Mangelovsky
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Durante o tórrido mês de Julho de 2007, fui desafiado para participar na etapa de ciclismo de uma prova de Triatlo por estafetas, para substituir um dos elementos de uma equipa, que por um imprevisto não ia poder estar presente. A etapa era de estrada e como eu não possuía uma bicicleta apropriada, os colegas de equipa ficaram de me emprestar uma. No caso de não haver nenhuma bicicleta disponível, esprestar-me-iam um jogo de pneus slick para eu colocar na minha bicicleta de montanha.
Na noite anterior, em conversa com um dos colegas de equipa, foi-me dito que o trajecto que eu ia fazer era curto (+-25km) e que possuia algumas subidas em paralelo bastante pronunciadas. Ele achava por isso que eu até teria uma certa vantagem em relação aos outros atletas, por poder beneficiar da maior desmultiplicação da bicicleta de montanha, mas que poderia decidir na manhã seguinte pelos pneus slicks de 26", ou pelo uso da tal bike emprestada.
A logística correu mal e eis que eu me vi na manhã da prova, sem bicicleta de estrada e sem pneus. Não me restou alternativa senão encher bem os meus pneus (de montanha, com algum taco), bloquear a suspensão e rezar para não apanhar um empeno muito grande.
Eu não conhecia bem os meus dois companheiros de equipa, o nadador que me ia anteceder, nem o corredor que ir suceder. Como íamos participar na modalidade de estafetas, achei que nenhum deles, tal como eu, estaria lá com grandes ambições de resultados. Como tal, a prova iniciou-se, eeu aguardava calmamente a chegada do nadador. Na zona de transição teríamos que fazer a passagem do dorsal dele para mim, de seguida eu correria até à bicicleta, colocaria o capacete e correria até ao fim da zona de transição, onde começaria o trabalho em cima do selim. Estava eu calmamente a fotografar com o telemóvel, os primeiros atletas a chegar à margem, quando alguém me toca para me chamar: era o meu nadador, que tinha chegado no grupo da frente sem eu me aperceber...
Um pouco envergonhado por me ter distraído e substimado os objectivos da equipa, lá corri, peguei na bike e corri mais, até finalmente montar. Após uns zigue-zagues iniciais, ao estranhar as diferenças dos pneus e suspensão, lá me encaminhei pela primeira subida acima, tentando inicialmente de forma muito optimista subir de pé e sendo obrigado a sentar-me e a colocar andamentos bem leves, uns metros a seguir.
Nesta altura, debaixo de uma temperatura de mais de 40ºC, a progredir lentamente com a corrente próxima do carreto maior atrás, tive a ilusão momentânea de estar a beneficiar das vantagens da bicicleta de montanha. A realidade atingiu-me quando olho para trás e vejo dezenas de bicicletas de estrada, com os respectivos tri-atletas ainda molhados das águas do Douro, a aproximarem-se rapidamente de mim.
"Obliterado" é uma palavra adequada para classificar como me senti naquele momento. Depois de nadarem 750 metros, metade dos quais contra a corrente, a diferença entre o andamento deles e o meu era abismal. Senti-me parado enquanto fui passado por eles e horrorizado quando a cor dos equipamentos se tornou vermelha e os atletas do Benfica me passaram .
A subida não terminou antes de eu ser ainda passado por um miudo montado numa velha bicicleta de estrada de aço, a pedalar com os ténis retorcidos nos pedais de plataforma. Quando alcancei o cimo, tinha sido passado por dezenas de atletas e tinha conseguido ultrapassar apenas dois infelizes como eu, que se transportavam em bicicletas de montanha (se bem que completamente rígidas e com slicks).
O resto do trajecto era composto por descidas e subidas mais curtas.
(Problema no teclado / To be continued)
Na noite anterior, em conversa com um dos colegas de equipa, foi-me dito que o trajecto que eu ia fazer era curto (+-25km) e que possuia algumas subidas em paralelo bastante pronunciadas. Ele achava por isso que eu até teria uma certa vantagem em relação aos outros atletas, por poder beneficiar da maior desmultiplicação da bicicleta de montanha, mas que poderia decidir na manhã seguinte pelos pneus slicks de 26", ou pelo uso da tal bike emprestada.
A logística correu mal e eis que eu me vi na manhã da prova, sem bicicleta de estrada e sem pneus. Não me restou alternativa senão encher bem os meus pneus (de montanha, com algum taco), bloquear a suspensão e rezar para não apanhar um empeno muito grande.
Eu não conhecia bem os meus dois companheiros de equipa, o nadador que me ia anteceder, nem o corredor que ir suceder. Como íamos participar na modalidade de estafetas, achei que nenhum deles, tal como eu, estaria lá com grandes ambições de resultados. Como tal, a prova iniciou-se, eeu aguardava calmamente a chegada do nadador. Na zona de transição teríamos que fazer a passagem do dorsal dele para mim, de seguida eu correria até à bicicleta, colocaria o capacete e correria até ao fim da zona de transição, onde começaria o trabalho em cima do selim. Estava eu calmamente a fotografar com o telemóvel, os primeiros atletas a chegar à margem, quando alguém me toca para me chamar: era o meu nadador, que tinha chegado no grupo da frente sem eu me aperceber...
Um pouco envergonhado por me ter distraído e substimado os objectivos da equipa, lá corri, peguei na bike e corri mais, até finalmente montar. Após uns zigue-zagues iniciais, ao estranhar as diferenças dos pneus e suspensão, lá me encaminhei pela primeira subida acima, tentando inicialmente de forma muito optimista subir de pé e sendo obrigado a sentar-me e a colocar andamentos bem leves, uns metros a seguir.
Nesta altura, debaixo de uma temperatura de mais de 40ºC, a progredir lentamente com a corrente próxima do carreto maior atrás, tive a ilusão momentânea de estar a beneficiar das vantagens da bicicleta de montanha. A realidade atingiu-me quando olho para trás e vejo dezenas de bicicletas de estrada, com os respectivos tri-atletas ainda molhados das águas do Douro, a aproximarem-se rapidamente de mim.
"Obliterado" é uma palavra adequada para classificar como me senti naquele momento. Depois de nadarem 750 metros, metade dos quais contra a corrente, a diferença entre o andamento deles e o meu era abismal. Senti-me parado enquanto fui passado por eles e horrorizado quando a cor dos equipamentos se tornou vermelha e os atletas do Benfica me passaram .
A subida não terminou antes de eu ser ainda passado por um miudo montado numa velha bicicleta de estrada de aço, a pedalar com os ténis retorcidos nos pedais de plataforma. Quando alcancei o cimo, tinha sido passado por dezenas de atletas e tinha conseguido ultrapassar apenas dois infelizes como eu, que se transportavam em bicicletas de montanha (se bem que completamente rígidas e com slicks).
O resto do trajecto era composto por descidas e subidas mais curtas.
(Problema no teclado / To be continued)
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