Uiii...acho que vou para um retiro espiritual para ver se vejo a luz da decisão que vocês só me baralham...
Mais a sério, obrigado pelas mui válidas opiniões.
gonpalco, o avanço que está nessa foto já foi substituído por um mais curto que, inclusive, já experimentei inverter. Gostei do incremento de conforto, mas esteticamente aquilo custava-me a encaixar e voltei à posição inicial. No entanto, concordo com o que dizes, as bicicletas, em parte, são aquilo que queremos dela. Claro que, por mais alterações que lhe faça, nunca poderei transformar esta Tarmac numa bicicleta de BTT ou mesmo de ciclocross, mas posso perfeitamente torná-la mais confortável. Dentro de alguns limites óbvios, as bicicletas devem servir as nossas intenções e não o contrário.
Concordo com a questão da luta entre a razão e a paixão e ando muitas vezes metido no meio dela, mas, como dizes, a razão normalmente supera a paixão. Pegando no exemplo do carro que dei lá atrás, custou-me deixar ir um carro pelo qual tinha muita estima por 700€, mas face ao que ganhei pelo que veio em sua substituição e por uma série de encargos adicionais que isso representou, passados 3 dias já tinha esquecido esse lado emocional e a razão já tinha vindo ao de cima e nunca mais me lembrei do carro
Outro exemplo, na recente aquisição da Colnago acabou por, pelo menos no momento, ganhar a paixão. No entanto, e passados 3 meses, o tempo encarregou-se de me provar que a opção pela Colnago foi não só uma decisão com muito de paixão, como de racionalidade, não me arrependendo em nada de a ter tomado.
André, compreendo o que queres dizer em relação ao retrocesso e as coisas assumem o valor que nós lhes quisermos dar. Se tivesse levado a Colnago para a Freita tenho a certeza que também faria o que fiz com a Tarmac...talvez com um pouco mais de sofrimento, mas também com (ainda) mais calma
Não sou de correrias e encaro isto das bicicletas pelo prisma do disfrutrar e do aproveitar o momento. E quando encaramos as coisas desta forma, concordo que não é por mais 2 kg ou menos 2 kg que deixemos de chegar ao destino.
Tens razão, estou a olhar para isto como uma substituição directa da Tarmac e isto porque a disponibilidade financeira assim o obriga. Sou muito cauteloso e ponderado no que ao dinheiro diz respeito e não estou numa de embarcar em grandes despesas com bicicletas neste momento. A questão da mudança de paradigma é interessante e, de certa forma, real, mas aqui surge a razão que me diz que essa mudança de paradigma pode custar dinheiro que não estou disposto a gastar neste momento.
E já que falamos em paradigma, também não sou de me agarrar a uma só ideia. Idealmente, se a carteira pudesse, gostaria de ter uma bicicleta para cada uso distinto, isto porque acima de tudo gosto de bicicletas e não exclusivamente da vertente X ou Y. Mas lá está, mais uma vez surge a racionalidade e esta não permite que tenha a garagem cheia de bicicletas. Já dei um passo no sentido de refinar um pouco mais os meus gostos ao deixar de ter bicicleta de BTT que, sinceramente, é a vertente que menos me diz. Mas gostava de ter algo que me permitisse o tal off road (embora pouco agressivo) e a tal versatilidade, mas sei que noutros dias também terei vontade de pegar numa bicicleta de estrada pura e tirar partido das suas mais valias, daí estar a custar-me desfazer da Tarmac. Bem sei que o fugir ao convencional e termos algo mais personalizado, mesmo que aparentemente inferior ao que conseguiríamos pelo mesmo valor, tem o seu encanto...mas também tem os seus custos.
Enquanto não me decido, e só para baralhar mais a equação, posso perfeitamente fazer a tal bicicleta versátil com um quadro em aço que tenho lá por casa à espera de um rumo que me foi quase oferecido e que recentemente fiquei a saber tratar-se de um quadro bastante razoável e muito cobiçado na Alemanha, de onde é originário. Só para termos uma ideia da surpresa que apanhei com o "bicho", o Colnago Master pesa 1800 gr e este pesa 2200 gr....! Tenho é de saber até onde posso ir com ele em termos de conversão para algo mais versátil, pois estamos a falar de quadro de estrada. Enfim, dúvidas e ideias não faltam