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[Rescaldo] La Photo-Promenade Duchene · 19 de Setembro de 2015

Após algumas horas de volta do tradutor do google continuo sem perceber o Sr Lopes :D :D

Mas sem piada alguma, ando todos os dias de bicicleta, no mínimo uns 10klm's faço, sou um felizardo por puder usar a bicicleta como meio de transporte para o trabalho e não só.
Uns querem que a felicidade seja dar à chave num bruto carro, coisa que respeito. Eu cá tenho a possibilidade e previlégio de me puder mover nas bicicletas sem ser por lazer!
A titulo de curiosidade e dentro do mesmo tema. Eu ando de bicicleta todos os dias, não "treino" todos os dias. Nem sei o que isso quer dizer!

Mudando de tema, votarei favoravelmente a um passeio em que incluía o Sr Lopes e o AlbertosemContador. Será um prazer ser o árbitro deles hehe

Um abraço a todos
 

JPLopes_73

Well-Known Member
@Danielkezia
Campião

lembraste de me ter perguntar se tinha ficado FFFF ??? Disse que não e claro que não fiquei ... a tua resposta a andar todos os dias e sim não treinar todos os dias ... porque são coisas diferentes e deves sabê-lo.
agora tudo ao lado ... OFF TOPIC ...
Andar de bike nem que seja por motivos estritamente profissionais (deslocação para serviço) não deixa de ser valido ... eu faço-o ... quando posso ... e moro a 30k do serviço ... aproveito e a maior parte das vezes é um dos meus CRI ...

Fazes bem se podes ir todos os dias reduzes consideravelmente as emissões de CO2 e os xinezes agradecem-te ...

Quanto ao mediar a situação entre mim e o albertosemcontador devo dizer-te que os gajos da minha pseudo-equipa me chamam "contador de histórias" porque quando vou com um grupo de andamento mais limitado não paro de ir na brincadeira para animar o pessoal.

BACK TO TOPIC

bem sei ... pouco falei na photo promenade ... mas estava naqueles dias ... em que a coisa estava ffffffffff e as baterias embora estivessem carregadas ... de vez em quando tinha de ir ao mato deitar fora parte da carga ...

Será uma honra e um prazer dar uma volta a norte ou noutro ponto qualquer ... em que ... o prato não seja TOFU :D

Espera-se data ... Alberto ...

Quanto ao tradutor do google ...não funcionar ... não te preocupes ... quando escrevo estou a pensar em muitas coisas ... muitas imagens em simultâneo ... e perco-me a escrever. Para isso manda MP ou pedido de esclarecimentos no topiko que logo esclareço ...
 

afonsobtt

Well-Known Member
Mudando de tema, votarei favoravelmente a um passeio em que incluía o Sr Lopes e o AlbertosemContador. Será um prazer ser o árbitro deles hehe

Um abraço a todos

Se quiserem abrilhantar esse passeio memorável com foguetes podem contactar a empresa Pirotecnica Afonso&Faisca.
Fazemos preço de amigos....heehehheehehehhe
 

vhugocosta

Well-Known Member
“Impressionante a todos os níveis, desde o ambiente, passando pela dureza (principalmente dos primeiros 30k), as paisagens, terminando com umas moelas e uma recordação totalmente artesanal, feita por um verdadeiro "craftsman". Realmente quando se faz as coisas com gosto e com um unico interesse de agradar e proporcionar uma boa experiência, só pode mesmo correr bem. Grande abraço André Carvalho e venha o próximo...”

E foi assim que publiquei no post do facebook o meu comentário relativamente á nossa volta de sábado passado, e apesar de resumir o que foi o “La Photo Promenade” organizada pelo André, fica agora a minha visão estendida e inteiramente pessoal já no contexto do forúm:


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Vamos ao contexto. Ando um pouco cansado e com pouca vontade de me levantar cedo para ir andar de bicicleta, admito, fruto de quase 2/3 do ano a seguir uma certa “rotina” feita com muito gosto sem dúvida, mas a verdade é que apetece-me ir andar de bicicleta, mas levantar cedo, não…porém não poderia perder esta oportunidade por sabia que se não fosse ia arrepender-me.
Tinha vários motivos para ir, apesar de não ser muito participativo no forúm, estava curioso para conhecer algumas “personagens” que com o tempo e pelo que escrevem, inevitavelmente vamos criando uma imagem, depois, voltar a encontrar-me com o André que já o conhecia de outras paragens e que desde o segundo brevet (no primeiro um problema no gps á largada fez com que me tivesse de colar a um grupo) criamos uma certa empatia, o Afonso, grande companheiro também dos brevets, que não se cala (ainda bem) e que assume sempre o papel de fotografo oficial, graças a ele consigo ter várias fotos minhas em cima da bicicleta, depois encontrei o Gilberto que não fazia a mínima ideia que viria, e por fim experimentar a bicicleta nova, agora de rodas grandes…e que grande estreia!


