Tercius, estamos a falar duma questão concreta, a capacidade de conduzir. Não estou a querer criar reservas para idosos, nem a dizer que são inaptos para tudo.
A questão de apertar com os exames médicos parece-me que daria em nada. É como apertar com a supervisão aos bancos. Fala-se e fala-se ... e fala-se ainda mais e no fim continua tudo igual ou pior.
Numa sociedade haverá sempre leis que serão "discriminatórias". Não há liberdade total, nem só direitos. O legislador tem que analisar o interesse do indivíduo e o da comunidade e muitas vezes optar pela via "menos má".
Noto que ambos pegaram nos 75 anos, quando eu referi 75/80 anos. Podiam ter usado os 80 anos. Acham que com 80 anos há capacidade (em média) para realizar uma operação complexa como a condução (e que se mal executada coloca outros em risco)?
O fulano que atropelou os colegas tinha 87 anos. Aposto como não tinha as mínimas condições para conduzir.
Rapido, eu quando tiver 75 ou 80 é muito provável que ache que posso conduzir e que tenho capacidades. O meu avó (que foi motorista na juventude), com setenta e muitos, também achava. Até que enfaixou-se pela traseira duma carrinha. E os filhos tiveram que intervir para que ele não conduzisse mais. Mesmo depois dos oitenta continuava a insistir que tinha capacidades para conduzir.
A questão não é a vontade do próprio. A questão é, se em geral, é uma boa ideia ter pessoas com veículos na estrada e sem as mínimas condições para opera-los. E que consequências podem acontecer aos outros por tal "facilitismo".
O problema não desaparece só porque assobiamos para o lado.