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Cruzamento da corrente nas relações de transmissão

Mhrs

Member
Este assunto já foi debatido (encontrei umas mensagens antigas) mas gostava de o recuperar e obter a opinião dos mais experimentados e sabedores.
No sábado, casualmente, um mecânico de bicicletas disse-me que é altamente desaconselhável usar os três carretos maiores em conjunto com a pedaleira maior. Para além do desgaste acrescido nos dentes da pedaleira e carretos, disse-me - e demonstrou-me - que o desviador fica esticado até ao limite e pode partir. Isto faz todo o sentido. Mas é muito chato. Em subidas mais curtas costumava usar os carretos 2 e 3 com a pedaleira grande e por vezes até o 1. Este fim de semana experimentei cumprir a recomendação do mecânico e não gostei da mudança porque tive de andar à procura de relações alternativas - terei de me habituar. No entanto, tenho ideia de ter visto ciclistas a sério, na televisão, a usarem a pedaleira e os carretos maiores.
Por isso, a minha questão é este: será mesmo desaconselhável ou é um cuidado excessivo? alguém danificou material desta forma?
 

GMQ

Well-Known Member
Sempre ouvi essa recomendação sobretudo no BTT. Mesmo na estrada o mecânico com quem lido também diz o mesmo pois a corrente fica esticada de mais. Por exemplo a minha transmissão (Campy Xenon)se tentar fazer isso começa a roçar no desviador da frente e irrita-me ouvir aquele barulho para além do que aumento de fricção significa maior aquecimento e probabilidade de partir. No grupo com quem ando tenho malta que costuma fazer isso. Os prós não são exemplo por eles dispõem de material e podem dar-lhe um uso mais ortodoxo. Nós amadores temos que ser mais contidos..;)
Pessoalmente tento compensar é uma questão de encontrares o cruzamento adequado de modo a conseguires ter o mesmo andamento.
 

Mhrs

Member
Isso é verdade. Os profissionais pode dar-se ao luxo de partir as bicicletas mas nós não. Não tinha pensado nesse argumento.
A minha transmissão é campagnolo athena 11v. De início não roçava no desviador da frente e a única cisa que se notava era a corrente a entrar diagonalmente nos dentes do primeiro carreto e da pedaleira maior. Não parecia muito saudável mas também não dava impressão de ser um suicídio. Depois, com a desafinação normal do uso, acabei por esticar um pouco o cabo do desviador da frente e passou a roçar com aquele barulho incómodo. Em qualquer caso, só vale a pena tentar eliminar o barulho se for para usar aquelas combinações. De outra forma, lá terei de me habituar a procurar as relações de transmissão alternativas. Mas que é chato, lá isso é. A minha bicicleta de há 30 anos não se queixava de nada. Quanto mais porrada levasse mais andava. Agora são umas "meninas".
 

Wawando

Well-Known Member
Se tudo estiver dimensionado e montado como deve ser, podes utilizar os andamentos que quiseres.

Se o esticador fica no limite ou a cage é curta demais ou tiraram um elo a mais quando cortaram a corrente (é o mais comum).

Em relação à cage do desviador, as marcas têm o range de diferenças de dentes que cada cage suporta (i.e. "tooth capacity" = dif dentes à frente + dif dentes a trás, ex: 50-34=16 28-11=17 pelo que é preciso um desviador de trás que suporte 16+17=33).

Claro que quanto mais "direitinha" for a corrente, menos desgaste terá, mas se não andares sempre assim, não é nada de especial. Eu tento evitar mas às vezes tem que ser.
Alguns desviadores da frente têm posições intermedias para evitar o barulho do roçar ou no caso do di2 o ajuste do desviador da frente é automático.
 

orange

Active Member
Geralmente o que faço quando a corrente cruza em demasia, ao passar do prato grande para o pequeno, desço atrás 3 andamentos para uma relação ligeiramente mais leve, ou 4 para uma ligeiramente mais pesada tentando manter assim a corrente o mais direita. Os andamentos que uso são 51:36 na frente e 11:28 atrás.