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Depois de tudo o que foi escrito, há muito pouco a acrescentar, só mesmo alguns detalhes, a saída deu-se tranquilamente, nos primeiros km’s fala-se com um, depois com outro, o tema como é óbvio bicicletas, lembro de ter conversado com o “amigo do Afonso”, qualquer coisa que visse, era ele a pegar com o Afonso e a mandar lhe umas bocas, impecável (aquilo é só amor) mas passado pouco tempo aparece a dureza.
Ainda antes o primeiro furo de um colega, que agora vim a descobrir que é de Vila Nova de Famalicão (somos vizinhos e não sabíamos, sou de Calendário) que na altura quando me perguntaram quem foi, só soube dizer: “Foi aquele gajo alto da Jorbi branca..” durante a paragem uma boa conversa sobre longas distancias com o Pedro Lobo (este foi fácil) e lá fomos em direção ao primeiro desafio.
Os primeiros m de elevação foram tranquilos, mas depois com o acentuar das inclinações vi que não estava bem, ainda não estou recuperado do ultimo empeno e acho que que ainda vai demorar, até por desde esse empeno e depois de 3 semanas parado era a primeira estreia nas voltas com mais de 2h…true story. Já sabia que ia ser assim, mas também não ia ser razão para deixar de ir, deixo o conselho para outros foristas, liguem menos a KOM’s, acumulados e deixem-se levar pelo desafio, e com isto era altura de aguentar o prejuízo e como sempre, uma pedalada de cada vez, seguir que ainda tínhamos muitos km’s pela frente. Entretanto a meio da subida o Gilberto parou para me acompanhar e lá fomos pela subida a conversar (quando dava.


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Chegou o “sterrato”, algo novo para mim neste tipo de bicicleta e daí para frente foi tudo mais tranquilo, sobe e desce constante, uns furos pelo meio, até que chegou a primeira paragem.


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Depois de restabelecidos os líquidos e sólidos, conversa com um, conversa com outro, cruzamos a N2 e veio á memória um projeto para uma saída “das grandes” por esta estrada, e quando assim é não descanso enquanto não concretizar…


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Imaginam o que estava do outro lado do balcão

Mais um(s) furo(s), mais uma ida ao silvado do Lopes (outro que lembro do nome), boa companhia, mas achei que estava um pouco apático, dava para perceber que é uma pessoa faladora, mas que naquele dia estava retraído?!? não importa..
Os Km vão se somando, o acumulado também, as paisagens idem, e pumba, mais um furo, desta vez do Fernando aka Medroso. Desta vez tocou me a mim a ajudar, e foi aqui que entrou em acção a minha bomba fantástica, é ou não é? Não é pequena, não é muito leve, mas para encher pneus é do melhor, certo?


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Pelo meio ainda no alto de Santa Helena já na saída, falei um pouco com o “gajo grande da SPECIALIZED que tem pratos ovais e que anda de c@ralho” sobre o que seria mais radical, um sprint com 10/15 gajos, rodas tocarem-se, ombros contra ombros, a 50/60Km/h ou uma descida de downhill? Eu só posso falar do downhill e muitas dúvidas…


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O Afonso a rezar.


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Veio a paragem para almoço, antes da sobremesa um bocado de treta desta vez com o “Paulistano de Osasco” muito agradável por sinal, depois a sobremesa com as maças em Armamar colhidas diretamente da árvore, mais um furo desta vez o segundo do Pedro Lobo, conversa e mais uma entrada em cena da minha bomba, uma prova das barras de cereais do Afonso partilhada com o Gilberto e aí veio a descida maravilhosa onde eu me perdi; eu ia no meio do grupo e lá parei a meio da descida num gancho espetacular porque pensei, era giro tirar uma fotos ao pessoal a descer.


