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As voltas do Fogueteiro

fogueteiro

Active Member
Nikes,

agrada-me quando o meu entusiasmo por alguma coisa é partilhado por outros. Qual a tua opinião da subida? Achaste-a dura? Ou foi canja para ti, tipo.... Cerdeirinhas?:D:D

Faz o relato e coloca aí o trajecto que fizeste.
 

NiKES

New Member
Aqui vai o percurso, feito com o meu pai e outro colega de 65 anos... como disse uma senhora la no cimo da serra da freita... temos ai 3 gerações !!! Percurso espectacular, estradas podres, entre arouca e pedorido ta em muito mau estado... deu para cansar bastante. Mas é mesmo isso que eu gosto !!

serradafreita.jpg


A subida da serra da freita, por cepelos, achei fantastica :D Em termos de dureza faz se bem, fiz a um ritmo baixo, com tranquilidade como sempre ;) Não tem nenhuma rampa que dê para fazer disparar o pulsometro, o que é muito bom :D A subida por onde desci (tb com piso fraco) deve ser mais dura penso eu, tinha umas rampas que me pareciam bem durinhas e o piso é fraco em toda a subida.

Foram portanto 185km com 2930m de acumulado, média 20,7. A conclusão é que quando tiver 65 anos, espero ainda andar assim.....

Próximo passeio programado na zona de Baião, Régua e Lamego, deverá ser na próxima quarta.

Boas pedaladas !!
 

fogueteiro

Active Member
Grande volta! Parabéns, sobretudo, aos grandes homens que foram contigo. Não achaste a rampa final da Freita, dura!! Bolas, então eu estou mesmo KO!!!! Foi mais ou menos isso que eu e o Mingus fizemos no Domingo.

Se 4ª vais para os lados de Lamego eu vou para os lados de Braga - Arcos de Valdevez - Castro Laboreiro - Gerês. A não ser que aconteça alguma coisa que me impeça.
 

patrick pires

Well-Known Member
Excelente post Zé.. sim senhor, isto é o verdadeiro espirito!!
So falta a este post uma volta pelo parque de montesinho...
Fiz a dias uma volta de 155 Km (Vinhais-Bragança-Torre Dona Chama-Mirandela-Vinhais) e bom, espectaculo!! se quiseres avisa..

abraço
 

fogueteiro

Active Member
Ò Patrick tu és demolidor!!;);):D Bons olhos te vejam, amigo.

Essa zona é um espectáculo, e podes crer que na 1ª oprtunidade não a perderei, se possível atrasando-te com o meu andamento.;)

Como vai essa recuperação? Pelos vistos já estás ok.

OFF TOPIC:

Não estavas à beira de ser novamente pai? Epá espero não estar a fazer confusão:confused::confused:.
 

patrick pires

Well-Known Member
Já estou recuperado obrigado, mas antes da maratona de Portalegre ainda voltei ao tapete... isto do Btt não é definitivamente para mim.. jejeje
Podes crer que a zona é fantastica, passas por zonas bem distintas com paisagens que enchem o olho..
quando quiseres passear por aqui já sabes, volto a deixar te o convite..

Respondendo ao teu off topic, sim em principio nasce no incio de Setembro.. se agora com 1 filho tenho o tempo contado agora com 2.. bbufff..

abraço
 

fogueteiro

Active Member
Ontem, estava prespectivada uma voltinha a solo, visto o Mingus não puder andar, pela serra da Boneca, com volta por Canedo. Mas Sábado à noite, ficou combinado que teria a companhia de mais dois colegas, colegas esses que nos acompanharam em parte do percurso que eu e o Mingus fizemos na semana passada.

Às 8 e 30 arrancamos do cais de Gaia, com um ritmo interessante, sempre pela N108´, em direcção a Entre-os -Rios. Talvez por costumar passar por aquelas bandas em horários diferentes, não estava acostumado ver tanto pessoal. Fiquei admiradissimo por me cruzar com grupos enormes e em tão grande quantidade. A certa altura, eu vinha atento, eis que me cruzo com o Altino (Mr.Al). Lembrei-me de imediato do recado que ele deu ao André, para berrar quando se cruzassem.

E foi o que eu fiz: "Ei, Altiiiiiino!!!!" Braço no ar, lá nos cumprimentamos, mas deu para ver que ele ia em passeio tranquilo, e só hoje via a razão. Mais uma vez os meus parabéns.

