Fico com a sensação que não viste o video, ou pelo menos não o entendeste.
Para mim o que dizes não faz sentido nenhum, lamento.
Claro que percebi. Aliás, é um excelente exemplo dos danos provocados pela velocidade.
Pelo que escreves vejo que praticas na tua óptica condução defensiva, considerando todos os fatores que achas importantes fruto da tua experiência, MAS com excepção de um fator: a velocidade. Ora se sabes que com mais velocidade ficas com menos espaço/tempo para corrigir erros (teus ou de terceiros), como podes defender isso?
Não me entendas mal, eu também ando às vezes em excesso de velocidade, não sou um santo. Mas sei que estou a errar e não defendo essa pratica generalizada.
O que é o excesso de velocidade? 122 km/h numa AE totalmente deserta? Ou 122 km/h numa estrada com muita chuva, mal construída, com vento, curvas manhosas (sim, estou a falar da A8
).
E 122 km/h é excesso de velocidade num Fiat Punto com 20 anos ou num carro de gama média/alta actual? É que o esquema de mais velocidade menor capacidade de evitar acidentes cai por terra.
Em 1970, a duplicar a velocidade significava pelo menos 4x mais distância de travagem. Qual é o automóvel actual que ainda tem travões de tambor e pneus de borracha dura (daquela que até rachava)?
Já viste a suspensão de um carro (um bom carro) de 1970? Tinham um belo contacto com a estrada...
Ah, e 121 km/h já estás em excesso de velocidade, conduzas um Clio de 20 anos ou um carro de gama média actual com mil e um sistemas de activos e defensivos (ESP de nova geração), melhores chassis (monoblocos), melhores pneumáticos, melhores suspensões, melhores travões, etc, etc, etc.
Portanto, eu ando sempre em excesso de velocidade, mesmo não tendo um carro de 1970 (por acaso até tenho um de 1971).
As estradas não são pistas ou circuitos fechados como o Estoril ou Portimão. Nela circulam não só profissionais (que ás vezes são piores que os condutores ditos amadores). Mais importante e quase sempre esquecidos, na via pública circulam outros "coisas" que não carros como: peões, ciclistas, etc, etc. Há peões que são malucos, outros crianças, outros idosos que não ouvem bem, têm problemas de equilíbrio, etc etc e erram. Bastante. O erro faz parte.
Claro que as estradas não são pistas. Para isso existem os tracks day (felizmente o Estoril voltou a ter alguns dias reservados para isso).
Mas posso dizer-te que circulo muitas vezes na Av. da República e na 2.º circular a velocidades proibitivas para a AE. Agora, isso às 3 ou 4 da manha. E mesmo a essa hora, em determinadas zonas de 50, posso não passar os 30... porque a qualquer momento pode aparecer um bêbado ou uma pessoa que simplesmente veio passear o cão. O que importa é estarmos atentos às circunstâncias e adaptar a condução a essas circunstâncias (por ex, que vejo muito, tipo de veículos estacionados antes de passadeiras, veículos em segunda fila, etc.)
Eu acho que quem conduz não tem de fazer o "favor" a um peão de não o atropelar quando este comete um erro. Eu acho que tem a obrigação de estar atento e antecipar e prever comportamentos errados dos outros, pelo facto de estar dentro de um objeto de 2ton com um potencial de destruição imensamente superior a um velhote apeado ou a uma trotinete.
Como tal a velocidade a que eu circulo não é um problema exclusivo meu, mas de todos com quem partilho a via pública.
Fica para tua reflexão.
Obrigado mas há mais de 20 anos que é tema de reflexão. E como tudo devemos respeitar aqueles que connosco partilham a via pública, evitando colocar-nos, mas principalmente aos outros, em perigo, sejamos condutores, motociclistas, peões ou ciclistas.
Mas aos condutores (os mais fortes da estrada) devem ter particular cuidado: olhem os espelhos PREVIAMENTE a iniciarem uma manobra, sinalizem as manobras (aquela coisinhas chamada pisca...), circulem pela via mais à direita, adoptem a via correcta nas rotundas, não estacionem em segunda fila e nunca antes de passadeiras, conheçam o tipo de automóvel que conduzem (regimes de potência) evitando entrarem tarde a más horas num entroncamento ou numa ultrapassagem, preocupem-se em verificar o estado dos pneus (profundidade, piso, danos na lateral) - sim, dá traballho mas não é só quando á vai ao stand fazer a revisão - larguem o telemóvel ou o rádio, posicionem bem o banco (para controlo total de volante e menor fadiga), acondicionem bem a carga quer no interior do veículo quer no porta-bagagens, saibam ler a estrada (inclinações, curvaturas, qualidade do asfalto), as condições meteo (é diferente conduzir numa AE em Agosto às 10h ou às 15h) e as condições de piso (dia com vento = estrada suja, primeiras chuvas do ano), etc, etc, etc....
A velocidade é a condenada de todos os males... mas normalmente não é a culpada. Pensa nisso.
ui, estava aqui o resto da noite mas já vamos num muitíssimo longo off-topic. Abra-se tópico no off-tópico porque este tópico é para assuntos mais graves: ciclistas mortos em acidentes, muitos deles por automóveis conduzidos com muita velocidade ou simplesmente com desatenção e ignorância.