Boas pessoal.
Cá estou eu de volta... vivo. Obrigado pelas "lembranças".
Pois bem, mais uma volta grande. A primeira de algumas que tenciono fazer ao longo deste ano. A crise pode ser severa noutros assuntos, mas no que toca a ideias e vontade, ela não existe.
Contava ter a companhia, de pelo menos um dos que se mostraram interessados em me acompanhar, Tremoço e Duchene, mas infelizmente não puderam. De certeza que a "coisa" iria ser mais fácil, se fosse acompanhado.
Com um atraso de 10 minutos, o comboio finalmente chegou à Régua.
Comi o que tinha levado, e pelas 09h45 estava a passar para a margem sul do rio Douro
Ao longo do passeio, ia pensando como o caracterizar. A melhor imagem que vos poderei dar é a de uma montanha russa com 3 sectores. Os 1ºs 9 kms fora feitos em plano, à semelhança das montanhas russas.
Depois entrei na grande rampa inícial. Uma grande subida, bastante constante na dificuldade, cerca dos 8 - 9% durante 8 kms que me levaria à Vila de Armamar, capital da maçã. Na verdade os pomares deste fruto são imensos, o que não deixa de ser interessante visto estarmos numa zona vinícola.
Após esta localidade aproveitei para me reabastecer, porque a descida tem vários kms, com o piso excelente e o trânsito quase nulo.
Por fim Tarouca.
Nesta localidade, que há tempos alimentava o meu imaginário, fiz uma opção que causa em mim uma mistura de sentimentos. Não me arrependi, mas arrependi-me
Tarouca fica num vale, dizem os seus moradores, encantado. Só que quem lá chega, de bicicleta, e com tantos kms pela frente, de encantado não tem nada. Para um lado, ou para outro a serras erguem-se temíveis... muito temíveis. Assim, eu optei por não ir mais abaixo, até ao centro e a meio da encosta por virar para S. João de Tarouca. Pedi informações e foram no sentido que se eu fosse por S. João, seria mais fácil. E foi isso que eu fiz. Em boa hora? Em má hora? Venha o diabo e escolha. É um facto que não desci tanto para depois ter que subir novamente, mas não passei junto de um dos objectivos: Stª Helena. Foi um desvio que me custou mais 25 kms em serra.
A subida é muito longa, embora não muito acentuada (5 - 6%), e com uma envolvente lindíssima. O som dos pássaros, misturado com o dos muitos cursos de água, completado com a fenomenal vista da serra das Meadas ainda com alguma neve, foi simplesmente lindo.
Finalmente o planalto da serra de Leomil. Se pensava que iria descansar um pouco neste terreno, enganei-me. O vento forte, e as "subidinhas" constantes, iam fazendo o seu trabalho de desgaste.
Finalmente Castro Daire, e fim do 1º sector e início do 2º.
A partir desta placa, a nossa montanha russa, entrou na fase das descidas e subidas alucinantes, com imensos "G". Entrava na que seria a mais complicada fase do passeio, que se iria prolongar por cerca de 50 kms. A certa altura, já não me lembrava muito bem onde virar, e como quase não existem pessoas, não deixei escapar a oportunidade de perguntar a uma pessoa o caminho a seguir. Ele indicou e depois disse estas palavras: " O sr. sabe para onde vai? Sabe o que é que o aguarda, indo você de bicilceta?" Eu sabia, porque já lá tinha passado, mas dá para ver que aquilo é na verdade muito duro.
As subidas, com 500, 600 ou mesmo 1000 metros de extensão, raramente baixam dos 10%, e elas são às dezenas. Aliás desce-se a 12% e logo mal acaba a descida, lá está outra parede.
É neste terreno, paradisíacto, nos contrafortes da serra de S. Macário, que estava mais um dos meus objectivos: Covas do Rio
S. Macário - O TERRÍVEL
A beleza da natureza convidava a uma paragem mais prolongada, mas havia ainda muito terreno para "comer". Segui o rio Paiva por alguns kms, rio esse considerado um dos mais limps da europa.
Finalmente, a minha já tão conhecida Arouca. Parei para retemperar as forças e o apetite, pois ainda tinha uns 40 kms até casa, com uma dificuldade immmmmmmensa, sobretudo porque já vinha bastante "maduro": Serra da Abelheira. É interessante notar que quando eu chego ao topo desta dificuldade, o meu`ânimo rejuvenesce e o caminho que me falta até casa costuma ser feito a boa velocidade, embora hajam ainda umas subidinhas irritantes. Entrava na 3ª e última fase da minha montanha russa, aquela onde o comboio circula mais devagar e depois acaba por parar.
Finalmente em casa: Totalmente empenado mas satisfeito. Um desafio, para quem gosta da natureza, e da solidão. Um conselho, para quem esteja a pensar ir para estes locais: Não pensem nas médias, nas horas. Irão precisar de tudo menos em razões para desanimar.
Persurso
Kms percorridos: 186
Média: 19,20
Tempo: Excelente, com algumas nuvens....
Agora a sério: 9:10
Acumulado: 3630
Altitude Máxima: 1052 m
Inclinação Média: 5%
Inclinação Máxima: 17%