noody_here
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Caros companheiros
Venho mais uma vez partilhar convosco a minha última escapadela
O título de À procura do Buda, tem tudo a ver com o passar uns dias a pedalar, descontraído, a pensar na vida, á procura do Buda, aquele líder espiritual gordinho, que me iria no fim de 4 dias iluminar com sabedoria e experiências enriquecedoras.
Aproveitei uma aberta no trabalho, meti uma pernoita á patroa e fiz-me á estrada na passada Quarta-Feira.
Tinha já planeado ir dar uma volta pelo Alentejo, gostava muito de ir até á barragem do Alqueva e depois fazer a estrada até Mourão, Monsaraz onde ainda não tinha estado e depois encontrar-me com a esposa em Montemor.
E assim lá arranquei na minha montada nova, montada ás peças, umas daqui, outras dalí e lá arranquei cerca das 09:00 do Barreiro até Setúbal para apanhar o barco; o tempo estava porreiro, nem havia muito vento e assim andando nas calmas apreciando as vistas já em Troia fui andando até á Comporta e depois apanhei a estrada até Alcácer onde aterrei perto das 14:00, mesmo a tempo de uma bifana e de uma jola para retemperar; a partir daqui fui até ao meu alojamento descansar um bocado tomar o belo banho e preparar para o jantar.
Aproveitei para rever o percurso do dia seguinte a previsão meteorológica e ......xixi cama.
Foram 81kms a uma calma média de 21kms/hora.
Dia seguinte, Quinta Feira, Levantei-me por volta das 08:00, enfardei o pequeno almoço e toca de me fazer á estrada, objetivo Vidigueira.
Paragem aos 30kms para um cafézinho em Casa Branca, avanço nas calmas até ao Torrão, toca a trepar até lá acima, uma constante que fiquei a saber, todas as localidades Alentejanas devem estar situadas sempre no alto de algumas grandes elevações, outra grande verdade é que o Alentejo não tem nada de plano é uma sucessão de altos e baixos e outra grande verdade é que independentemente da direcção que tomarmos se estiver vento este é sempre contra, qualquer que seja a direcção.
Próxima localidade foi Vila Nova da Baronia, apontando de seguida ao Alvito e uns valentes 30 kms depois estava a aterrar na Vidigueira, onde tratei de procurar um sítio para outra bela bifana, acompanhada da fiel Sagres e toca a ir encontrar o alojamento.
Bike guardada, descanso e o belo do banho e fui procurar consolo para o estômago, onde degustei mais um soberbo manjar Alentejano; preparar a tralha para de manhã e toca a xonar, que o seguinte dia ia ser grandinho mas ia finalmente chegar onde queria.
82kms, média reles de 19kms/hora, 0 precalços e muita satisfação.
Sexta Feira, this is the day........
Toca a levantar, um belo pequeno almoço e arrancar direito a Portel; começei logo a atacar uma interminável subida numa antipática estrada com demasiado transito para o meu gosto e para aquela hora da manhã....
Uns kms á frente estava a passar por Portel e a entrar numa espetacular estrada com excelente piso e agora sim, pouco transito, calor a começar a aparecer e dalí a um bocado já estava a beber café em Alqueva e depois de mais umas pedaladas estava a passar na Barragem e a parar para as fotos da praxe e descansar um bocado.....
Saí da Barragem já com um belo calor Alentejano e avancei até Póvoa de São Miguel, que para variar me apareceu ao fim de uns valentes kms e de uma valente subida, que raio pensei eu, será que não podiam cortar aqui umas destas elevações????? é mesmo necessário trepar esta gaita toda?????....
A partir daqui estava no meu principal objetivo, belas paisagens, muitas vezes rodeado pelo belo lago do Alqueva foi andando assim, calma e serenamente que cheguei até Mourão.
Já avistava ao fundo o meu objetivo, Monsaraz, bolas que aquela subida vai doer, e com já cerca de 80 kms em cima ainda ia doer mais; la pedalei sempre com essa visão á vista, Alqueva e o seu espelho de água para acalmar o nervoso que começava a sentir e finalmente virar para a estrada que me levava a Monsaraz e uns 3 kms á frente (kms tb a subir) olhei para aquilo que ia ser o meu calvário, uma subida das mais capazes......eu é que não sabia se ia ser capaz.