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Assim foi, passou toda a gente, eu montei na bicicleta e fui parar a Ribeira do Aborim, conhecem? Não, mas eu sim..isto aconteceu porque logo a seguir havia um corte á esquerda e ninguém esperou por mim, imagino que entusiasmados pelas descidas nem se lembraram, eu lá segui em frente, desci uns 4km, subi uns 2k com inclinações a rondar os 10/12% até que reparei que não era uma estrada sem saída…boa, agora tenho de voltar para trás. Depois de uns contactos (dentro dos possíveis via telemóvel, lá encontrei o caminho, quase na chegada encontro o “Paulistano” que farto de estar a minha espera veio me buscar, depois o Gilberto e lá nos juntamos, e logo depois de nos juntar, 200mts depois, foi a minha vez, furei.


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Arranjado o furo foi tudo tranquilo, daí para a frente só tínhamos mais uma subida grande e depois era sempre a descer terminando em plano na Régua. Pela descida um parvalhão apressado num Peugeot 406 enervou-nos um pouco com a falta de paciencia, mas mal se apercebeu que eramos muitos acalmou os ânimos, Daí para a frente na companhia do André foi a rolar até á Régua, não fomos 40 nem a 45Km/h, fomos mais devagar apreciando a paisagem.


photo share

Quando chegamos á Régua já sabem como foi, bifanas, limonada, bolo e a confraternização que dava por concluído um dia bem passado. A lembrança que o André nos ofereceu foi um gesto bonito, não estava á espera e que só mostra a generosidade dele e as bifanas o gosto de fazer bem com o apoio da família. Dá gosto ver as pessoas empenhadas sem qualquer interesse que não seja proporcionar um dia fantástico na companhia de amigos. Da minha parte o meu obrigado.


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P.S. - Lamento mas a minha memória não se encontra no melhor estado, por isso tirando algumas excepções, não fixei os vossos nomes, contudo lembro me de quase todos por características que vos definem, pelo menos aos meus olhos, e portanto não levem a mal. Nem todas fotos são minhas como é óbvio, aproveitei para contar melhor a história.

Abraços
 

angel@

Member
Estas fotos, histórias, estradas são um espanto para os olhos de quem aqui passa. Gosto de saber que existe esta magia no forum que permite juntar ciclistas com inspirações diferentes, que mal se conhecem, num único passeio e resultar tão bem.
Há sempre caminhos novos por descobrir e por um dia, as belas estradas desertas e fascinantes do André, foram invadidas por risadas cúmplices e conversas interminaveis. Muito bom.
Ahh ... a inveja é um sentimento demasiado feio para corromper a beleza deste tópico, mas é uma inveja saudável.
 

Medroso#78

Active Member
Boas,

esta bomba do amigo Valter é o topo das bombas (quero uma). :p

Quanto ao local onde se perdeu, foi por pouco..... eu também estive parado algures por ali (a apreciar e fotografar a ponte). A culpa foi minha. Como até demorei um pouco ali, estava eu sozinho, estava totalmente convicto de que era o último. Depois tinha-os visto a atravessar a ponte, sabia qual a direção a seguir. Ainda apanhei 2 camaradas a atestar "a bilha" na fonte... lá seguimos. Mas pronto, são situações que, não devia, mas acontecem (confessoa que, aos km que foram e ao número de mamíferos presente, até pensei que fosse pior).

Venha o próximo.

Forte abraço. ;)
 

vhugocosta

Well-Known Member
Fernando, nada disso, foi muito mais lá para cima, e esquece lá isso...eu só falei porque foi um acontecimento que fez parte do passeio, tal como tudo o resto.

Abraço
 

duchene

Well-Known Member
Quase fora de tempo útil, sobretudo agora que a esmagadora maioria dos participantes já se pronunciou acerca das emoções vividas no dia 19, deixo-vos um par de parágrafos acerca da Photo-Promenade, numa visão do lado de quem organizou a coisa.

As minhas fotografias seguem mais logo. São meros registos de circunstância. Estava demasiado tenso para divagar fotográficamente como de costume...

