hcardoso
Member
Estavamos no inicio de 2022, com a maioria dos paises ainda "fechados" pela palermia.
Já farto de estar em casa, e com o tempo ainda frio, o meu "dstino" preferido nessa época seria Marrocos.
Marrocos tinha acabado de abrir as suas fronteiras aéreas mas as fronteiras maritimas (ferries de ligação a Espanha) continuavam encerradas.
A 27 de Fevereiro aproveitei o primeiro voo para Marrocos com partida de Madrid. O destino do voo era Marrakesh.
Flixbus do Porto até ao aeroporto de Madrid
Custou-me mais o teste PCR feito no aeroporto Adolfo Suarez do que a viagem e a bike juntas...
Tudo correu maravilha na chegada a Marrakesh, só tive de me submeter a um teste rápido, findo o qual me entreti a montar a minha trike (recumbent trike) para pedalar até ao Hostel que tinha anteriormente reservado na cidade.
Marrakesh
Depois de uns dias de visita a Marrakesh e compras de alimentos, partida para norte em direcção a El Jadida.
A primeira noite de pedal foi passada numa estação de serviço a ser construída
e a segunda noite foi num estábulo abandonado e em ruínas.
PS. geralmente só fico em hosteis quando estou em cidades, de resto preferencialmente acampo - campismo selvagem.
El Jadida é conhecida pela imensa cidadela construída pelos portugueses (daí a minha subida para norte, porque adoro História e incluí-la nas minhas voltinhas)
Outra vertente muito importante nas minhas viagens: comida, comida, comida....
Como de tudo e provo de tudo, posso gostar ou não, mas provo...
Já comi uma miriade de comidas estranhas desde olhos de vaca cozidos (Irão), Larvas (Myanmar), Rato assado (Tailandia), Arroz frito de carne de cão (Vietnam), Cobra (Indonésia) e em Marrocos era tagines atrás de tagines.... afinal de contas o "motor" da minha trike sou eu e eu funciono a COMIDA
que procuro sempre nos mercados, vendedores de rua ou onde os locais se alimentam...
Ok, agora já na costa atlantica de Marrocos a idéia era ir para sul.. Agadir
(quando vou para as minhas voltas sei onde começo e tenho uma idéia por onde quero ir, mas as idéias são isso, idéias, sempre em mutação.....
Assim, depois de El Jadida (Mazagão para os portugueses) rumo a sul passando por Safi até Essaouira (Mogador para os portugueses)... acampando, bebendo chá e desfrutando da vida...
Essaouira - Mogador
De Essaouira, sempre para sul, a próxima grande cidade seria Agadir, a meca do turismo de praia em Marrocos...
As estradas ficam mais vazias fora das cidades mas as faixas de segurança (bermas) desaparecem... de qualquer modo nada de mal, os marroquinos respeitaram sempre uma distância segura entre eles e eu.
às vezes a comida é simples: uma carcaça marroquina e uma lata de atum, e o jantar está feito...
hora da Tagine hehehehe
Quando me cruzo com estes "overlanders" geralmente eles nunca falam, não sei se se sentem supriores, afinal de contas eu estou só a pedalar no percurso que eles fazem neste "monstro".....
Chegado a Agadir, estava com "a pica toda".... voltar para casa?
Mas a estrada não vai para sul?
Bute para sul..... direcção Dakhla..... há muita tagine para comer.... oops
o que eu não peisei foi n Ramadão.... e então pedalar no ramadão foi mau, muito mau
As vilas escasseavam à medida que entravamos no Sahara ocidental, dando lugar a imensos espaços deserticos e a salvação eram as estações de serviço que estavam separadas em média 40km entre elas.
As estações tinham restaurante e lojas, mas eu não queria "ofender" a "normalidade" dos locais, assim esperava sempre para o por do sol para comer, que fome.....
Mal o sol caía, os locai apareciam, empanturravam-se e desapareciam.
Foi assim até Dakar...
O mais dificil foi atravessar a Mauritania durante o Ramadão, pois eles eram mais "fundamentalistas" do que os marroquinos.
Muitas vezes nos postos de gasolina marroquinos (Sahara Ocidental) perguntavam se queria comer, diziam eles que me davam comida mas eu tinha de ir para um canto escondido. Eu respondia sempre que esperava pelo por do sol, e alguns deles esboçavam um sorriso e agradeciam.
EM ROMA FAZ COMO OS ROMANOS !
A passagem da fronteira de Marrocos para a Mauritânia foi estranha, estava apreensivo, tinha de atravessar a terra de ninguém (cerca de 6km) e na realidade um território da Republica Democratica Sarauwi (que se encontra em "guerra" com o Reino de Marrocos). A meio da Terra de ninguém existe um posto de controlo da ONU, numa área onde as carcaças dos carros destruídos já foram retiradas, mas as minas continuam....
De Nouakchot (capital da Mauritania) para sul tinha pela frente as areias do deserto que esvoaçavam e doiam na pela devido ao vento....
De vez enquando uma "povoiação" de meia duzia de casas, e as noites passadas a acampar no meio do nada
Optámos por uma fronteira perto da cidade senegalesa de Saint Louis.
Foi uma má opção porque a estrada não era mais do que uma picada que tive de fazer recorrendo a uma pickup porque os meus pneus da frente já estavam no aço e não queria ficar "apeado" no meio do deserto.
Foram cerca de 60km pagos a peso de ouro. Ou pagava ou sujeitava-me a ficar apeado.... é assim que funciona na economia da oferta e procura, em que tu és o branco ou seja o equivalente a DINHEIRO.
E a 22 de Abril de 2022 entrava na cidade senegalesa de Saint Louis
A entrada em Saint Louis foi stressante porque já cheguei ao fim do dia e apanhei o trânsito todo, e andar de trike no meio do transito numa cidade africana em hora de ponta é.... FOGO !
Aqui pude restabelecer as forças com comida, comida de GENTE.....
E depois seguir para sul.
Algumas zonas do Senegal observam o Ramadão, pelo que tinha que escolher o local onde pidia comer....
Um dos muitos "lagos Rosa" existentes no Senegal
Campismo selvagem, sem stresses e sem "surpresas"....
As estações de serviço são ideais para retemperar as forças, e descansar do sol ardente
Consumia por dia 6L de Sprite, à qual tirava o gas e juntava uma pitada de sal fazendo assim uma bebida energetica, a bebida energetica dos pobres
Thiés, perto do aeroporto que serve Dakar, foi o fim do pedal, Dakar foi uma visita relampago antes de embarcar para Lisboa com uma carrada de Lashmaniose nos pés
e pronto, está feito., foi a minha voltinha pelo sahara até Dakar, em tempo de palermia.
Chegado ao Porto, mais uma visita ao Hospital para uma estada forçada de cerca de 15 dias, durante a qual também tive o tal de covide
Já farto de estar em casa, e com o tempo ainda frio, o meu "dstino" preferido nessa época seria Marrocos.
Marrocos tinha acabado de abrir as suas fronteiras aéreas mas as fronteiras maritimas (ferries de ligação a Espanha) continuavam encerradas.
A 27 de Fevereiro aproveitei o primeiro voo para Marrocos com partida de Madrid. O destino do voo era Marrakesh.

