Boas
Não sei se o que vou dizer tem realmente a ver com o que sentes (não sei se és pesado nem se és daqueles que tens "power" nas pernas, tipo sprinter), mas dou-te um exemplo que se passou comigo e atendendo ao que tenho lido poderá também ser isso. Todos os quadros são diferentes na sua concepção e as marcas cada vez mais tendem a variar os tipos de quadros de acordo com uso para que estes estão predestinados. Numa das revistas que eu costumo ler (Lecycle) eles sempre que fazem uma análise a um dito quadro fazem testes de deformação aos mesmos para ver como estes se comportam nos principais pontos de torção (testa, caixa do pedaleiro e escoras traseiras (triângulo traseiro)), atendendo a estes mesmos e comparando com outros como referências em certos aspectos (quadro rijo ou quadro nervoso), eles dão uma ideia do que se poderá esperar dele ( por vezes, nem sempre acabam por transmitir essa mesma sensação em andamento).
Falando um pouco mais facilmente, quase sempre que um quadro apresenta uma "grande" deformação do triângulo traseiro e também na testa eles colocam-no como sendo nervoso, e normalmente (e aqui é que também entram as variantes e grandezas das deformações nos restantes pontos para então se ver o quanto o quadro é mais susceptivel a deformações ou não) este quadro tende a flectir quando em apoios muito fortes (seja em pé ou sentado). Claro que quanto maior for o peso do ciclista ou maior for a força com que pedala maior é esta sensação, se ainda por cima se tiver umas rodas não muito rijas ainda maior vai ser a sensação.
Eu no meu caso penso que já tive mais ou menos essa mesma experiência. O meu primeiro quadro de estrada era um aluminío com escoras traseiras de carbono, sendo para o pesado (nessa altura estava um pouco em melhor forma e também um pouco mais leve , mesmo assim eram 102Kg
,) quando atingia os 47Km/h a pedalar (rolar), acima dessa velocidade era quase impossivél continuar a pedalar, pois a bicla começava a "saltar" e fazia lembrar uma suspensão total sem bloqueio, se eu não fizesse como aqui já foi dito e começasse a pedalar mais redondo não conseguia evitar esse mesmo saltitar. Troquei de rodas seguindo os conselhos dessa mesma revista para experimentar se com umas mais rijas conseguia evitar essa situação, melhorou apenas um pouco, e então decidi trocar de quadro e comprei um Fuji Team pro (que na altura era igual ao que os promessas da equipa do Johan Bruyneel usavam, na minha ideia se este era rijo para eles também seria para mim
). A verdade é que resultou, e este por muito que experimentasse nunca tive essa mesma sensação, fosse com que rodas fosse, e até sentia que a rolar aquilo andava, só que também veio o reverso da medalha, e se eu já era foleiro a subir, com este não dava para brincar, ou tinha pernas para andar ou então ainda andava mais para trás. Daí a expressão que eles utilizam muitas vezes para se referirem a um quadro que perdoa nas subidas (normalmente mais nervoso e com um pouco mais de torção e com o qual se consegue subir relativamente bem com uma relação mais pesada) e um que não perdoa (normalmente mais rijo e com menos torção) e que normalmente eles dizem que ou se tem pernas,ou se está em boa condição fisica, ou então o melhor é ter um compacto para usar relações mais suaves (sendo estes normalmente uns bons quadros para se rolar).
A verdade é que as marcas cada vez mais estão a tentar fazer quadros para os pros que sejam o mais homogeneos possiveis, precisamente para que possam servir para uns e para outros (sprinters ou escaladores), mas mesmo assim ve-se algumas que por vezes usam dois quadros diferentes, e mais fácil é ver nas biclas dos "punchers" (sprinters), rodas de alto perfil (normalmente 50mm) precisamente para além de serem mais aerodinâmicas também fazerem as mesmas biclas bastante mais rijas.
Boas pedaladas