Em Rio Mau, mais um encontro. Passou por nós um grupo grande e lá no meio uma figura, que não escapa por 3 razões: 1ª O seu estilo peculiar de pedalar, 2ª a falta de capacete, e finalmente pela sua Canyon. De quem falo: Sim, esse mesmo.... o Consciouness. Outro berro: "Ó Consciouness!!". Conversamos uns breves momentos, mas rápidamente o incentivei a recolar-se ao grupo em que ia, e que se afastava, porque os andamentos eram muito diferentes.

Faço daqui um convite a esse homem: Escreve os relatos das tuas voltas, porque pelo que sei e pelo que me disseste ontem, também tens um rol de aventuras dignas, e que muita gente gostaria de saber.

Continuamos a nossa viagem. Atravessamos a ponte em Entre-os-Rios, e entramos no 2º sector do passeio... o mais duro. Depressa verifiquei que me sentia muito bem. Do grupo eu seria partida o arado, mas como me sentia tão bem, as subidas foram ultrapassadas com alguma facilidade, aliás com a facilidade que eu já pensava estar para trás por causa dos anos que se vão passando. Honestamente fiquei satisfeito, porque a forma está a voltar, o que não deixa de ser animador, sobretudo para 5ª feira.

Foi uma volta, com cerca de 100 kms e 1350 de acumulado, feita de forma bastante rolante e sobretudo muito boa porque me fartei de rir e divertir.
 

Mingus

Member
Mais uma volta à maneira de um trio fantástico na margem sul do rio Douro. A ver se em breve combinamos mais um passeio.

Presumo que na 5ª feira vás fazer aquela tirada espectacular pelo Minho. Pelo que me lembro do mapa vai ser um empeno à maneira. :) Cá ficamos à espera de mais um belo relato e de fotos.

Abraços
 

fogueteiro

Active Member
Boas Mingus.

então e atua voltinha também foi agradável?

Quanto às nossas voltas, já sabes que podendo estarei smpre disposto a ter a tua companhia.

Pois vai ser na 5ª feira, o tal dia do empeno certo e seguro. Se estiver calor ainda vou entrar por um rio dentro com a bicicleta e tudo!!! ;);););):D

Estava previsto ser na 4ª mas teve que ser adiada, esperando que não surja outro contratempo. Em relação ao relato, vais tê-lo concerteza... e as fotos também, embora tendo um milhão de pixels a menos em cada uma.:D:D:D:D
 

Mingus

Member
Este fim de semana resolvi fazer a tal paragem técnica de que falavamos a semana passada. No sábado dei uma voltinha de 2 horas por Vilar de Luz e Agrela.

Para quinta-feira, o accuweather dá temperatura de 17º e céu nublado para os lados que vais, o que é sempre bom para a aventura que vais fazer. Que te corra tudo como planeado. ;-)
 

duchene

Well-Known Member
O chefe não estranhou o facto de teres levado uma piscina insuflável e de estares a trabalhar com as pernas de molho? :D
 

fogueteiro

Active Member
Por incrível que pareça, até eu estou admirado, mas sinto o corpo um pouco maçado mas nada de especial. Terá sido por levar um kms novo?:D:D
 

Mingus

Member
Eh eh eh! Se for do conta-kms novo há boas perspectivas para as minhas próximas voltas, pois ontem também tive de meter um novo.

Força ai no teclado. :)
 

fogueteiro

Active Member
Castro Laboreiro ali tão... longe!!

Esta já está!!! Já ninguém ma tira!!!

Pois é pessoal, ontem foi dia de barrigada ciclística. Foram quase 12 horas em cima da bicicleta, que ao contrário que muitos possam pensar, foi um prazer. Era uma volta planeado há cerca de 8 meses, e que ontem se tornou realidade. Dados do meu garmin, aqui ;);):D

O planeado era começar a pedalar pelas 5,30, a partir de Famalicão, mas comecei cerca de meia hora depois, por opção. O Nikes ainda se mostrou interessado em me acompanhar, mas à última disse que não podia.

Vários contratempos surgiram, e logo à partida um deles me incomodou. Tinha-me esquecido das luvas. Sempre as utilizei, por isso senti logo a diferença, e durante todo o dia senti a sua falta. A temperatura igualmente muito baixa para a época, incomodou-me logo no início e não deixou de me prejudicar ao longo do dia, sobretudo nas descidas.