Flixbus do Porto até ao aeroporto de Madrid
Custou-me mais o teste PCR feito no aeroporto Adolfo Suarez do que a viagem e a bike juntas...
Tudo correu maravilha na chegada a Marrakesh, só tive de me submeter a um teste rápido, findo o qual me entreti a montar a minha trike (recumbent trike) para pedalar até ao Hostel que tinha anteriormente reservado na cidade.

Marrakesh


Depois de uns dias de visita a Marrakesh e compras de alimentos, partida para norte em direcção a El Jadida.

PS. geralmente só fico em hosteis quando estou em cidades, de resto preferencialmente acampo - campismo selvagem.

El Jadida é conhecida pela imensa cidadela construída pelos portugueses (daí a minha subida para norte, porque adoro História e incluí-la nas minhas voltinhas)



Outra vertente muito importante nas minhas viagens: comida, comida, comida....
Como de tudo e provo de tudo, posso gostar ou não, mas provo...
Já comi uma miriade de comidas estranhas desde olhos de vaca cozidos (Irão), Larvas (Myanmar), Rato assado (Tailandia), Arroz frito de carne de cão (Vietnam), Cobra (Indonésia) e em Marrocos era tagines atrás de tagines.... afinal de contas o "motor" da minha trike sou eu e eu funciono a COMIDA

Ok, agora já na costa atlantica de Marrocos a idéia era ir para sul.. Agadir
(quando vou para as minhas voltas sei onde começo e tenho uma idéia por onde quero ir, mas as idéias são isso, idéias, sempre em mutação.....
Assim, depois de El Jadida (Mazagão para os portugueses) rumo a sul passando por Safi até Essaouira (Mogador para os portugueses)... acampando, bebendo chá e desfrutando da vida...