— Génese
Organizar um encontro do forumciclismo é, para mim, algo importante. É a oportunidade de pegar em todo o conhecimento que vou acumulando por estradas desertas e fascinantes e de o colocar efectivamente à disposição da comunidade, sempre na perspectiva de criar surpresa, emoção, gerar motivação e provocar alguma dinâmica. Cumulativamente, é a oportunidade para um ciclista solitário como eu rever algumas caras conhecidas e ter a oportunidade de pedalar em grupo.

Depois de algum tempo afastado das lides de organizador, andava então com vontade de voltar a reunir um bom punhado de companheiros de pedaladas para, juntos, descobrirmos mais algumas estradas desertas e fascinantes deste nosso Portugal.

Aparte do convívio em si, e porque a fotografia tem um lugar de destaque cada vez maior nas minhas voltas, achei que seria interessante espicaçar os presentes para uma conveniente ilustração da aventura. Assim nasceu a ideia de juntar as duas vertentes. Estava instituída a Photo-Promenade!

Quero tornar esta conjugação num projecto de continuidade, com uma periodicidade anual mínima e portanto o objectivo é ir afinando o modelo, sempre nesta premissa de recolher um registo de ênfase visual, compilado depois para memória futura. Quiçá daqui a uns anos exista matéria para reunir tudo de forma interessante num suporte mais palpável...

Certo que seria para avançar, e como já tinha uma visão clara da implantação geográfica do percurso, escolhi a data por forma a não colidir com outras organizações mas, sobretudo, a pensar numa altura em que o Douro fervilha de actividade: Por um lado a vindima mais junto ao rio e, por outro, a apanha da maçã nas terras mais montanhosas. Assim, estava garantido esse extra, a somar ao elevado atractivo natural que a região já de si possuí.

Muito se falou da incógnita e secretismo que rodeou este dia. Muitas e variadas foram também as reacções a esta forma de apresentar o desafio. A verdade é que tal o tal manto de incógnita teve, como único e exclusivo propósito criar um poderoso elemento de filtragem. Queria ter comigo um grupo de companheiros que se atirasse cegamente a este desafio, não por um qualquer capricho egocêntrico meu mas apenas e só porque tinha a certeza que alguém que se atreve a participar em algo do qual sabe muito pouco ou quase nada, só o pode fazer de cabeça limpa de complexos e condicionantes. E, no contexto em que este passeio se desenrolou, esta era uma característica essencial.

A minha ideia inicial passou sempre por lançar apenas o desafio de forma minimalista e depois fazer pouco mais do que 2 ou 3 posts, com as indicações finais e a lista de inscritos. Mas trocaram-me as voltas e tive de me colocar num papel que não me fica nada bem. Assim, foi com grande dificuldade e alguma frieza a espaços, que fui rechaçando todas as tentativas que fizeram para que desvendasse mais informações.

Acredito que para alguns tenha sido a machadada final nas intenções de participar mas, para outros, foi certamente motivação extra... Contas feitas, o grupo que se juntou superou ligeiramente as minhas expectativas iniciais que apontavam para a dúzia de participantes. 16 ciclistas à partida é um número bonito e estabelece aquela que será a dimensão da estrutura destas promenades em anos vindouros.

— O percurso
O elemento fulcral e catalizador desta aventura foi a subida à Serra das Meadas pela vertente de Paus. Depois de a ter subido pela primeira vez em Dezembro de 2011 (ainda com a BMC), em Julho do ano passado fiz a descida, vindo de Lamego. E foi nesse dia que se deu o clique... tinha mesmo de organizar um PIF que incluísse aquela subida! O quilómetro final é uma verdadeira subida aos infernos e tinha a certeza que um punhado de doidos que eu conhecia iam gostar de pedalar por ali acima, até onde a estrada termina. Sobretudo porque depois se segue outro traçado memorável, mesmo não existindo por lá um único metro de asfalto.

Mas a oportunidade certa de levar o plano avante demorou a surgir. Por isso, só praticamente um ano depois, comecei a pensar a sério em concretizar a ideia e iniciei aí a fase de prospecção do percurso final. Com uma comunidade de ciclistas bastante activos na procura de novidades inclinadas, é sempre complicado surpreender e descortinar estradas fora da norma que possam ser uma lufada de ar fresco para todos. Sabia que a zona interior do Douro é pouco explorada e que, por isso, seria interessante revela-la.

