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[Arquivo] La vélo Duchene: As crónicas de André Carvalho

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Morg

Well-Known Member
Muito obrigado pela partilha.
É uma sensação estranha. Estou habituado a entrar neste tópico e deliciar-me com imagens de zonas desconhecidas e sonhar com uma dia pedalar por esses locais.
Na maior parte das fotos consegui rapidamente identificar o local, acho que temos tendência a menosprezar o que é nosso.
Ontem no decurso do meu passeio dominical passei pela vila de Alqueva (ainda me passou pela cabeça refrescar-me na fonte que está junto aos cravos gigantes) e fiz algumas das estradas aqui retratadas.
 

jpacheco

Well-Known Member
Que maravilha Duchene... gostei imenso dos registos e de ver que os 411km não foi o que mais te intusiasmou... é sinal que passaste umas belas 24h pelas estradas do nosso alentejo :p
 

duchene

Well-Known Member
Pedro
Se cada imagem valer por mil palavras, estas abordagens mais fotográficas serão também, à sua maneira, longas crónicas. :D

Mas vamos ver se em breve regresso à escrita, para completar ainda mais estas aventuras e dar-lhes a envolvência que merecem.

Quanto ao prazer de pedalar, que seja isso mesmo. O que nos dá prazer a nós e a que só a nós dirá respeito. Haverá dias e gostos para tudo. E eu gosto muito dos meus dias assim. :eek:

Valter
O DNF deste ano "só" te deve apoquentar na questão da homologação maior. Lá terás de fazer o desvio a Salamanca. Física e mentalmente, estás aprovado! Já chegaste a conclusões quanto aos sucessivos furos?

Quanto aos brevets a pedalar, penso que o Alqueva tenha sido mesmo o meu último este ano.

Já tinha comentado que o BRM600 não me entusiasma particularmente, muito por culpa do traçado. Começo a ficar com o bichinho de tentar algo mais longo e ano seria particularmente bom para isso, já que consegui cumprir com sucesso o BRM400 e já tenho alguma bagagem física e mental para "dar o salto".

Mas, para mim, a jornada é mesmo tudo. E como tal, ainda que reúna a melhor companhia do mundo, não me consigo imaginar a desfrutar da viagem até Tróia. Seriam portanto 470Km a resmungar com o Universo para depois aproveitar apenas os últimos 130Km de litoral Alentejano. É uma desproporção grande e por isso, pelo menos para já, "estou fora".

Os restantes brevets de 2015 colidem com a agenda pessoal, pelo que também não há muito por onde inventar. Ou melhor, há…

Por isso vou continuando a inventar tolices para me entreter, sobretudo pelas estradas desertas e fascinantes aqui do meu quintal.

Joaquim
Para mim o tempo que dedico ao fórum é sobretudo um investimento. Invisto na partilha para que possa também usufruir daquilo que outros vão por cá colocando.

Por outro lado vou criando esta cápsula do tempo em que consigo acompanhar a minha evolução ao longo dos anos e claro, imortalizar também as belíssimas paisagens por onde vou passando.

Quanto ao fim-de-semana, é já ali!

Nuno
Às vezes tudo o que basta é um olhar diferente. Não imaginas quantas caras de surpresa já me fizeram quando elogio uma aldeola qualquer perdida no meio do nada. As pessoas acomodam-se à sua realidade e acabam por menospreza-la, é natural.

A beleza da fotografia enquanto expressão pessoal é ser um excelente exemplo de como o nosso contexto pessoal, social e comportamental afecta a nossa forma de apreender o que nos rodeia.

Assim como tu, também gosto de ser surpreendido com olhares diferentes a uma mesma realidade já conhecida. Por muito que queiramos há sempre um pormenor ou uma tomada de vista que nos escapa, mesmo naquela estrada que conhecemos bem. Procurar essas nuances é essencial para manter a curiosidade e a motivação em alta! E a curiosidade em alta é motor de novas descobertas. É um verdadeiro caso de pescadinha de rabo na boca.

Durante o brevet comentei que, ciclisticamente, o Alentejo não seria a minha primeira escolha. É na montanha que me sinto verdadeiramente bem. Contudo, podendo, não deixarei de lhe fazer (pelo menos) uma visita anual. Por detrás da aparente monotonia do ondulado existem milhares de pormenores à espera de serem descobertos. Por isso, ainda muito ficou por ver!

José
Já mais do que uma vez aqui o disse. Para mim a quilometragem deve ser apenas a consequência de uma proveitosa, enriquecedora e inspiradora jornada. Se não faço mais 300m ao quarteirão numa passeio de 99,7Km só para dar o místico número redondo de três dígitos, também não me interessa nada "encher chouriços" só para dizer que faço muitos quilómetros.

Como é óbvio é muito complicado capitalizar 100% da distância de um passeio, no entanto faço por pedalar sempre pelos melhores sítios possíveis e extrair o máximo de cada volta em termos cénicos, para que as partes menos interessantes sejam apenas vagas passagens sem relevância.

