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Primeira bike de estrada 500-800€

albertosemcontador

Well-Known Member
Pedro, eu tenho assistido de fora às inúmeras discussões sobre tamanhos que se têm desenrolado neste fórum, até porque não é um assunto sobre o qual considere ter um conhecimento consolidado para opinar muito. E, sinceramente, é um assunto que me aborrece, embora tenha noção da sua importância. Ou seja, nisto dos tamanhos baseio-me mais na experiência e nas sensações das várias bicicletas que já tive, que tenho ou que vou experimentando. E, verdade seja dita, as bicicletas com as quais tive mais problemas ao nível de desconforto, dores e dificuldade em arranjar posição foram precisamente as que tinham quadros mais pequenos. Fala-se muito na questão do comprimento do top tube e da facilidade de chegarmos ao guiador, às manetes, de ir aos drops, etc...Ok, concordo que uma posição mais vertical e descontraída será obviamente mais confortável. No entanto, raramente se fala no seat tube, uma vez que este também será tão mais pequeno quanto o tamanho da bicicleta. Ora, baseado apenas na minha experiência, sempre que tive bicicletas com top tube mais curtos, sentia necessidade de elevar demasiado o espigão para não me sentir encolhido em cima da bicicleta, nomeadamente ao nível do comprimento das pernas. Ao elevar o espigão, a vantagem do menor comprimento de top tube desvanecia-se pois acabava por ficar sempre muito dobrado. E, tal como disse, as bicicletas nas quais tive mais problemas com dores lombares foram precisamente as mais pequenas. Isto já para não falar dos joelhos a bater no guiador quando pedalava em pé....e isso aconteceu-me na Colnago antes de mudar de avanço.

Não ponho em causa as vossas opiniões, recomendações, conhecimentos e fundamentos. Mas onde quero chegar é que não se deve encarar isto dos tamanhos de uma forma estanque, pois o que é bom para mim pode não ser para outra pessoa com uma estatura similar. Há questões de flexibilidade, comprimento de tronco, comprimento de braços, comprimento de pernas,etc..que diferem de pessoa para pessoa e que mudam tudo. Já para não falar das inúmeras diferenças ao nível das geometrias e tamanhos dos quadros de marca para marca e de modelo para modelo. Daí considerar que nada como experimentar e encontrar o melhor compromisso baseado na experiência....e se nesse processo se der 1 ou 2 tiros ao lado em termos de escolhas acho que faz parte do processo.

Ricardo que tal seres mais específico no que diz respeito a essas bicicletas...

Por exemplo... Diz que tipo de bicicletas foram, marca e modelo, diz-me que experiência tinhas na altura em questões de ajustes, saber a tua posição óptimal?

Se poderes diz-me também a tua altura e o tamanho das mesmas...

Porque assim é muito abstracto...

Grande abraço...
 

Skyforger

Active Member
De uma forma muito sucinta, e pegando num exemplo de BTT e noutro de estrada. A bicicleta na qual senti mais desconforto até hoje foi uma Lapierre 929, de BTT, tamanho M. Andava com o espigão nas alturas para não ter as pernas demasiado dobradas, mas depois era o tronco que sofria, principalmente a cervical e a zona lombar. Em estrada, tive uma Tarmac tamanho 54. O mesmo problema, embora nunca com o desconforto que sentia na Lapierre. Uma vez mais, sentia necessidade de subir o espigão para não ficar com as pernas dobradas e ressentia-me ao nível do tronco. Aos poucos a coisa foi-se afinando, mas nunca me senti confortável. Quanto a medidas, tenho 1,88m e as bicicletas que tenho neste momento andam entre o 56 (estrada) e o L (BTT). Tenho uma velhota de estrada tamanho 54 e já me sinto muito encolhido. Mas lá está, tive oportunidade de ir experimentando e de ir percebendo aquilo que melhor se adaptava à minha estatura e características...Mas claro, se conseguirmos acertar no tamanho e no tipo de bicicleta que melhor nos serve logo à primeira, tanto melhor ;)
 

MigC77

Well-Known Member
Ricardo, aproveitando que falaste na altura do selim… vou tocar noutro ponto sensível aqui no fórum e em Portugal… Vejo muita gente convencida que quanto mais alto o selim e quanto maior a extensão da perna melhor… Nada mais longe da verdade! Associado a isso, se bem que maioria dos ciclista por falta de conhecimento não vê a correlação, está a insatisfação com os selins e a tremenda dificuldade de encontrar o selim correcto devido a problemas como dormências, etc… Julgo que algures num tópico qualquer já abordei esse tema com mais detalhe.

Obviamente não posso afirmar que seja o teu caso por desconhecimento das tuas medidas e do teu setup. No entanto já vi várias vezes user do fórum que postam fotos das bicicletas que compraram após o tal debate dos tamanhos e na maioria das vezes a olhometro parece-me que o selim está demasiado alto… em alguns caso é mesmo gritante!