Tratei de encostar, meter umas bolachas e uma barrita de cereais, o gel maravilha para emergências (aquela subida era uma emergência) e fiz-me á subida.....que tormento, não sei se era do acumulado dos kms dos ultimos dias ou o calor que já era bastante, mas aquela foi a SUBIDA que mais me lembro de me custar a fazer; tive de parar umas 2 vezes pois as pernas já ardiam e o fôlego já faltava e a minha montada ultra leve, alforges e afins com os seus 23kgs tb não estava a ajudar.......
Quando cheguei á rotunda abaixo das muralhas encontrei uma mesa de pedra á sombra e lancei-me lá para cima, ainda sem acreditar que já estava ali....E ainda faltavam mais uns metros até ao topo, mas agora isso já não importava, já tinha chegado, estava num dos topos do mundo.
Entrei nas muralhas triunfante, o pessoal que por ali andava olhava para mim tipo "de onde é que vem este maluco????", encontrei o meu alojamento, amandei-me de cabeça para um retemperante banho de imersão e preparei-me psicologicamente para mais um jantar Alentejano, um maravilhoso ensopado de borrego, bem regado com tintol da região e a típica e bela sobremesa.
Dei umas voltas pelas muralhas para conheçer e desmoer um pouco do jantar e fui dormir o soninho dos justos.....95 kms, média de 18 kms/hora, média miserável mas honrada
Sábado, último dia, depois do que tinha visto e onde tinha ido, ia ser uma tirada desinteressante, num percurso sem muito que ver, ia até Montemor onde a minha assistência em viagem (esposa) estaria á minha espera para passarmos o que sobrava do fim de semana.
Vento chato, sempre de frente, a bicicleta travava, parei várias vezes a pensar que tinha as rodas presas, a força que ia a fazer era enorme, a burra não queria embalar nem a descer....estava já a passar-me e ao fim de uns sofridos 84 kms, lá cheguei ao meu objetivo, onde a minha esposa já me esperava, atenciosa e querida e um bocado preocupada com o meu aspeto que eu levava, completamente suado e com ar estoirado, custou mais este último dia que os outros 3 em conjunto......
Como rescaldo, mais uma viagem que já aguardava á algum tempo, tudo correu espetácularmente, sem precalços, a minha burra Btwin montada ás peças portou-se de forma magnifica sempre afinadinha, 0 furos, 0 precalços, 0 avarias, numa palavra Brutal......e de novo a repetir e já a procurar um novo percurso, acho que isto já é viciante quando se experimenta quer-se sempre mais....
Bem hajam.
Venho mais uma vez partilhar convosco a minha última escapadela
O título de À procura do Buda, tem tudo a ver com o passar uns dias a pedalar, descontraído, a pensar na vida, á procura do Buda, aquele líder espiritual gordinho, que me iria no fim de 4 dias iluminar com sabedoria e experiências enriquecedoras.
Aproveitei uma aberta no trabalho, meti uma pernoita á patroa e fiz-me á estrada na passada Quarta-Feira.
Tinha já planeado ir dar uma volta pelo Alentejo, gostava muito de ir até á barragem do Alqueva e depois fazer a estrada até Mourão, Monsaraz onde ainda não tinha estado e depois encontrar-me com a esposa em Montemor.
E assim lá arranquei na minha montada nova, montada ás peças, umas daqui, outras dalí e lá arranquei cerca das 09:00 do Barreiro até Setúbal para apanhar o barco; o tempo estava porreiro, nem havia muito vento e assim andando nas calmas apreciando as vistas já em Troia fui andando até á Comporta e depois apanhei a estrada até Alcácer onde aterrei perto das 14:00, mesmo a tempo de uma bifana e de uma jola para retemperar; a partir daqui fui até ao meu alojamento descansar um bocado tomar o belo banho e preparar para o jantar.
Aproveitei para rever o percurso do dia seguinte a previsão meteorológica e ......xixi cama.
Foram 81kms a uma calma média de 21kms/hora.
Dia seguinte, Quinta Feira, Levantei-me por volta das 08:00, enfardei o pequeno almoço e toca de me fazer á estrada, objetivo Vidigueira.
Paragem aos 30kms para um cafézinho em Casa Branca, avanço nas calmas até ao Torrão, toca a trepar até lá acima, uma constante que fiquei a saber, todas as localidades Alentejanas devem estar situadas sempre no alto de algumas grandes elevações, outra grande verdade é que o Alentejo não tem nada de plano é uma sucessão de altos e baixos e outra grande verdade é que independentemente da direcção que tomarmos se estiver vento este é sempre contra, qualquer que seja a direcção.
Próxima localidade foi Vila Nova da Baronia, apontando de seguida ao Alvito e uns valentes 30 kms depois estava a aterrar na Vidigueira, onde tratei de procurar um sítio para outra bela bifana, acompanhada da fiel Sagres e toca a ir encontrar o alojamento.