Desta vez deu-se o acaso de acabar por percorrer 411Km. Outras haverá em que 40 ou 50km bastarão para me deixar absolutamente deslumbrado…


--

Boa semana a todos!
 

vhugocosta

Well-Known Member
André

É mais ou menos isso que disseste, já não vou relaxado para Salamanca, ainda por cima vou a solo, viagem, brevet, tudo, lol por isso vou tentar ser o mais consistente possivel para acabar rápido, até porque pelo que vi os ultimos 75k são daqueles como tu disseste e bem, para encher chouriços, mesmo nada interessantes. Voltamos aos velhos tempos de me aventurar por ambientes desconhecidos sem "rede"...por isso o planeamento está a ser feito com muita antecedência, muito rigoroso e usando uma metodologia ajustada principalmente para saber com o que contar (eu adoro isto..lol)

Sobre os furos, efetivamente eles estavam todos lá, portanto o problema só pode ser mesmo dos pneus já estarem gastos, e aquela camara 700c numa roda 20 foi mesmo para o desenrasque (desespero de causa), esse não contou, até porque essa apareceu traçada; quanto aos outros, muito pouca sorte convenhamos. Já encomendei uns novos, um modelo diferente que segundo eles são 5* ao nível da proteção contra furos. Ainda assim, curiosamente este fim de semana, na primeira voltinha pelo quintal do vizinho depois do DNF do Alqueva, já com camaras de ar em condições, devidamente verificadas e com uma fita anti-furo instalada, senti repentinamente (algum tempo depois de ter começado a rolar a uma velocidade mais alta) uma sensação de perda de pressão na roda traseira, em que de seguida ao passar por um tampa de esgoto, assim de lado, fez com que traçasse outra camara, portanto o fantasma dos furos ainda não terminou, e sim isso assusta-me mais do que 300/400K ou 20h em cima da bicicleta; tenho 15 dias para preparar tudo, seja para o 400k, como o 600k logo no fim de semana a seguir...(que empeno). Sugestões?

Percebo perfeitamente que não vás ao Vertical, mas a mim fascina-me atravessar o pais, isso sim é a minha motivação principal.

Vamos conversando.

Abraço.
 

jpacheco

Well-Known Member
Já mais do que uma vez aqui o disse. Para mim a quilometragem deve ser apenas a consequência de uma proveitosa, enriquecedora e inspiradora jornada...

Deves-me ter interpretado mal. Era mesmo essa a ideia que quis transmitir... se não "dás importância" aos quilómetros é porque as 24h pelas terras Alentejanas foram maravilhosas.
 

duchene

Well-Known Member
Valter
A viagem será a solo. O brevet não sabes! Ainda apanhas lá uns espanhóis bem dispostos e limpas aquilo sem te aborreceres muito. Entretanto vais mantendo a cabeça ocupada com o planeamento. Não te esqueças de criar uma célula nova no Excel chamada "siesta"! :D

Quanto aos pneus, poderá ser a carcaça que se deforme nas laterais a ponto de permitir que a câmara de ar trilhe ou fure contra apenas um dos lados do aro. Podes também tentar ver minuciosamente centímetro a centímetro se não há nenhum vidro ou lasca de mineral entranhada na borracha, que não se sinta a passar com a mão, mas que possa causar os furos. Eu perdi a conta às pedras de contornos angulares e afiados que vou tirando de dentro da borracha dos meus pneus. Uma agulha grossa de costura dá jeito para expulsar essas pequenas hospedeiras.

Por outro lado, só poderás tirar a prova dos noves quando colocares os pneus novos, que pelo que percebi ainda não chegaram. Seja como for, é ir eliminando possibilidades. Hás de dar com o "gato" antes de enlouqueceres com isso!

--

De todo Joaquim! Percebi-te perfeitamente e o que escrevi foi em reforço da tua ideia. Se fosse ao contrário teria ido lá apenas para adicionar a quilometragem ao currículo. Assim desfrutei plenamente da viagem e os quilómetros foram apenas um bónus.
 

Bruso

Well-Known Member
A pessoa fica 1 semana sem cá vir e depara-se com isto. Não há palavras...fantástico!!!

As fotos que puseste no instagram dessa estrada de Sterrato são fantásticas.
 