O resto foi um trabalho de construção e desconstrução, que foi considerando e excluindo troços, por forma a obter um resultado final racional, fluído e interessante. Porque um bom percurso também se faz de ritmo, não só de novidade. O trabalho foi árduo, implicou muitas horas de mapeamento e de ponderação em várias opções, para chegar a uma versão final que considerasse satisfatória. Já conhecia alguns blocos de outras aventuras mas impunha-se também a descoberta de novas estradas para espicaçar também a minha curiosidade. Tive pena de deixar de fora loucuras com mais de 20% de inclinação e subidas que fariam esquecer por longos momentos a mítica Sobradinho, mas impunha-se alguma racionalidade e não podemos chegar a todo lado... Por isso, muito naturalmente, optei por favorecer um todo em detrimento dessas pequenas partes.

Mas só levo a efeito um plano que me deixe completamente satisfeito e em que as coisas não estejam lá só porque sim, para enfeitar ou para fazer figura de corpo presente. E neste caso mantive-me fiel a esses princípios. Cada bloco, cada troço e cada escolha estava devidamente justificada e portanto foi com satisfação que assinei e carreguei o percurso no GPS.

Sabia de antemão que a velocidade média ia ser substancialmente baixa, muito por força do convívio que sempre se deixa vencer pelo avançar das horas. Os furos fizeram baixar ainda mais o andamento e, em favor do lanche final ainda com luz solar, mas também para não causar pressão nos que ainda tinha de viajar para longe, foi necessário sacrificar o bloco final, deixando de fora mais algumas curvas e os 500m finais de acumulado que fariam ainda arregalar os olhos a muito boa gente...

O último ponto de fuga em Tabuaço tinha sido pensado precisamente para este tipo de situação de demora imprevista e acabou por ser efectivamente utilizado.

— Preparativos
A semana que antecedeu o passeio foi bastante intensa para mim, com muito poucas horas de sono especialmente a partir de quarta-feira. Os afazeres profissionais escalaram para um nível inesperado e havia que dar resposta a tudo. Por isso, essa semana que tinha pensado dedicar aos preparativos finais, ficou subitamente reduzida a poucas horas livres na sexta-feira.

Como o meu sentido de timming é aparentemente bastante imperfeito, decidi que os 15 dias de paragem entre a última aventura e photo-promenade seriam suficientes para fazer a revisão anual à Lynskey. Parafuso puxa parafuso e em menos de nada tinha a bicicleta totalmente desmontada. Se a primeira semana serviu para as limpezas detalhadas e verificações minuciosas, a segunda estaria reservada para a montagem.

Estaria! Como já referi, a agenda sofreu uma valente derrocada mas o mal (leia-se, a desmontagem) já estava feito. Havia agora de acelerar para refazer a parte mecânica de forma irrepreensível. E ainda faltava encontrar as encontrar as fitas de guiador específicas que uso na Lynskey e que estavam esgotadas nos fornecedores do costume. Mesmo com tudo isto, a procissão ainda só ia no adro...

O carregamento providencial que chegou a Paredes na quinta-feira continha a famosa fita e portanto, menos um problema. Foi também in extremis que consegui arranjar os dois pneus para os troféus, cortei as tábuas e preparei os kits de componentes que a Mrs. Duchene finalizou, aparafusando e colando tudo. Aliás, sem a ajuda dela seria mesmo muito complicado ter tudo pronto a tempo...

Como disse no sábado a alguns dos participantes, no dia anterior às 10 da noite ainda tinha a bicicleta sem fitas de guiador, cabos ou espirais. Já para não falar no lanche e em tudo que tinha de levar comigo. Mas, com um pouco de alma e muita calma, às 3 da manhã lá fui subir e descer a avenida central de Valongo, confirmando que as 20 mudanças funcionavam perfeitamente e todos os restantes componentes, incluindo roda traseira a estrear, estavam igualmente apertados e operacionais.

Com tudo resolvido e testado ainda sobrava hora e meia para descansar. Tudo estava a correr bem! Mas tanto estava como quase que ia por água abaixo quando, ao invés de acordar às 04:30 como previsto, dei comigo ensonadamente a ler 05:50 no relógio despertador...

Adormecer é uma situação extremamente rara para mim, mas eventualmente acontece. O sprint que se seguiu assaltou-me de dúvidas, especialmente se os azares e pequenos percalços que minaram a preparação se estenderiam também ao dia. Apesar de tudo tentei manter o positivismo....