Bike guardada, descanso e o belo do banho e fui procurar consolo para o estômago, onde degustei mais um soberbo manjar Alentejano; preparar a tralha para de manhã e toca a xonar, que o seguinte dia ia ser grandinho mas ia finalmente chegar onde queria.
82kms, média reles de 19kms/hora, 0 precalços e muita satisfação.
Sexta Feira, this is the day........
Toca a levantar, um belo pequeno almoço e arrancar direito a Portel; começei logo a atacar uma interminável subida numa antipática estrada com demasiado transito para o meu gosto e para aquela hora da manhã....
Uns kms á frente estava a passar por Portel e a entrar numa espetacular estrada com excelente piso e agora sim, pouco transito, calor a começar a aparecer e dalí a um bocado já estava a beber café em Alqueva e depois de mais umas pedaladas estava a passar na Barragem e a parar para as fotos da praxe e descansar um bocado.....
Saí da Barragem já com um belo calor Alentejano e avancei até Póvoa de São Miguel, que para variar me apareceu ao fim de uns valentes kms e de uma valente subida, que raio pensei eu, será que não podiam cortar aqui umas destas elevações????? é mesmo necessário trepar esta gaita toda?????....
A partir daqui estava no meu principal objetivo, belas paisagens, muitas vezes rodeado pelo belo lago do Alqueva foi andando assim, calma e serenamente que cheguei até Mourão.
Já avistava ao fundo o meu objetivo, Monsaraz, bolas que aquela subida vai doer, e com já cerca de 80 kms em cima ainda ia doer mais; la pedalei sempre com essa visão á vista, Alqueva e o seu espelho de água para acalmar o nervoso que começava a sentir e finalmente virar para a estrada que me levava a Monsaraz e uns 3 kms á frente (kms tb a subir) olhei para aquilo que ia ser o meu calvário, uma subida das mais capazes......eu é que não sabia se ia ser capaz.
Tratei de encostar, meter umas bolachas e uma barrita de cereais, o gel maravilha para emergências (aquela subida era uma emergência) e fiz-me á subida.....que tormento, não sei se era do acumulado dos kms dos ultimos dias ou o calor que já era bastante, mas aquela foi a SUBIDA que mais me lembro de me custar a fazer; tive de parar umas 2 vezes pois as pernas já ardiam e o fôlego já faltava e a minha montada ultra leve, alforges e afins com os seus 23kgs tb não estava a ajudar.......
Quando cheguei á rotunda abaixo das muralhas encontrei uma mesa de pedra á sombra e lancei-me lá para cima, ainda sem acreditar que já estava ali....E ainda faltavam mais uns metros até ao topo, mas agora isso já não importava, já tinha chegado, estava num dos topos do mundo.
Entrei nas muralhas triunfante, o pessoal que por ali andava olhava para mim tipo "de onde é que vem este maluco????", encontrei o meu alojamento, amandei-me de cabeça para um retemperante banho de imersão e preparei-me psicologicamente para mais um jantar Alentejano, um maravilhoso ensopado de borrego, bem regado com tintol da região e a típica e bela sobremesa.
Dei umas voltas pelas muralhas para conheçer e desmoer um pouco do jantar e fui dormir o soninho dos justos.....95 kms, média de 18 kms/hora, média miserável mas honrada
Sábado, último dia, depois do que tinha visto e onde tinha ido, ia ser uma tirada desinteressante, num percurso sem muito que ver, ia até Montemor onde a minha assistência em viagem (esposa) estaria á minha espera para passarmos o que sobrava do fim de semana.
Vento chato, sempre de frente, a bicicleta travava, parei várias vezes a pensar que tinha as rodas presas, a força que ia a fazer era enorme, a burra não queria embalar nem a descer....estava já a passar-me e ao fim de uns sofridos 84 kms, lá cheguei ao meu objetivo, onde a minha esposa já me esperava, atenciosa e querida e um bocado preocupada com o meu aspeto que eu levava, completamente suado e com ar estoirado, custou mais este último dia que os outros 3 em conjunto......
Como rescaldo, mais uma viagem que já aguardava á algum tempo, tudo correu espetácularmente, sem precalços, a minha burra Btwin montada ás peças portou-se de forma magnifica sempre afinadinha, 0 furos, 0 precalços, 0 avarias, numa palavra Brutal......e de novo a repetir e já a procurar um novo percurso, acho que isto já é viciante quando se experimenta quer-se sempre mais....
Bem hajam.