Bracaro

Member
Depois de ler mais esta fantástica reportagem fiquei com uma vontade enorme de ir pedalar para o Alentejo. É que eu também não sei o que é sair de casa sem ter que subir e descer, pois por aqui as montanhas dominam a paisagem. Mas confesso que percorrer uma planície ondulada, tal como se pode ver nas magníficas fotografias, também deve ter o seu encanto. Talvez para outra altura, é que o Alentejo fica muito longe.
Além do mais, 400 quilómetros em cima da bicicleta é obra; tanto física como mentalmente.
Parabéns e obrigado pelas fotografias.
 

afonsobtt

Well-Known Member
Duchene
Sou da mesma opinião do que tu sobre o Brevet Portugal Vertical 600 km,o percurso não tem nada de interesse até chegar a Troia...:(
Gostaria de tentar fazer um dia um Brevet de 600 km mas a efectuar num percurso que me motivasse, tipo este...
http://www.randonneurs.es/brevets/600k2015amigosdelabici1.php

Valter
Afinal os pregos que fui deixando ao longo da estrada sempre fizeram o seu trabalho....hehehehehehe

abraço
 

duchene

Well-Known Member
Bruno
Aquele é um troço muito interessante, aliado ao facto de ser do sterrato mais ciclável que já encontrei. Em breve coloco aqui a série completa de fotos, que darão uma perspectiva mais interessante ainda das variações de cenário no percurso.

Bracaro
Obrigado. O alentejo tem o seu encanto e, a espaços, também exige que um turista como eu utilize o prato pequenino porque, a espaços, não se fica pelo mero ondulante e empina a sério. Exemplo disso é o troço entre Santiago do Escoural e Montemor-o-Novo.

Aparte disso, foram praticamente 400km sempre de talega o que é uma coisa impensável de se fazer aqui no nosso quintal. A exigência física acaba por se gerir bem, desde que o ritmo seja moderado. Já a parte mental, a que verdadeiramente me interessa apurar, essa foi bem exercitada ao longo de 24h...

Afonso
Esse brevet dos hermanos, para ser perfeito era mesmo centrar-se exclusivamente na zona dos Picos. Ainda assim parece-me um muito interessante contraste entre vastas planícies e um cheirinho de alta montanha. Quem sabe não vale a viagem até lá, em 2016!
 
Não há palavras André. Apenas um bem hajas e um muito obrigado por nos continuares a fazer sonhar por essas belas estradas.
Obrigado pela partilha, no meu caso vejo-as com um sentimento de muito orgulho pelo teu feito.
Parabéns
 

duchene

Well-Known Member
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Em busca da árvore das abóboras (Parte 1)
16 de Maio de 2015 // 183Km // 3200 AC+

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O rastilho que deu origem a mais um rabisco no mapa foi uma fotografia da Capela de Ovil que vi algures online. Daí até esmiuçar o mapa, perceber que o sterrato na cumeeira da Serra da Aboboreira era ciclável e decidir que seria esse o destino do meu passeio, foi um saltinho!

Do Douro ao Tâmega, do sopé até ao topo da montanha, de manhã até à tarde. Uma volta simples na forma, mas bastante rica no conteúdo e que me proporcionou mais um excelente dia a pedalar bem como novas e duradouras memórias.

Mais uma vez escapei-me até ao sterrato, pondo em prática toda a versatilidade e disponibilidade da Lynskey. A rebeldia da incursão foi largamente recompensada com um cenário portentoso, tão inspirador quanto único.

E assim adicionei mais um punhado de novas conquistas ao meu mapa pessoal. Agora o processo repetir-se-à, sempre alimentado pela necessária dose de curiosidade: pensar, planear e executar. Porque há sempre mais uma estrada deserta e fascinante para descobrir!

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PS: A edição das fotos desta vez está francamente má. Além de estar com pouco tempo disponível para fazer as coisas com pés e cabeça, a GoPro resolveu atrapalhar-se estranhamente com a exposição. O resultado está à vista... Espero poder compensar numa próxima!

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Morg

Well-Known Member
Estes tópicos são uma verdadeira promoção ao turismo.

Com esse piso já ficavam bem uns 28 na Lynskey.
Quase 1/2 dia.........
Agora que tens os 400 na bagagem já tudo é pequeno :)
 

Skyforger

Active Member
Mais um festim de grandiosas imagens! Obrigado pela partilha!

Alguns apontamentos...

1 - Quantos kms fizeste "off-road" ?
2 - Não tens uma Cannondale em casa? :)
3 - Achei piada ao Bttista a descer com a bicicleta à mão a deitar um olhar curioso sobre o "maluco" que ia por ali a subir com uma bicicleta de estrada..:)
4 - E agora arranjar motivação para ficar fechado num gabinete o resto do dia com o sol a reinar lá fora....?
 

rm6

Member
Mau!!! o que vale é que realmente o fim de semana é já ali!!! :)

E se me permites André, até pode ser que já lá tenhas estado, e a titulo de sugestão fica a ideia...
A parte de estradão até esses dois locais, são em terra batida, e pelo que vejo nas fotos maravilhosas que colocas, a Lynskey, vai sentir-se mesmo à vontade... :)

Aproveita este fim de semana e podes ver os carros do WRC a fazer vrummm vrummm...
O local é conhecido como "a casa do penedo" (Fafe), na zona do Confurco!


Capela Sra. da Guia...


Casa do Penedo...
 

rm6

Member
P.S - Partilho da opinião do Skyforger...
Como é que vou arranjar inspiração para aguentar mais umas horitas no gabinete...:p
 
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