Essaouira - Mogador
De Essaouira, sempre para sul, a próxima grande cidade seria Agadir, a meca do turismo de praia em Marrocos...
As estradas ficam mais vazias fora das cidades mas as faixas de segurança (bermas) desaparecem... de qualquer modo nada de mal, os marroquinos respeitaram sempre uma distância segura entre eles e eu.


às vezes a comida é simples: uma carcaça marroquina e uma lata de atum, e o jantar está feito...

hora da Tagine hehehehe

Quando me cruzo com estes "overlanders" geralmente eles nunca falam, não sei se se sentem supriores, afinal de contas eu estou só a pedalar no percurso que eles fazem neste "monstro".....

Chegado a Agadir, estava com "a pica toda".... voltar para casa?
Mas a estrada não vai para sul?
Bute para sul..... direcção Dakhla..... há muita tagine para comer.... oops
o que eu não peisei foi n Ramadão.... e então pedalar no ramadão foi mau, muito mau
As vilas escasseavam à medida que entravamos no Sahara ocidental, dando lugar a imensos espaços deserticos e a salvação eram as estações de serviço que estavam separadas em média 40km entre elas.
As estações tinham restaurante e lojas, mas eu não queria "ofender" a "normalidade" dos locais, assim esperava sempre para o por do sol para comer, que fome.....
Mal o sol caía, os locai apareciam, empanturravam-se e desapareciam.
Foi assim até Dakar...
O mais dificil foi atravessar a Mauritania durante o Ramadão, pois eles eram mais "fundamentalistas" do que os marroquinos.
Muitas vezes nos postos de gasolina marroquinos (Sahara Ocidental) perguntavam se queria comer, diziam eles que me davam comida mas eu tinha de ir para um canto escondido. Eu respondia sempre que esperava pelo por do sol, e alguns deles esboçavam um sorriso e agradeciam.
EM ROMA FAZ COMO OS ROMANOS !




A passagem da fronteira de Marrocos para a Mauritânia foi estranha, estava apreensivo, tinha de atravessar a terra de ninguém (cerca de 6km) e na realidade um território da Republica Democratica Sarauwi (que se encontra em "guerra" com o Reino de Marrocos). A meio da Terra de ninguém existe um posto de controlo da ONU, numa área onde as carcaças dos carros destruídos já foram retiradas, mas as minas continuam....



De Nouakchot (capital da Mauritania) para sul tinha pela frente as areias do deserto que esvoaçavam e doiam na pela devido ao vento....
De vez enquando uma "povoiação" de meia duzia de casas, e as noites passadas a acampar no meio do nada





Optámos por uma fronteira perto da cidade senegalesa de Saint Louis.
Foi uma má opção porque a estrada não era mais do que uma picada que tive de fazer recorrendo a uma pickup porque os meus pneus da frente já estavam no aço e não queria ficar "apeado" no meio do deserto.
Foram cerca de 60km pagos a peso de ouro. Ou pagava ou sujeitava-me a ficar apeado.... é assim que funciona na economia da oferta e procura, em que tu és o branco ou seja o equivalente a DINHEIRO.



E a 22 de Abril de 2022 entrava na cidade senegalesa de Saint Louis




A entrada em Saint Louis foi stressante porque já cheguei ao fim do dia e apanhei o trânsito todo, e andar de trike no meio do transito numa cidade africana em hora de ponta é.... FOGO !
Aqui pude restabelecer as forças com comida, comida de GENTE.....
E depois seguir para sul.
Algumas zonas do Senegal observam o Ramadão, pelo que tinha que escolher o local onde pidia comer....

Um dos muitos "lagos Rosa" existentes no Senegal





Campismo selvagem, sem stresses e sem "surpresas"....


As estações de serviço são ideais para retemperar as forças, e descansar do sol ardente
Consumia por dia 6L de Sprite, à qual tirava o gas e juntava uma pitada de sal fazendo assim uma bebida energetica, a bebida energetica dos pobres

Thiés, perto do aeroporto que serve Dakar, foi o fim do pedal, Dakar foi uma visita relampago antes de embarcar para Lisboa com uma carrada de Lashmaniose nos pés


e pronto, está feito., foi a minha voltinha pelo sahara até Dakar, em tempo de palermia.
Chegado ao Porto, mais uma visita ao Hospital para uma estada forçada de cerca de 15 dias, durante a qual também tive o tal de covide