Abr.
 

zorza

Well-Known Member
Sinceramente, não acho isto nada complicado.

Imaginemos que a cassete tem 11v e a pedaleira tem 2 carretos. sempre que estou começar a subir e há necessidade de baixar velocidades, assim que começo a subir a cassete e chgo à 4ª ou 3ª mudança, mudo a pedaleira para a mais pequena. Como a diferença é grande no pedalar, ao mesmo tempo que a pedaleira desce, subo duas mudanças na cassete e tudo fica bem...



É só mesmo uma questão de hábito!
Zorza
 

Knox

Active Member
Não queria estar a abrir novo tópico, tenho um problema semelhante mas foi causado pelo anterior dono, e que ao fim de um tempo descobri porque ouvia o ruido irritante da corrente raspar no desviador frontal. Isto obriga-me a sempre ter na pedaleira maior para não ouvir o maldito ruído, ora basta só passar 4 carretos para ouvir e obriga-me logo a passar para pedaleira grande. Vim a descobrir que o anterior dono trocou a pedaleira tripla para uma dupla compacta shimano 105 5700, só que deixou o desviador frontal triplo shimano sora.
Ora penso que isto não é nada compatível, e nem mesmo com afinações isto fica a funcionar em condições porque ora raspa corrente ou o exterior do desviador raspa no braço da pedaleira, há mesmo pouca margem.
Agora estou a pensar em comprar um desviador frontal Shimano 105, e agora estou indeciso porque mais para o futuro gostaria de trocar o que está Sora para 105, já tenho a pedaleira era meio caminho. Agora não sei se opto pelo 105 10v 5700 ou o 105 11v 5800 e mais tarde fazia a troca dos componentes para 105 5800...ou então trocar tudo para 105 5700 10v.
De momento tenho Sora 9v e a pedaleira 105 5700.
 

pratoni

Well-Known Member
Este assunto já foi debatido (encontrei umas mensagens antigas) mas gostava de o recuperar e obter a opinião dos mais experimentados e sabedores.
No sábado, casualmente, um mecânico de bicicletas disse-me que é altamente desaconselhável usar os três carretos maiores em conjunto com a pedaleira maior. Para além do desgaste acrescido nos dentes da pedaleira e carretos, disse-me - e demonstrou-me - que o desviador fica esticado até ao limite e pode partir. Isto faz todo o sentido. Mas é muito chato. Em subidas mais curtas costumava usar os carretos 2 e 3 com a pedaleira grande e por vezes até o 1. Este fim de semana experimentei cumprir a recomendação do mecânico e não gostei da mudança porque tive de andar à procura de relações alternativas - terei de me habituar. No entanto, tenho ideia de ter visto ciclistas a sério, na televisão, a usarem a pedaleira e os carretos maiores.
Por isso, a minha questão é este: será mesmo desaconselhável ou é um cuidado excessivo? alguém danificou material desta forma?

Qual é a pedaleira que tens? Uma compacta? 50-34?

Se sim, eu no outro dia experimentei uma bike com esse tipo de pedaleira e notei exactamente esse pormenor.

Resumindo, eu na minha bicicleta tenho uma pedaleira tripla com 30-39-50 em que, a rolar, uso quase sempre o 39 e só em subidas ou descidas mais acentuadas é que mudo para os outros pratos.

Quando experimentei a pedaleira compacta notei que, a rolar, ou ia no prato grande com a corrente nos carretos maiores ou no prato pequeno com a corrente nos carretos mais pequenos, ou seja, para rolar confortável acabava, de uma forma, ou de outra, por ir sempre com a corrente cruzada.

O desviador dianteiro muitas vezes ficava a roçar na corrente e aí usava o "trimming" e deixava de fazer barulho, mas sinceramente não gostei desse pormenor de ir quase sempre com a corrente cruzada...
 

Mhrs

Member
A pedaleira é compact 50-34. Estava equipada de origem com cassete 12x27 mas acabei de mudar para 12x29. O problema do cruzamento da corrente não se alterou com a mudança de cassete mas a corrente passou a andar mais esticada (quando está engrenada na pedaleira maior e no carreto maior) e, segundo o mecânico, o risco de partir o desviador aumentou.
 