Livrei-me rapidamente da A4 e apesar da condução inspirada pelo Sebastien Loeb, as curvas da N101 aliadas aos primeiros condutores da manhã fizeram-me proferir ainda alguns impropérios em voz alta, tal a vagarosidade com que ia a subir para o Alto de Quintela... Contudo, foi aquele camião do Intermarché que circulava a 20Km/h à saída de Mesão Frio que quase me levava ao desespero! Felizmente consegui ultrapassa-lo perto da estação de Rede e chegar em tempo útil ao local de partida. Naturalmente não me livrei da compreensível censura dos participantes que cumpriram o horário... mas rapidamente recuperei o controlo da situação e acabei com a insubordinação!

— O dia
Os dias de encontros em que estou do lado da "organização" são sempre dias de poucas fotos, pouca conversa coerente e muita preocupação (ainda que eu possa disfarçar bem). Ninguém gosta que aconteça algo menos agradável no seu turno e eu não sou excepção. Por isso, só sosseguei verdadeiramente quando vi toda a gente em volta da mesa já depois de terminadas as pedaladas. Aí sim, surgiu o verdadeiro sentimento de missão cumprida.

Até lá, o receio que acontecesse uma queda gravosa sempre me acompanhou porque as estradas secundárias são traiçoeiras e imprevisíveis. Curiosamente quem ia caindo era eu, numa curva mais fechada à chegada a Vila Nova. Ia quase parado mas um valente erro de cálculo na trajectória e a areia espalhada pelo chão iam-se conjugando de forma trágica. Valeu o cleat que aguentou o impacto do pé de apoio e evitou males maiores.

Apesar de não ter havido nenhum percalço assinalável, cometi uma falha grave na contagem do reagrupamento perto de Granja do Tedo. O êxtase generalizado depois da descida contaminou-me e fez com que não percebesse que faltava o Valter. Mea culpa! No dia, ao telefone, tinha ficado com a impressão de que ele seguira em frente na ponte de Granja do Tedo e que só teria de recuperar desse engano. Mas só mais tarde é que percebi que o Valter tinha seguido à esquerda, na capela a meio da descida para o vale, naquela zona que estava a ser preparada para instalar um pomar. Convencido que ele já estaria a chegar a Granja do Tedo, engatando depois na subida, não encetei um resgate. Hoje teria certamente feito de maneira diferente...

Numa tónica mais global, os furos apareceram em força. Mas são pequenos males que sempre farão parte da vida dos ciclistas, embora mais de uns do que de outros. Usar uma pressão mais alta nos pneus não é certamente solução porque 5 dos furos foram por objectos perfurantes e apenas um por trilhadela da câmara de ar. Eu próprio utilizo pressões sempre baixas (6/6.5 bar), ando maioritariamente por (muito) maus caminhos e furei menos nos últimos 5 anos do que um só Pedro pelas nas estradas do Douro interior! ;-)

Porém, estes pequenos contras não tiraram qualquer brilho ao dia e, como já aqui foi dito, acabaram até por fomentar o convívio e a conversa nas várias paragens.

Contudo a jornada só foi verdadeiramente excepcional graças a dois aspectos essenciais, e que quero sublinhar aqui:

Antes de mais, o enorme sentido de responsabilidade que todos demonstraram. Como foi notório, o percurso além de se desenrolar num contexto de grande isolamento, decorreu em estradas que ofereciam bastantes perigos: fosse pelo tipo de pavimento, fosse pelo perfil acentuado, fosse pela envolvente que muitas vezes era motivo de enorme distracção. Talvez por força das minhas aborrecidas palestras no início das zonas mais complicadas, a assertividade prevaleceu e ninguém esticou a corda mais do que devia, contribuindo para que só existam boas memórias a relatar no final.

Depois importa igualmente destacar a forma empenhada como todos incorporaram o espírito deste dia. Aliás (e disse-o pessoalmente), ver o Grouk parado a tirar fotografias aos outros participantes e à paisagem, foi uma das imagens que guardo deste dia. Não deixando de se entusiasmar explosivamente nas subidas, o Daniel foi capaz de desfrutar calmamente ao longo do percurso. É essa capacidade de adaptação ao contexto onde nos encontramos que aprecio e foi essa a capacidade que vi, sem excepção, em cada um dos participantes. Saúdo-vos a todos por isso!

