Eu bem posso suportar esta opinião. Inscrevi-me no Grande Prémio do Porto com organização do Madeinox Boavista. Pensava eu que lá conseguiria dar umas voltas atrás deles. Afinal eram amadores e não poderiam andar assim tanto.
4 Voltas de aquecimento e 18 de corrida, totalizando 50 km. O aspecto já dizia tudo. Um magro seco na maioria. Biclas topo de gama.
Começou o aquecimento e a média já era superior a 30km/h, quando mudavamos de um lado para outro da av.da boavista a aceleração era fortíssima. Cheguei a ver 50km/h no velocímetro e mesmo assim ia ficando atrás. Até que descolei e foi o fim.
Pior mesmo foi quando me deram uma volta de avanço e tive de parar, eliminado. Já não chegava não conseguir acompanhá-los. Tinham de passar por mim daquela maneira.
Amadores é verdade, mas que andam, andam...
Até me ri sózinho a ler isto
, porque também lá estive e suporto totalmente aquilo que escreveste
...Já me referi anteriormente às velocidades que se atingiam, especialmente no sentido nascente/poente e ainda hoje conversando sobre o assunto eu dizia a um companheiro que, perante aquela malta, amador sou eu
...No meu caso eu já tinha algumas experiências anteriores e portanto já sabia o que me esperava
, mas nesse dia em termos de velocidades foi o máximo. Basta dizer que o vencedor fez a média de 43 e tal... e se olharmos bem para a classificação dos três primeiros, pelo menos dois deles ainda eram profissionais no ano passado. Agora, na minha perspectiva, essa desvantagem não é completamente impeditiva de se participar. Depende sempre da filosofia com que se encara essa participação. Se se encara a participação num plano meramente competitivo, pode ser uma experiência frustrante para quem não tem uma preparação cuidada e um enquadramento logístico com alguma qualidade. Pessoalmente, como já sei à partida que não tenho hipótese de me bater de igual para igual com aquela malta, vou sempre com a ideia de que tudo o que eu conseguir fazer já é uma vitória pessoal, em alguns casos uma autêntica prova de superação pessoal ultrapassada e sempre um motivo de satisfação por ter estado lá e ter participado. No caso do I Grande Prémio do Porto também não acabei, fui ultrapassado à 14ª volta, mas de facto saí de lá plenamente satisfeito porque, à minha escala, também eu fiz uma grande corrida e isso para mim basta-me (e completa-me). Noutra perspectiva, também concordo que aquilo se assemelha muito a uma verdadeira corrida de profissionais. Os corredores (principalmente os do escalão A), as máquinas, a organização em equipas com alguns meios (viaturas, treinadores, massagistas, pessoal de apoio, etc, etc), os complexos vitamínicos, os complementos energéticos, os sais, os potássios, os não sei o que mais, as tácticas de corrida perfeitamente definidas, tudo nos mostra uma organização existente e a diferença abismal entre esses masters e os individuais tipo free lancer como eu que por lá aparecem para se divertir e para quem a participação, seja qual fôr o resultado, é sempre um dia bem passado.