Fonseca

New Member
Nunca se cruza uma corrente a 100%!!!!

Pedaleira pequena pode percorrer praticamente toda a cassete, quando esta em pedaleira grande no máximo deve ir até meio da cassete. Cruzar de meio da cassete pra cima é correr riscos de partir a corrente ao mudar em esforço, maior atrito dos componentes da corrente e um desgaste tremendo para toda a transmissão.

Andar em 50/29 é praticamente a mesma coisa que andar em 34/17 e não anda cruzada, isto é só um exemplo.
 

Fonseca

New Member
Eu no post anterior fiz a comparação entre 50/29 (corrente completamente cruzada) e o 50/17 (corrente quase "direita"), mas o mais fiel é comparar 50/29 com 34/20.«, ficam as imagens abaixo.

13335512_146300045783560_7124732551994307017_n.jpg


13319945_146300072450224_4288122418585971727_n.jpg
 

ERIC CANTONA #7

Well-Known Member
Só por pura distração, e mesmo com muita experiência, sim, pode acontecer, é que se cruza a corrente.

- não há necessidade.
- não há vantagem absolutamente nenhuma, uma vez que já foi exemplificado antes que há outros andamentos muito similares.
- só acarreta desvantagens: desgaste acentuado da corrente, cassete e pratos da pedaleira e, muito provavelmente, ruídos indesejados pelo "roçar" da corrente, principalmente no desviador da frente.

Esta imagem identifica as "proibições"(aqui com três pratos, mas é só para passar a ideia base)
Screen%20Shot%202014-10-20%20at%208.59.53%20AM.png

Vejam estas imagens, e a pena que dá ver o material nestas condições... agora imaginem colocar força, carga, pressão em cima dos cranks nesta posição... (a da esquerda foca o desviador da frente, a da direita dá destaque à zona do contato da corrente com a cassete)
135mm-road-bike-chainline-moots-cyclocross-disc-bike02.jpg

Digamos que o "normal" seria utilizar a transmissão desta forma (exemplo ainda de três pratos, já pouco usual é certo, mas o conceito é o mesmo)
cross-chaining-2.jpg

Mas depois surge a questão: então no BTT, atualmente já com 12V e apenas um prato, não se trata de cruzar a corrente? (no ciclocrosse também já se começou a implementar a utilização de apenas um prato)

Claro que sim, mas para compensar tudo isto foram alterados, entre outros, os seguintes pormenores:

- o prato da pedaleira tem uma configuração mais robusta, com as cavidades entre dentes mais fundas, logo também mais pesado
- em algumas montagens recorre-se ao uso de guias de corrente para evitar que esta salte (nunca me aconteceu, mas já vi ocorrer e até a danificar o quadro: "chainsuck")
- a corrente é mais estreita (porque no mesmo espaço onde se mudavam 11V agora existem 12V), mas tem intervalos de longevidade bem menores
- os cuidados com lubrificação são, necessariamente, mais apertados, caso contrário os indesejáveis ruídos vão surgir, mais notórios nos andamentos mais leves, onde o desviador de trás está mais esticadinho...
 

Knox

Active Member
Knox isso é quase de certeza apenas o desviador com os limites mal afinados...

Já tentei afinar de todas as maneiras, é um desviador de pedaleira tripla a funcionar com uma pedaleira dupla. Ora raspa no braço da pedaleira ou faz mais barulhos com a passagem dos carretos, vou trocar pelo 105 5700 10v que é do mesmo conjunto da pedaleira. A abertura do desviador é diferente tal como as afinações que são adequadas a trabalhar com pedaleira dupla.
 

