Anilhas serrilhadas vs Carbono

[duchene]

Caríssimos,

Chegaram ontem os meus novos e malucos travões CNC e, como eu sou um tipo algo verdinho nisto dos travões mono-pivot, tenho aqui uma dúvida que certamente a malta dos Campy ou dos travões mais exóticos conseguirá responder.

Os meus Shimano 105 de duplo pivot eram fixos ao quadro com as fixações normais, sendo que a anilha que ficava em contacto com o quadro e a forqueta (ambos em carbono) eram plana e portanto não marcou o material.

Ora, agora nestes mono-pivot, ambas as anilhas (a que vem nos travões e a suplente) são serrilhadas. Uma é serrilhada na face toda, a outra é serrilhada apenas no perímetro exterior (um pouco como uma forma de cortar rissois).

Na foto pode-se ver a anilha serrilhada que vem no setup inicial:

A minha pergunta será então: posso usar a anilha que é serrilhada na face, sabendo que o verniz vai logo ficar marcado e o carbono também? consequências a longo prazo, existem?

É que os travões certamente dependem desta mordida extra para se manterem centrados mas por outro lado queria ouvir algumas opiniões antes de apertar de vez os ditos...

Grato pelas respostas.

 

[fmm]

À pouco tempo a minha fininha levou um grupo completo Campagnolo Athena, e também os travões têm essa anilha serrilhada, e também o quadro é carbono. Mais logo irei ver como estão montadas as anilhas, embora penso que à partida não tenha algum problema o aperto contra o carbono.

Cumprimentos

Filipe

 

[Cancellara]

Boas!

São os Planet X, certo, tenho andado tentado a encomendá-los
Que tal o aspecto deles ao vivo? Suficientemente Hi-Tech?
Achas que a versão em vermelho chegará aos calcanhares do look dos Token Accura?

Em relação à tua pergunta, penso que dependerá do torque que deres aos parafusos, não? Poderá morder "apenas" o verniz. No meu caso até agradecerei esse serrilhado, pois os actuais 105 estão quase sempre descentrados, por, como referiste, a anilha ser lisa.

E não é assim tão fácil marcar o carbono, ou é?

 

[duchene]

O verniz vai à vida com qualquer amasso. O torque nestes tem de ser "à homem" dentro de certos limites, precisamente para não descentrarem e por isso é certinho que vai estalar o verniz e morder mais abaixo no carbono.

Olha que os meus 105 andavam sempre direitinhos! Podes ter aperto a menos ou cabo a mais, que os empurra para fora do sítio.

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Quanto aos travões, são sim os Planet X, que são a versão mais XPTO destes travões CNC copiados por n marcas. Melhores que estes só os Feather porque têm a armação dos calços e o travão do afinador em vermelho.

Ao vivo são fantásticos, o anodizado é da mesma família da Thomson que pessoalmente acho o melhor de todos.

Não sei se o "all red" não será flashy demais, mas são 95% iguais aos token por isso, se gostaste de ver a foto dos token, avança para estes, embora tenhas muito mais cores disponíveis.

Agora vão ficar à espera do Syntace para colocar cabos novos e por tudo a funcionar a 100%.

Naturalmente se os quiseres ver ao vivo é só dares uma apitadela!

 

[Cancellara]

Isso são boas notícias.

São um bocado flashy mas eu estou a libertar o tunner que há em mim
Temos que combinar um volta, até porque deves conhecer alguns dos "Domingueiros de Valongo".


Tens razão, o desalinhamento dos 105, também deve ser excesso de espiral. Atrás devo ter 2-3 cm a mais.

 

[Jepas]

Duchene, assim de repente a tua questão lembra-me os espigões da Ritchey, que possuem umas peças em alumínio também serrilhado que ficam em contacto com o topo do espigão em carbono e o objectivo é o mesmo "segurar no sítio" penetrando o verniz.

Falo da peça onde fica a cabeça do parafuso e o binário de aperto ronda os 12 Nm.

Já reparei em tempos que os espigões novos não têm qualquer serrilha, sendo esta feita apenas pela peça em AL aquando a 1ª montagem.

Jepas

 

[Cancellara]

Já que se fala em espigões, e tendo eu montado um selim full carbon há pouco tempo, até vou verificar se o meu espigão KCNC Pro Lite já deixou marcas nos carris de carbono (no verniz já sei que deixou).

Deve haver poucas coisas mais agressivas para o carbono do que aquela peça em meia-cana, característica dos espigões desse tipo, onde assentam os carris. Especialmente com 85Kgs em cima

 

[rjcm78]

16 Nm é quanto está marcado nessa peça onde fica alojada a cabeça do parafuso....e foi a peça de cima que danifiquei, que fiz falsas roscas...

 

[duchene]

Depois de ver dezenas de fotos e de um par de mails trocados, apertei os travões ao sítio com as anilhas serrilhadas.

É como funciona na malta que consultei, sem problemas assinaláveis, o verniz fica marcado, mas não avança mais do que isso.

Os travões já estão portanto montados e funcionais. O teste de estrada ainda vai demorar, talvez só em maio, especialmente com o tempo a não ajudar...

 

[nogueira.nuno]

Boas, desculpa só agora e que vi o teu Post para tentar ajudar.
Realmente estes travões mono Pivot são assim são um pouco todos parecidos na montagem.

A fixação deve ser mesmo monta, acerta e aperta, e já esta.
No meu caso há uma diferença num dos travões para vários tipos de montagem na forqueta em que precisam de mais ou menos parafuso e no teu caso por isso e que tens uma anilha suplente.

Claro e imagino que ao fim de os teres instalado ficaste com uma melhor ideia e sem mais duvidas.

 

[ALNM]

Os meus Campagnolo Record têm a anilha serrilhada e quando os desmontei lá estava a marca no verniz. Mas é exatamente para isso que ela serve, certo?
Os Zero Gravity, que são mono-pivot e não têm anilha serrilhada, recomendam um torque de aperto entre 60 e 70 Nm. É mesmo muito comparado com o necessário nos Campagnolo.

Só mesmo testando é que ficas a saber. Mas não precisas montar e andar: trava diversas vezes com o guiador a direito, todo virado para a direita ou para a esquerda e observa com atenção a simetria no fecho e na abertura das maxilas.