Tens um exemplo muito parecido, para quem já experimentou em btt, a sram tem um trabalhar mais seco em relação á Shimano, principalmente nos Shimanos de á dois anos para trás(os mais recentes já são um pouco mais secos tambem).
 
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