Mas a verdade é uma, no tempo que fui moderador a inércia administrativa era imensa. Desisti porque um moderador não pode ser unicamente para apagar SPAM, não é para mim. É preciso saber delegar competência a todos que tenham vontade de fazer qualquer coisa.
Tens absoluta razão e tenho que fazer o mea culpa nisto.
Hoje, por força de circunstâncias menos felizes na minha vida pessoal e profissional, tenho mais tempo disponível para pedalar, para andar a cavar a abrir trilhos, para andar por aqui.
Há poucos anos atrás não tinha, e limitei-me a assegurar a coisa do ponto de vista tecnológico sendo absolutamente negligente e tendo deixado ao abandono este fórum e o fórum btt.
Esta e qualquer outra comunidade é o reflexo das pessoas que andam aqui, da dedicação e tempo que as pessoas aqui lhe puserem.
A tua análise e propostas são válidas, mas que ninguém tenha ilusões, está aí bastante trabalho!
E quando toca a trabalho e responsabilidades, há que recompensar as pessoas, porque o pro-bono cansa.
E nisto tenho bastante experiência:
- O Fórum BTT no seu auge condicionava a publicação/divulgação de eventos no seu calendário ao pagamento (já não me recordo quanto) por parte dos organizadores, e havia uma pessoa que era remunerada por receber os pedidos, normalizar/editar a informação de acordo com um padrão.
- Durante 12 anos organizei provas de BTT. Ao principio funcionava tudo com voluntariado. Dava de comer às pessoas, merchandising, fazia umas jantaradas e contava com a boa vontade e ajuda delas.
Porque certas tarefas tinham maior responsabilidade e recursos próprios, havia pessoas que eram remuneradas. Não tardou muito até que a malta voluntaria começasse a questionar porque é que o trabalho de uns era recompensado com dinheiro e o de outros com "nada" (e nota que o merchandising custa dinheiro, a alimentação e jantaradas também, e não é assim tão pouco). Acabaram-se as jantaradas e o merchandising e fui recompensando toda a gente com dinheiro, em função das quantidade de horas, responsabilidade, conhecimentos, recursos próprios.
Até certo ponto, as coisas fazem-se com boa vontade e carolice. Depois isso esgota-se, e há duas opções:
a) Estás constantemente a recrutar pessoas novas até que lhes queimes a boa vontade (como ironicamente acabei por fazer contigo durante o período que foste moderador)
b) Recompensas de forma que as pessoas sintam que é justo e que lhes estás a reconhecer o esforço e o seu tempo.
Aqui, estou a excluir a recompensa da interacção social/reconhecimento que ganhas por fazer algo em prol da comunidade.
Queimar pessoas é o que faz o mercado de trabalho precário, e basicamente alguém está a ter algum beneficio às custas da exploração de outras pessoas.
Como não tenho pretensão de dar em maluco a tentar fazer disto o meu sustento, e muito menos ter benefícios à custa do trabalho gratuito das outras pessoas, o meu grau de compromisso será sempre em função das minhas circunstâncias de vida e disponibilidade de tempo.
Isto não significa porém que não podemos aproveitar, agora enquanto tenho tempo e disponibilidade, para criar uma equipa que seja autónoma e que vá tomando conta disto tudo sem se cair numa situação de inércia como a que identificaste.
Estando salvaguardada a questão original que lancei neste tópico, que é a cobertura financeira da estrutura tecnológica, podemos avançar com outras ideias, assim haja pessoal com vontade para vestir a camisola.