não percebo. isto não vai reduzir os pontos atribuídos pela UCI às equipas em prova?
a organização prefere baixar o valor da prova para ter mais liberdade de escolha?
alguém com conhecimento mais macro disto pode fazer uma análise explicativa disto, já que eu não percebo a lógica... pff!
Essa noticia faz-me lembrar, com o devido distanciamento claro, a história "Benfica-Olivedesportos" em que o Benfica recusa o contrato de 110 milhões da Olivedesportos para, volvidos três anos, fazer este mega acordo com a NOS. O clube quebrou com o monopólio da empresa de Joaquim de Oliveira e introduziu uma nova era na negociação dos direitos televisivos em Portugal.
Neste caso concreto (ASO-UCI), trata-se de uma batalha de valores em que alguém (na minha óptica, o "Benfica") decide bater o pé face ao rumo que a UCI quer dar ao ciclismo. Começando nas licenças de três anos, no sistema de subidas e descidas de divisão, e nas restrições impostas pela UCI às provas do World Tour que, por sua vez segundo percebi, iriam retirar poder de decisão aos organizadores.
A questão aqui é que a ASO é organizadora de uma serie de provas com bastante relevância a nível mundial e saindo do World Tour terão mais liberdade para escolher quem compete ou não nas "suas" provas. Logo aí é um grande revés para algumas equipas WT que não garantirão à partida lugar no Tour ou Vuelta e isso poderá implicar outro grande revés nos patrocinadores e investidores. O ciclismo, mais que o futebol (que depende essencialmente de direitos televisivos e transferências), depende de exposição. Não estar em duas das grandes voltas pode levar a uma retracção no investimento por parte dos investidores, o que é basicamente o contrário do que a UCI defende com reforma de 2017.
Para a ASO: ya, as suas provas vão deixar de ser World Tour mas vão continuar a ter o mediatismo de sempre. Um Tour é um Tour, uma Vuelta é uma Vuelta, um Paris-Roubaix vai ser sempre um Paris-Roubaix. Poderão haver quebras nas receitas (só posso especular nesse sentido pois não estou dentro da logística de organização de uma prova dessas dimensões) mas por outro lado terão a liberdade de escolher quem pode ou não participar - o tal ciclismo mais aberto e menos fechado e elitista defendido pelas novas reformas da UCI.
Terão que chegar a um consenso se bem que acho que a UCI tem mais a perder com o rumo das coisas do que propriamente a ASO.