GMQ

Well-Known Member
Fonseca e Eric não poderiam estar mais certos. É tudo uma questão de hábito e de procurar os andamentos certos sem os tais cruzamento. Eu gosto de manter a cadência elevada logo procuro um andamento que me dê essa possibilidade. É obvio que se tiver a sensação que dou à perna e não saio do lugar procuro encontrar um andamento que permita acompanhar. Se tivermos a noção que numa subida conseguimos andar bem mantendo 70 a 80rpm é procurar o andamento que nos permita isso.
 

ERIC CANTONA #7

Well-Known Member
...é um desviador de pedaleira tripla a funcionar com uma pedaleira dupla...

A mim, já me incomoda ver periféricos descasados (guiador, avanço e espigão de selim), ou seja, de marcas diferentes e por vezes até de cor ou material distintos.

E, muito mais, não consigo conceber manetes de uma marca e desviadores de outra, por exemplo.

Pior ainda, são os remendos que por cá se fazem, se mostram e se glorificam: "funciona na perfeição", até um dia... correntes de 10V em sistemas de 11V, manetes de 11V "tunadas" para 10V, desviadores de caixa média esticados até ao osso, etc, etc...

Mas isto é a mim que me incomoda, e não concebo... mas certo estou que também a uma panóplia de engenheiros que não fazem mais nada na vida que debruçar-se sobre melhorias ou upgrades do material que cá fora põem para comercialização.

Talvez, sejamos nós que, estamos errados!
 

Knox

Active Member
Também não gosto, mas como comprei a bicicleta em segunda mão por força de um orçamento reduzido teve de ser assim. Claro que o barato sai caro, mas não me importo de pôr as mãos e ir reparando e melhorando ao meu gosto. Já lhe troquei muita coisa e fiz uma boa revisão, claro que há peças que tenho que trocar por melhores, e outras porque não gosto de ver. Não sou adepto de "desenrascanços", gosto de ter tudo em condições e como deve de ser, não é andar por andar e depois aparece um problema e fica-se a pé por uma burrice de falta de manutenção e porque houve um desenrasca que deu naquela altura e deixou-se ficar.
Está na minha lista ir substituindo o que está mal, se fosse só o desviador triplo com pedaleira dupla...ainda tenho um desviador Shimano Alivio que é de btt. Funcionar funciona mas para mim é uma porcaria que ali puseram, é uma "nódoa" que está ali a incomodar e nem permite tirar mais proveito da bicicleta.
 
Knox, nem percas mais tempo a pensar nesta situação, o desviador da frente é das peças mais baratas de se fazer um upgrade numa bike, compra o certo e toca a fazer kms.

E atenção que contra mim falo que gosto sempre de perder tempo e tentar resolver as coisas, mesmo tendo noção que por x simplesmente não compensa.
 

Mhrs

Member
Meus caros amigos, agradeço a todos as vossas opiniões. Parece que se confirma o que disse o mecânico: é melhor não cruzar demasiado a corrente, usando os carretos 1, 2 e 3 com a pedaleira maior. Vou procurar adaptar-me a esta contingência, encontrando os andamentos alternativos. Não deixa, porém, de ser uma grande chatice. Quando se rola na pedaleira grande e se aproxima uma subida não muito longa nem íngreme, que se poderia fazer facilmente sem mudar para a pedaleira pequena, seria muito mais fácil ir subindo os carretos um a um, até ao maior, mantendo sempre a mesma cadência de pedalada. Assim, chegando ao carreto 3 ou 4 é preciso mudar a pedaleira e voltar a descer para os carretos mais pequenos para encontrar a mesma cadência. Num mundo a sério, onde todas as coisas fossem perfeitas e os engenheiros plenamente inteligentes, já se teria encontrado solução para isto porque, de facto, não parece muito normal que uma bicicleta - que afinal não é um equipamento assim tão barato - venha equipada com alternativas de transmissão não usáveis.
 

edununo

Well-Known Member
A cassete SRAM de 12V não é da mesma largura da de 11v. É um pouco mais larga. De qualquer das formas a corrente de 12v é mais estreita. A SRAM afirma que com a maquinação extra no prato e a tecnologia empregue na construção da corrente, a de 12 é mais robusta e durará mais kms. É algo que quero comprovar.
 
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