Abraço
 

Skyforger

Active Member
Miguel, sei do que falas e estou consciente disso. Bem sei que a perna não deve estar demasiado esticada, da mesma forma que não deve estar demasiado dobrada. Uma ligeira flexão e encontrar o tal ponto de rebuçado que nos permite ter uma pedalada eficaz e confortável. É comum encontrar quem ande com a perna toda esticada e os lombares ressentem-se...e o selim será sempre desconfortável...da mesma forma que é comum encontrar quem pedale muito encolhido. Continuo a bater na tecla de que a teoria, o bike fit, a biomecânica, etc... são importantes....mas mais importante é o experimentar e o ajustar a bicicleta aos sinais que o nosso corpo tão bem evidencia.
 

albertosemcontador

Well-Known Member
De uma forma muito sucinta, e pegando num exemplo de BTT e noutro de estrada. A bicicleta na qual senti mais desconforto até hoje foi uma Lapierre 929, de BTT, tamanho M. Andava com o espigão nas alturas para não ter as pernas demasiado dobradas, mas depois era o tronco que sofria, principalmente a cervical e a zona lombar. Em estrada, tive uma Tarmac tamanho 54. O mesmo problema, embora nunca com o desconforto que sentia na Lapierre. Uma vez mais, sentia necessidade de subir o espigão para não ficar com as pernas dobradas e ressentia-me ao nível do tronco. Aos poucos a coisa foi-se afinando, mas nunca me senti confortável. Quanto a medidas, tenho 1,88m e as bicicletas que tenho neste momento andam entre o 56 (estrada) e o L (BTT). Tenho uma velhota de estrada tamanho 54 e já me sinto muito encolhido. Mas lá está, tive oportunidade de ir experimentando e de ir percebendo aquilo que melhor se adaptava à minha estatura e características...Mas claro, se conseguirmos acertar no tamanho e no tipo de bicicleta que melhor nos serve logo à primeira, tanto melhor ;)

O exemplo do Btt... É o tipo de exemplo que para aqui... Não serve... A experiência de Btt é completamente diferente da estrada...

Mas voltando a tarmac... Acho que estavas numa posição em que beneficiarias de um avanço de 120 a 140 mm e não há nada de mal nisso... Pelo contrário...

O que tu fizes-te com a tarmac e o que eu estou a fazer hoje em dia com todas as minhas bicicletas... Mas monto-as ao pormenor, ou seja tamanho de avanços, guiador etc... Monto eu...

A situação das pernas dobradas, não é problema... O espigao deve estar alto o suficiente para as pernas fluírem livremente,mas não demasiado alto por isso a regra dos 90 graus muitas vezes nem funciona... O problema na cervical é devido a tua medida de tronco... Provavelmente tens um tronco demasiado comprido... E aí as variantes são apenas 2, ajuste do selim, inclinacao do mesmo e medida do avanço... Assim como a colocação do mesmo...

Acredita Ricardo... Se tivesses feito na altura um bike fit especializado, com alguém devidamente especializado na altura tinhas ficado com essa tarmac que nem luva...A encaixar...

Se ainda a tiveres eu pessoalmente me encontrarei contigo em Portugal e falo-ei eu próprio e tu verás... Vale a pena...;)

De certeza que não experimentas-te um avanço de 140 nessa mesma bicicleta? Ias te sentir muito bem, se calhar até melhor.. E quanto maior for o avanço melhor..,

Um 56 para ti é legítimo.... Tens mais ou menos a minha altura e a minha medida é um 56 em americanas... E se eu quise-se também podia perfeitamente faze-lo em italianas...

Mas não o faço... Isto porque ninguém caminha para novo... Todos corremos para velho Ricardo e a ideia de comprar uma bicicleta e não poder andar nela futuramente... Não é algo com que eu lide bem..

Mas isso já são outras águas...

No entanto não acho que um 56 seja grande para ti...

Acredito que te podias sentir melhor com um tamanho mais pequeno? Sim...sem duvida...

No entanto um 56 para Ti com 1.88 e grande? Não... De todo.... És um caso perdido? Absolutamente não.. Estás bem sentado na colnago? A nível de quadro sem duvida alguma...

A nível de ajustes não sei... Nunca te vi... Mas a nível de quadro sim... Sem duvida estas... Inquestionável... Se a tua colnago for um 56 e tu com 1.88 tens 55 cm de top tube.. Acho perfeito, acho que nem um fato... E se por ventura sentires algum desconforto, nao sera por culpa do quadro... Terá maioritariamente a ver com ajustes e já sabes que para ti estou sempre aqui... Até te telefono se precisares...

No caso da tarmac se fores para um 56 já vais levar com 56.5 por exemplo... ;) como vês... O teu 54 na tarmac está a 54.8 portanto não foge muito disto... Para mim estás muito bem nas duas...

Muitas vezes também é um bocado psicológico... No entanto Ricardo neste tipo de coisas a diferença que um Milímetro pode fazer quando mexido com conhecimento, no sítio certo e abismal e por vezes inacreditável....;) com conhecimento um milímetro pode fazer alguém cortar a meta ou mandar ao chão...

