Re: Alles Gute!
Sexta-feira acabei então a instalação do guiador da Syntace, acertei as medidas e posicionamento das manetes e fitei-o.
Como tenho bastante atenção aos detalhes e aos pormenores, tive de pensar um pouco como ia resolver a colocação de fita no guiador. Isto porque, como a parte central onde aperta o avanço é protegida por uma malha de kevlar, os logotipos estão colocados mais perto dos drops, e de um dos lados o logo é comprido, já que diz "Racelite 2 CDR".
Um parêntesis para falar da protecção em malha de kevlar na zona de aperto. Com a introdução deste reforço a Syntace garante resistência para apertos até 8nm nesta zona o que, do que me lembro, será um recorde em termos de aperto em tubos de carbono. O próprio avanço está limitado a apertos de 6nm.
Só isto diz muito da resistência do guiador neste ponto tão crítico do interface guiador-avanço. Com a massa de carbono, ganha-se mais 1 ou 2nm face ao aperto original que no meu caso é sempre 5nm, mais que suficiente para manter tudo no sítio.
Voltando então à fita. Como não queria tapar os logos, a fita teria de começar mais perto do drop do que do avanço.
Conhecendo a minha forma de posicionar as mãos no guiador e experimentando com este guiador, rapidamente cheguei à conclusão de que não haveria muito problema em ter o centro do guiador sem fita, uma vez que não utilizo muito essa zona para segurar o guiador em andamento, e quando o fizer, o perfil mais plano do guiador dará o conforto necessário.
Um outro aspecto a considerar é o facto de usar um anel que, a ficar em zona não protegida, poderia danificar o verniz com o uso. O facto é que com a mão na posição normal, e apesar de ficar meia-mão com fita e outra meia-mão sem fita, a zona do anel fica sempre em contacto com a fita e nunca com o guiador.
Estipulada a zona de abrangência da fita decidi, mais uma vez, cortar com o convencional. Normalmente fita-se o guiador desde o drop até o avanço, rematando no final com a a vulgaríssima fita-cola isoladora.
Mas o Syntace foi fitado começando de cima, sendo que o remate final é dado pela tampa do guiador. Fica um acabamento muito melhor, sem fita-cola ou outros elementos além da fita em si. A transição para o guiador é suave e agradável ao toque uma vez que é apenas a fita esponjosa. E como não utilizo luvas, estes pormenores são importantes para mim.
Nos últimos 1500Km, utilizei a fita da Fi:zi:k em microtex. Tem um toque parecido com a napa, a imitar pele, e é bastante flexível. Isto que permite, por exemplo, que tenha fitado 5x o guiador da Ritchey com a mesma fita!
No entanto, é um pouco fina demais para proporcionar o máximo de conforto em piso degradado e em longas tiradas. Por isso, e apesar de ter lá um kit de Fi:zi:k novo para instalar, optei por experimentar novamente as fitas em espuma. E a fita que utilizei desta vez foi então a fita da Syntace, em espuma preta com pedacinhos de cortiça à cor natural.
A fita tem o toque normal destas fitas de espuma, com o consequente volume acrescido no guiador. Pessoalmente não me incomoda porque como tenho as mãos grandes, o volume extra até ajuda a dar solidez ao guiador.
Já estava destreinado a fitar com espuma, por isso ainda necessitei de fazer pequenos ajustes e mesmo assim não ficou perfeito. No entanto já vi fitas bem pior colocadas em bicicletas novas...
Estreia então na estrada, com 120Km em torno das Minas do Pejão, para confirmar o que já temia: O guiador parece que foi feito de encomenda para mim.
A começar pela formato do guiador. Apesar de normalmente as versões compactas serem destinadas a ciclistas mais baixos, e consequentemente com os braços mais curtos, para mim há uma outra aplicação bem mais prática. Como não tenho a flexibilidade de um contra-relogista e, também por isso, praticamente não uso os drops nas minhas voltas, ter o drop mais perto do hood é uma vantagem óbvia.
Além disso, o compact alemão, não é o típico compact em que parece que as manetes foram apertadas num torno e é algo desproporcional. O syntace é antes um, meio compact, que não parece tão desengonçado como o Ritchey, nem tão esquisito como por exemplo o FSA.
A curvatura é também do meu agrado, já que não sendo um ângulo tão pronunciado como outros modelos ergonómicos, proporciona um encaixe da mão mais confortável, com a alavanca de travão perfeitamente ao alcance e, mais importante, sem bater com os pulsos na curva superior já que o guiador é cerca de 2cm mais curto na parte superior do que nos drops.
E já que falo da parte superior do guiador, devo dizer que estou encantado com os 6º de recuo do guiador nessa zona. Apesar de exigir mais rigor na pedalada, com os joelhos a passar bem perto da curva superior quando pedalo em pé, este recuo proporciona uma colocação das mãos muito mais ergonómica, reduzindo o stress nos pulsos já que a mão pousa no guiador na sua posição natural.
A plataforma no topo do guiador não é cilíndrica, mas tem um perfil espalmado o que, mais uma vez contribui para um maior conforto nas longas tiradas.
Sinceramente ainda não atentei muito ás questões da rigidez até porque como procuro o conforto, alguma flexibilidade não trará mal ao mundo. No treinos da semana, mais explosivos, terei oportunidade de experimentar isso.
Para terminar, dois ou 3 pormenores soltos. O guiador começa com um acabamento preto opaco nos drops, com o logo da Syntace (a cube começa a fitar os guiadores só depois do logotipo no drop) mas depois da zona de aperto das manetes o revestimento preto desaparece e revela-se a malha do carbono que fica em toda a zona visível do guiador.
Cada guiador tem um número de série que permitirá certamente saber bastante informação sobre a sua fase de produção. Este número está gravado depois da zona de revestimento de Kevlar, na parte inferior.
Existem guias côncavas para as espirais de mudança e travão, tanto à frente como atrás do guiador, embora no meu caso passem as quatro espirais pela frente.
Além do selo de aprovação num dos drops, no interior do tubo e dois dois lados do guiador, está colada uma etiqueta com a data de produção (Setembro de 2009 no caso do meu) e a assinatura do operário. E no meu espigão P6, acontece o mesmo.
Assim de repente, acho que não me esqueci de nada.
Agora a BMC vai ao banho para depois lhe instalar o desviador dianteiro SRAM Force, com a respectiva braçadeira de carbono.