Por outro lado, houve uma pessoa que foi igualmente fundamental para que tudo corresse sem problemas e à qual tenho, mais uma vez de agradecer. O Kézia foi um verdadeiro braço direito e deu-me alguma paz de alma, guiando e gerindo o andamento mais afoito da frente do grupo. Este é um modelo que já tinha resultado bem anteriormente e que, sempre que possível, será para manter.

Claro que não podia deixar de agradecer a fundamental ajuda da Mrs. Duchene, da minha mãe e da minha sogra. Sem elas o lanche não teria sido possível e o Kézia não teria engordado um quilo à conta do bolo. O filhote também estava eléctrico e não há um dia que não fale novamente nos ciclistas que foram fazer um passeio com o "papi".

— Pedalada final
Como sempre há aspectos a melhorar. A ausência de café no lanche final foi uma das mais ouvidas críticas. Correu também um rumor de desagrado pela falta de sumos de marca, banhos quentes e massagens. Isso e o preço da inscrição que aparentemente foi elevado...

Num tom mais sério, identifiquei uma série de arestas que é necessário limar e que são pormenores que espero poder conseguir ajustar em 2016, na segunda edição da Photo-Promenade. Até lá, pode ser que nos encontremos por aí...

Finalizo agradecendo mais uma vez a disponibilidade de todos, a boa-disposição e personalidade que trouxeram para este dia e por mostrarem, inequivocamente, que é possível fazer acontecer... Basta todos quererem!

Até à próxima!
 

JPLopes_73

Well-Known Member
Boas,
@Duchene
sem ir à maxima ... "mais vale tarde do que nunca", pelo menos a leitura diagonal do texto compartimentado e extenso deixa-me prever reflexões futuras.

Pressinto que essas fotos tardias vêm embebidas de momentos singulares, mas acho que até isso, tivemos que baste.

A mim marcou-me intensamente a calçada romana que só tinha feito num ou noutro NGPS e no Camiño nas rodas 2.5"/2.0" ... ficou o registo!

Off topic!

porque sei que participas ... dá-me a tua opinião ... se o entenderes como útil, neste forum ... ou por MP
http://www.forumciclismo.net/showthread.php?13323-Randonneurs

Back to topic
Obrigado pela partilha que me fez lembrar momentos únicos e bem recentes.

Ando tentado em propor ideia semelhante para a Lousã/Açor ... mas tenho de ir outra vez ao terreno ... este sabado ...
Abraço

JPLopes
 

indy

Active Member
Não li o texto na diagonal. Li na íntegra e com atenção.
Não tenho nada para comentar o que não quer dizer que não tenha gostado. Gostei, e muito.
Fiquei genuinamente feliz por teres levado o teu projecto avante e sensibilizado pelas palavras que dirigiste aos participantes por não te terem desiludido.
 

JPLopes_73

Well-Known Member
Boas,
penso que já o disse mas se o fiz volto a repetir ... foi um passeio à maneira em que se interage ... na medida da disponibilidade pessoal com o grupo e que merece ser relembrado ... provavelmente com passeio similar ... a organizar por outro amigo ou por grupo de outros amigos.

Estou seriamente tentado a sugerir uma incursão pela Lousã/Açor ... mas há tanta coisa que interessa observar ... que o track vai demorar a cozinhar.

Reparem que nem sequer sou do mesmo secretismo do Duchene e até vos dou os picos a visitar ... só que há tanta alternativa que ficam na mesma ...

rapaziada do norte ... querem vir a 150k sul do Porto?

Uma achega ... onde posso lançar o desafio?
 

Medroso#78

Active Member
Boas,
foi realmente um dia inesquecível em todos os sentidos. André, obrigado pelas palavras. Obrigado pela parte que me toca. :)

Vemo-nos por aí (sábado na volta da posta?!.....se não chover.). ;)

Abraços
 

duchene

Well-Known Member
Como mais vale tarde do que nunca, aqui fica a minha visão (turva) do dia...

Fazendo foto de qualidade como organizador, coloco mais algumas do que as 10 inicialmente pedidas.

Obrigado mais uma vez a todos por este dia fantástico! :eek:

--

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