Quanto ao resto concordo com tudo...

Sempre que me vês a recomendar um tamanho a palavra experimentar está lá sempre...

Aliás até costumo dizer...que casar sem namorar... Casar virgem não dá bom resultado nem nunca engravidou ninguém....

Grande abraço....
 

MigC77

Well-Known Member
Miguel, sei do que falas e estou consciente disso. Bem sei que a perna não deve estar demasiado esticada, da mesma forma que não deve estar demasiado dobrada. Uma ligeira flexão e encontrar o tal ponto de rebuçado que nos permite ter uma pedalada eficaz e confortável. É comum encontrar quem ande com a perna toda esticada e os lombares ressentem-se...e o selim será sempre desconfortável...da mesma forma que é comum encontrar quem pedale muito encolhido. Continuo a bater na tecla de que a teoria, o bike fit, a biomecânica, etc... são importantes....mas mais importante é o experimentar e o ajustar a bicicleta aos sinais que o nosso corpo tão bem evidencia.

Sem dúvida tens toda razão quanto ao experimentar! Aliás como disse há uns post atrás, aqui no fórum na melhor das hipóteses podemos encaminhar as pessoas para os tamanhos que provavelmente serão as melhores opções e explicar qual deve ser a postura correcta, mas depois é com quem vai pedalar na bicicleta perceber qual é que lhe assenta melhor.
 

DMA

Well-Known Member
É precisamente ao contrário...

Quanto maior for o quadro, mais longe vai estar do guiador, dai a maior necessidade de o elevar... Não é por acaso que em quadros grandes demais por vezes a única solução é mesmo inverter o stem....

Quanto menor for o quadro mais perto o atleta está do guiador e terá a possibilidade de ter menos espacadores debaixo do avanço para se colocar numa posição óptimal...

Isto porque a distância do selim ao guiador e mais curta... E o atleta chega lá com ais facilidade. Com muitos espacadores ou não...

Ate lhe permite colocar um avanço de 140 em ( negativo ) coisa que é o fetiche de muita gente e não consegue... Isto porque os quadros ou foram comprados com tamanhos de tabela ou então grandes demais...

O ser mais pequeno torna tudo mais fácil...principalmente a nível de flexibilidade vs opções de posição óptimal... Ganha em tudo...

Grande abraço...

Entendo a primeira parte do que dizes e concordo. Uma pessoa que tenha uma bike com um reach total "parvo", vai tão desconfortável que tem que inventar todo o tipo de soluções. Meter os espaçadores todos, avanços super curtos, etc. Conheço a tua posição sobre isso e concordo. São remendos.

Agora no caso em concreto já tenho as minhas divergências. O 49 e o 52 tem o mesmo reach. Basicamente, a diferença no comprimento do tt dos dois tamanhos está para trás do BB. Logo para manter a posição do joelho em relação ao BB, parte da diferença do tt será neutralizada por ter que correr o selim mais à frente no tamanho 52 (em relação ao 49).
O que eu quero dizer é que alguém com os tais 177 cm não estará esticado em demasia quer no 49, quer no 52. Se os periféricos forem iguais, consegue-se ir basicamente na mesma posição no plano horizontal nos dois tamanhos.
Assim sendo a bike com o tamanho 49, que tem 22 mm a menos de stack, terá sempre que levar com mais espaçadores que a bike 52 (para ter a mesma posição no plano vertical). Para mim uma bike com um stack de 505 mm para alguém com 1,77 cm vai sempre exigir bastante flexibilidade. Atenção, não estou a dizer que não dá. Apenas estou a alertar que há quem se calhar adore, mas outros se calhar nunca vão adaptar-se. E sabendo que há muita malta com alguma idade a iniciar-se na modalidade, e muitos por vezes sem histórico de prática desportiva, acho que há muita gente que simplesmente não tem estofo para este tipo de posições. Por isso é que acho que o stack conta. Como o Mig referiu, numa Roubaix com um stack maior, essa questão seria atenuada. Idem para uma Synapse, uma Solace, etc.

Um outro ponto; basicamente quem vai lendo o que escrevo, já sabe que para mim conta tudo. Gosto de para além de saber o tamanho do tt, saber se o espigão tem ou não setback, o tamanho dos avanços, o reach e se possível até o reach do guiador. Tudo isso conta para saber se fulano vai ou não esticado no plano horizontal.
E é claro o stack para ter a noção do tipo de frente.
Assim sendo há uma coisa que me intriga. Pelo que percebi és favorável ao 49 (518 mm de tt) vs o 52 (538 mm de tt) e sugeres que até poderia montar um avanço de 140 mm. Tendo em conta que abordo a tal questão vendo o "reach total", favoreces um quadro por ele ter menos 20 mm de tt, mas depois sugeres um avanço com mais 50mm que o do tamanho 52 (140-90 mm)? :)
 
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