Às 6 da matina, a N14 estava muito tranquila, mas quando cheguei a Braga, já desejava sair dela o mais rapidamente possível. Pensava eu que a N101 (braga – Monção) me iria trazer mais calmaria, mas bem me enganei. Aliás só depois de Vila Verde é que comecei a entrar (lentamente) noutra dimensão. Por isto, decidi na volta não repetir a experiência. Para o regresso eu tinha 3 possibilidades, e uma delas seria a escolhida, mas iria fazê-lo ao longo do dia.

À entrada de Vila Verde
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1ª grande dificuldade do dia. A subida, após, Vila Verde. É uma subidinha com cerca de 5 kms, muito gostosa porque a inclinação mantém constante, nos 4 -5%. Eu ia a aproveitar casa metro ou melhor… cada centímetro. Ponte da Barca ficou para trás, e depressa entrei em Arcos de Valdevez. Até ali o andamento tinha sido bastante constante e até um pouco elevado.

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Foi nesta vila que fiz a minha 1ª paragem e a mais prolongada. Foram 10 minutos para beber um compal e comer uma sande. Foi igualmente a partir daqui que entrei noutra dimensão. Acabou-se o trânsito, e começou o silêncio e a tranquilidade.

As aldeias de Cabreiro, Sobreira e finalmente Sistelo, vivem ao ritmo do ambiente que os envolve. Mesmo o gado, paçorrento é condicionado por este ambiente. Dos Arcos a Sistelo, mais uma subida com cerca de 10 kms, em ritmo elevado, mas moderado, porque eu sabia o que me esperava. É mais uma daquelas subidas gostosas. Recomendo!! Logo no início da subida, eu perguntei (muitas vezes eu perguntoàs pessoas, somente para ver a diferença de opiniões. Seria interessante eu ter escrito todas elas, desde que ando de bicileta, porque iria dar um livro bastante interessante!!) a um senhor quanto kms faltavam para Merufe. Disse ele: “Faltam uns 30 kms”. Eu aceitei porque sabia que era verdade. Umas centenas de metros à frente perguntei a outro. Resposta dele: “ora, até Merufe, faltam uns………. 7kms”.

Aqui começaram as dificuldades.
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Finalmente Merufe. Seria esta aldeia que marcaria o início da parte pior do percurso. E não me enganei. Logo a abrir as hostilidades, rampas de 16% a descer, com cotovelos apertadíssimos. Experimentem, e verão que não é muito agradável. Logo a seguir, rampas de 10, 11 e 12% durante unas intermináveis centenas de metros, antecedendo a entrada em Tangil. Como invejei o modo sereno e pacato daquelas gentes, nas suas lides agrícolas.

Nunca um santo esteve no sitio certo. Daqui para a frente foi mesmo a marcar passo.
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Após esta aldeia, vieram então as verdadeiras dificuldades do dia. A longa, dolorosa e interminável subida a Santo António. Mas antes parei num café para me alimentar. Estava lá um sr. Que meteu conversa comigo. “Então o sr. Vem de onde?” “vai para onde?” e a pergunta que me partiu todo: “Faz a volta a Portugal!!!!?????” Apetecia-me rir, mas como ele foi tão franco, nem ousei esboçar um sorriso.

Rodas a rolar, pernas a bombar, lá fui eu muito lentamente, serra acima. São 12 kms muito duros de fazer. Para quem conhece: Misturem a subida Covilhã –Torre com a de Loriga – Torre e terão a subida. Foi nesta subida que fiz a minha primeira descoberta científica, que me deixou envergonhado. Descobri que as borboletas, conseguem voar a mais de 8 kms/h… a subir!!! Sim, é isso mesmo!!! Por várias vezes elas passaram por mim que ia a 8 kms/h.

A meio do calvário.
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O topo.
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Finalmente o topo, mas nem assim as dificuldades ficaram para trás. Até Castro Laboreiro, o carrossel é demolidor, com rampas de 11, 12, 14… 16%. Por fim Castro Laboreiro, aldeia que marcaria a mudança de rumo. Nesta aldeia parei para comer mais pesado. UMA sopa e uma sande vitela, vieram dar um novo alento ao meu estômago, já fustigado com “porcarias” que só me enjoam. Finalmente entrei em Espanha. A descida até Entrimo (Espanha) foi decepcionante. O forte vento contra a par dum alcatrão bom mas irregular, não me deixaram embalar e assim aumentar a velocidade como queria.

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Gosto mesmo desta rapaziada. A sério!!

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Entretanto, comecei nova escalada, desta vez em direcção à Portela do Homem. É mais uma subida de 13 kms, muito engraçada, com uma envolvência extraordinária. Divide-se em duas partes. A primeira, suave, é feita a bom ritmo, e a segunda, a seguir à ponte onde a estrada passa para a outra vertente da serra, já mais complicada, com inclinações a rondar os 7%.

