Filipe
A X100 é qualquer coisa de muito especial. Acho que nunca uma máquina fotográfica me entusiasmou tanto nos últimos anos. Por mim podia ter uma longevidade como a das máquinas de filme dos anos 80 que ainda hoje funcionam perfeitamente. Infelizmente é certo que nos próximos anos, sejam 5 ou 10, alguma coisa electrónica deixará de funcionar e lá se vai esta pequena pérola.
É uma máquina muito temperamental, lenta como o raio quando temos miúdos pequenos em constante movimento mas que, quando acerta, produz imagens absolutamente fantásticas e únicas. A objectiva é fixa, 23mm em APS-C, bastante luminosa e de grande qualidade óptica. O resto é o bipolarismo japonês a funcionar: tão prático numas coisas e tão desnecessariamente rebuscado noutras. A X100T veio corrigir muitas dessas irritantes peculiaridades e aproxima-se agora de um estado de maturação exemplar.
Apesar de ser infinitamente mais portátil do que uma SLR, não é uma máquina que se leve para todas as voltas. Mas, como não tenho um daqueles fotógrafos da Rapha sempre atrás de mim ou 2km acima na encosta a captar grandes planos do pequeno ciclista que se esforça lá em baixo, tenho de ser flexível para conseguir trazer memórias fotográficas interessantes das minhas aventuras.
Por isso, em ocasiões muito especiais, a X100 já me acompanhou. Não consigo extrair o melhor dela quando fotografo "à pressa" no meio das voltas, mas não se tem portado mal e sempre me obriga a pensar um pouco mais na hora de disparar...
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Quanto à nutrição desportiva....
Cada vez mais a minha alimentação na estrada passa por comida "normal". Coisas a que o nosso corpo está habituado, com o intuito de manter a produção de energia constante e regular. O ciclismo não competitivo de longa distância é caracterizado pela regularidade e, como é óbvio, pela duração do esforço. E, como tal, há que gerir o aporte energético em conformidade.
É claro que poderão existir mil e um produtos "técnicos" adequados a esta situação, mas as dificuldades também se vencem com o palato e já não dá para mim andar um dia inteiro a comer comida processada e enfiada dentro de um invólucro prateado.
Pegando no exemplo do último brevet de 300km. Na Barley levava: 1 banana, 1 sandes de pão de sementes com requeijão e marmelada, 2 donuts, uma barrinha endurance, um nougat e uma saqueta de mel. Durante o caminho comi apenas metade da barrinha de endurance e todos os outros itens, à exepção do mel. Nos postos de controlo comi de tudo um pouco, desde bolos a bife com batatas fritas, passando pela obrigatória sopa. É evidente a desproporção positiva entre comida e alimentação desportiva. O certo é que nunca andei enjoado nem descompensado. No fundo é a tal ideia de ser um dia quase normal, com alguns excessos calóricos próprios da lambarice, mas em que mantive o estômago a trabalhar com normalidade.
Um exemplo visto por um outro prisma:
Na última saída a solo, para 15h na estrada e 210Km, gastei 9.40€ em alimentação fora da bicicleta. De pão e bolos a sopa e omolete com muitos líquidos à mistura.
Monetariamente isto equivale, grosso modo a:
2 refeições de fast food
1 refeição de fast food, duas barrinhas e um gel da moda
duas barrinhas, um gel, um shake pré qualquer coisa, um fast recovery e um BCBCAA/ProtoUei da moda, mais as 6 horas gastas a ler fichas técnicas desses produtos online.
No próximo brevet manterei a fórmula dos 300Km acima, juntando ao saco uma salada com massa, tomate, requeijão, milho, atum e cogumelos. Assim fica garantida a boa alimentação nas horas nocturnas em que não se encontra nada aberto.
Portanto, não há grande segredo. Para mim a alimentação é uma componente mais psicológica do que fisiológica, no sentido de que se me der prazer alimentar-me, com mais facilidade o farei e, portanto, mais facilmente irei manter a energia em níveis positivos.
No meu caso é assim que funciona. Naturalmente há quem possa preferir uma abordagem mais científica e estruturada. Cada estômago, cada cabeça e cada carteira com sua sentença.
O conselho que te posso dar é para não inventares com coisas novas porque se tiveres um estômago sensível ele pode não gostar. As experiências fazem-se nas voltas ao quarteirão. Por outro lado usa a velha máxima: come antes de ter fome e bebe antes de ter sede. No final, usa as calorias gastas para justificar uma jantarada à maneira. É isto que levamos da vida.
E claro, acima de tudo que seja uma boa aventura!
Afonso
As pernas são o que são, isso não há como alterar. Vão é carregadas com vontade, isso é certo!
Sexta-feira, tainada!
Nuno
Por mim, não há previsão. Nunca pedalei neste tipo de terreno, portanto não faço ideia do ritmo da progressão.
Vou com a ideia de me divertir e de "devorar" paisagem, sem olhar para o relógio a não ser para garantir que ando dentro das janelas de tempo dos controlos. Se, no meio disto tudo, fizer o percurso em menos de 24h, melhor. Dará uma história mais empolgante ainda para contar!