Deixem-me então tentar clarificar algumas questões soltas que poderão ainda persistir acerca do que poderão esperar deste encontro.
A questão do track é uma não questão. Tal como todos os outros pressupostos que estão referidos no post inicial, este é para manter. Assim sendo, não vou disponibilizar antecipadamente o track GPS.
Contudo, e dependendo do número de presenças, poderei convidar um participante para me ajudar na condução do grupo, nomeadamente garantindo que os mais rápidos não se entusiasmam e seguem pelo caminho errado. Essa pessoa será contactada directamente e naturalmente que terá acesso prévio ao track. Será esta a única excepção que considerarei.
Quanto à dificuldade, cada um deverá avaliar em consciência a sua condição física para participar nesta aventura. O dia pretende-se de passeio mas será escusado dizer que não voltei a organizar um encontro tantos anos depois para vos levar simplesmente a tomar café à beira-mar ou a visitar a subida mais popular do Strava.
O percurso é longo e é para ser efectuado na totalidade. Precisamente por isso é que não há horas marcadas para chegar. Considerem a seguinte possibilidade: poderemos regressar ao ponto de partida às 8 da noite e ainda terão de conduzir 5 horas até casa. Se vos parecer aceitável, óptimo! Certamente que iremos pedalar juntos neste dia. Se não, talvez seja melhor pensarem noutros planos para o dia 19 de Setembro.
Por falar em planos, cada um deverá ter presente um plano de contingência para as mais variadas situações imprevistas, sejam elas físicas ou mecânicas. Deverão poder levar este plano a cabo sem depender de terceiros que participem a pedalar. Como já tinha escrito, quem vier passear comigo estará a fazê-lo como ciclista individual, em total autonomia. E isso significa ser capaz de resolver problemas sozinho, no meio de nenhures.
Não considerem que há obrigações explícitas ou implícitas por parte dos restantes participantes. Todos terão feito um esforço a vários níveis para estar presentes e acredito que queiram mesmo levar até ao final esta aventura. Por isso não deverão assumir que alguém ficará para trás ou desistirá de completar o percurso para vos acompanhar em caso de problemas.
Se alguém o fizer de livre iniciativa, óptimo. Se não, ninguém deverá ser censurado por isso. Compreender este pressuposto é meio caminho andado para entrarem no espírito deste passeio. A camaradagem é inquestionavelmente primordial. Mas não deve sobrepor-se aos limites do bom-senso, em prol do bem comum.
Como é óbvio ninguém ficará abandonado no meio do nada. Contudo, se existir um problema mecânico que seja impossível de resolver em tempo útil, poderão ter de procurar um habitante local para vos dar boleia ou, caso exista rede de telemóvel, telefonar a alguém que vos venha buscar. E estar preparado para esperar 3 ou 4 horas pelo resgate se assim for necessário.
Naturalmente que um pneu furado ou uma corrente partida são contingências normais para quem anda de bicicleta. Neste caso certamente que se promoverá um reagrupamento no local ou nas proximidades e seguiremos novamente caminho mal o problema esteja solucionado.
Ao participar, deverão também ser capazes de tomar a difícil decisão de regressar ao ponto de partida por meios próprios (ou seja, atalhando e a solo) caso considerem que a vossa condição física se está a degradar rapidamente. Ao contrário do ditado, depois da tempestade não vem a bonança. O percurso é muito homogéneo, com dificuldades a surgirem regular e consecutivamente, do princípio ao fim. Ninguém é deixado para trás deliberadamente e obviamente que o ritmo é o do último. Mas numa situação limite o facto de esperarem por vós não vos vai miraculosamente devolver a força nas pernas.
E só para que fique claro, eu não pedalo mais ou menos do que ninguém. Muito provavelmente até serei dos últimos nas subidas porque é esse o meu ritmo e sobretudo porque a minha capacidade física não permite maior rapidez. Que o digam todos os que pacientemente já esperaram por mim numa ou noutra ocasião...
Portanto não peço que ninguém adapte o seu ritmo ao meu. Espero apenas responsabilidade por parte dos mais rápidos para manterem a coesão do grupo dentro de limites aceitáveis. Até porque falhar no cumprimento dessa responsabilidade poderá significar que se percam, condicionando assim o restante grupo que terá de providenciar o vosso resgate.
E nunca é demais lembrar que isto não é uma corrida, é um passeio.
Um passeio em que gostaria de agradar a toda a gente, mas tal não é possível. Por isso reduzi as coisas a uma fórmula muito directa: O meu convite. O meu percurso. As minhas regras. Mais simples era impossível...
Percebo que para quem não me conheça possa soar estranho tanto minimalismo na apresentação. Mas, por outro lado, quem me conhece poderá achar ainda mais estranha a necessidade desta enorme explicação.
Por isso cada um entenderá a frieza das palavras da forma que quiser. Como um incentivo extra à participação ou como uma manifestação da minha eventual arrogância e o ponto final na vontade de embarcar nesta jornada...
Se ficarão a ganhar ou a perder, deixo esse julgamento para o tópico do rescaldo...
Boas pedaladas!
— André