Foi exactamente nesta subida que aconteceu o caso do dia. Eu caí… parado!!!!!! Passo a contar. Estava a precisar de encher os bidões, e decidi parar numa fonte ao lado da estrada. Ora, antes de parar, eu vi as condições de terreno junto à fonte e vi que estava ali uma armadilha. A fonte fica ligeiramente afastada da estrada, e os acessos um pouco difíceis para quem anda com sapatos de ciclismo. Do alcatrão à terra existe degrau significativo, e depois o terreno inclina muito até a um vala cheia de mato e água. Estupidamente decidi tentar colocar o pé na terra…. Já estão a ver o filma. O pé resvalou, e lá fui eu estatelar-me na vala, com a bicicleta por cima, e o pé esquerdo ainda engatado no pedal. Mas o pior ainda foi o desencaixar o pé esquerdo do pedal e levantar-me. Digo-vos que não foi fácil. Uns arranhões e uns picos espetados na pele, foi o resultado.

Portela do Homem ficou para trás, e a seguir veio a decepção do dia. Não me lembrava da subida até à Portela de Leonte. Foi demolidora e interminável, ao ponto de me irritar. Penso que como psicologicamente não estava a contar com ela, é que me custou tanto fazê-la. Mas à frente tinha a descida longa até à Caniçada. A meio ainda ponderei ir à Pedra Bela, mas descartei a possibilidade, visto ainda me faltarem cerca de 70 kms, e a hora já ir avançada. Fiquei com um amargo de boca, mas acho que optei pela possibilidade mais sensata.

mata de Albergaria.
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Nova e última dificuldade: Cerdeirinhas. Na Caniçada tinha que optar ir por Amares, mas logo decidi subir as Cerdeirinhas. Sentia-me muito bem e com força, daí ter decidido fazer a subida. Fi-la com muito mais facilidade do que quando por lá andei com o Nikes, no ano passado. Finalmente o topo, na N106. Como me sentia tão bem, impus um andamento bastante forte, até porque o terreno a isso ajudava.


Finalmente tive que fazer a decisão final. Seguir em frente para Braga ou ir por Póvoa do Lanhoso, Taipas. Optei pela última, mas para reforçar a decisão parei junto de duas pessoas para colher informações porque não conhecia o caminho. Mas o que quero realçar é o que me disse um deles: “ Se você quiser cortar caminho para A Póvoa de Lanhoso. Segue por ali, sobe aquela serra e já lá está!” Eu já estava enjoado de subir e aib«nda tive que subir mais e de que maneira como pude ver. Não! Já chegava de subir! Assim lá fui eu, a ritmo sempre acima dos 30 kms/h. Os 35 kms que faltavam fi-los com muita facilidade a ponto de eu próprio ter ficado espantado com o meu estado físico, que estava excelente.

Por fim Famalicão. Satisfeito, aliás muito satisfeito, sobretudo por sentir uma frescura física que me impressionou, e de boa vontade vinha até ao Porto. Posso até dizer que há voltinhas de Domingo que me cansam e causam mais dano que a de ontem.

Dados do meu VDO Z1

Kms percorridos: 260
Média: 22,30
Tempo gasto: 11h38m
Velocidade máxima: 68,60kms/h

Acumulado positivo: 4407
Incl. Média positiva: 4%
Incl. Máxima positiva: 16%
Kms percorridos em ascenção: 100

Acumulado negativo: 4438
Incl. Média negativa: 3%
Incl. Máxima negativa: 15%
Kms percorridos em descida: 114
 

Mingus

Member
Muitos parabéns Fogueteiro. Os números são impressionantes e o relato excelente. A foto da mata de Albergaria está 5 estrelas. Deve ter sido muito bom pedalar por aí.
Pena a queda que felizmente não teve grandes consequências.

Mais uma vez, muitos parabéns. :)
 

Figueiredo

Active Member
Parabéns por mais uma excelente volta e obrigado pelo relato que me fez transportar por breves momentos para esses locais... se fosse eu garantidamente tinha chegado aos 300Km só para não ter que me cruzar com essa cadela que te saltou ao caminho;);), é impressão minha ou não tinha um aspecto nada amigável:confused:
Tenho mesmo que perder a minha fobia com os cães... já fiz cada desvio que nem vos passa pela cabeça:(
 
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