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Para a malta que não gosta de parar nos vermelhos

Meiras

Member
Ah um gajo que diz que ele não passou o vermelho .. Ah testemunhas que dizem que estava verde para o ciclista e vermelho para os peões . Os peões não viram carros e atravessaram . Tiveram azar que vinha uma pessoa de bicicleta .
 

Mhrs

Member
Se o ciclista passou ou não o vermelho não há-de ser aqui que se vai apurar. Mas há uma questão bem mais relevante que interessa a todos os ciclistas e utilizadores das estradas. Vamos imaginar que o ciclista passou o vermelho e teve culpa no acidente. E vamos imaginar também que a Sra. atropelada sofre ferimentos graves e fica paralisada. E agora vamos por fim imaginar que o ciclista não tem seguro nem 100, 200 ou 300 mil euros para a indemnizar. Quem é que paga? Já disse aqui mais do que uma vez que não vai faltar muito para ser obrigatório os ciclistas terem seguro. O que é justo, visto que tem de ser assegurado aos outros utilizadores das estradas o direito a serem indemnizados no caso de sofrerem danos causados por culpa dos ciclistas.
 

jocarreira

Well-Known Member
Vamos imaginar que o ciclista passou o vermelho e teve culpa no acidente. E vamos imaginar também que a Sra. atropelada sofre ferimentos graves e fica paralisada. E agora vamos por fim imaginar que o ciclista não tem seguro nem 100, 200 ou 300 mil euros para a indemnizar. Quem é que paga? Já disse aqui mais do que uma vez que não vai faltar muito para ser obrigatório os ciclistas terem seguro. O que é justo, visto que tem de ser assegurado aos outros utilizadores das estradas o direito a serem indemnizados no caso de sofrerem danos causados por culpa dos ciclistas.

E se for ao contrário? Um peão a atravessar fora da passadeira (ou dentro de uma passadeira mas com sinal vermelho) que provoque a queda de um ciclista? Quem é que paga as despesas de tratamento e os danos materiais?

Os peões serão também obrigados a ter seguro?

São questões perfeitamente válidas mas que dão pano para mangas...
 

Bernalve

Well-Known Member
Se o ciclista passou ou não o vermelho não há-de ser aqui que se vai apurar. Mas há uma questão bem mais relevante que interessa a todos os ciclistas e utilizadores das estradas. Vamos imaginar que o ciclista passou o vermelho e teve culpa no acidente. E vamos imaginar também que a Sra. atropelada sofre ferimentos graves e fica paralisada. E agora vamos por fim imaginar que o ciclista não tem seguro nem 100, 200 ou 300 mil euros para a indemnizar. Quem é que paga? Já disse aqui mais do que uma vez que não vai faltar muito para ser obrigatório os ciclistas terem seguro. O que é justo, visto que tem de ser assegurado aos outros utilizadores das estradas o direito a serem indemnizados no caso de sofrerem danos causados por culpa dos ciclistas.

Mas por esta Europa fora todos os ciclistas têm seguro? Penso que não. Uma decisão dessas em Portugal seria o fim da mobilidade da bicicleta que tanto as autarquias querem promever.

Imagino chegar a Amesterdão onde a bicicleta é rainha e ter de pagar seguro. Isso nunca vai acontecer felizmente.
 

Paulofski

Well-Known Member
A testemunha de quem se fala e que presenciou o ocorrido publicou esta mensagem no FB

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Quem conhece aquele local sabe que é um ponto perigoso para o peão. Sendo um acesso bastante concorrido à estação de Metro da Trindade, cruza a Rua de Camões, uma rua de boa visibilidade mas de inclinação acentuada e paralelo escorregadio. Os veículos normalmente vêm a uma velocidade considerável. Um ciclista perante o semáforo verde deixa-se levar pela lei da gravidade. Não é por acaso que a CMP pintou os passeios com sharrows de alerta ao peão, que teima em atravessar a passadeira com o semáforo vermelho.

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A noticia não é o atropelamento. Infelizmente ocorrem demasiados atropelamentos onde os intervenientes são os peões e os veículos a motor. Casos que envolvam ciclistas são raríssimos, daí a notícia tipica do homem que mordeu o cão. Lamento que antes de vender a noticia não se tenha confirmado a realidade dos factos. Ao ciclista é sempre apontado o dedo, mesmo que ele seja vítima, pois é quase sempre considerado um fora da lei. Quem circula de bicicleta não tem uma carcaça de aço à sua volta para se proteger.

As pessoas (peões ou transeuntes) não utilizam as estradas da mesma maneira que os veículos, porém são parte do trânsito e do fluxo de tráfego. Como o número de ciclistas tem aumentado, também tem o atrito entre ciclistas e os peões. Pelo que noto, a maior parte da animosidade provem da parte destes, porque temem os ciclistas devido ao facto destes surgirem rápidos e silenciosos, na rua, nas ciclovias, indevidamente nos passeios, até mesmo quando utilizam as passadeiras ou as atravessam com o semáforo de peões no vermelho. A velha hostilidade do automobilista e do peão para com o ciclista. Basta algum comportamento inadequado de um ciclista e todos levamos por tabela.

Quando no modo ciclista, temo a conduta dos peões. O meu receio resulta do risco de queda consequente do comportamento tipo aleatório de certas pessoas que surgem/caminham à minha frente, por exemplo, invadindo as ciclovias, sobretudo as que são exclusivas do ciclista. Também do comportamento arriscado de quem atravessa a rua fora dos locais adequados, sem olhar para onde estão indo, com resultado e incómodo de possíveis acidentes. A maioria dos ciclistas certamente já experimentou ter de se desviar de alguém para o meio do tráfego, ou travar de forma insegura para evitar colidir com uma pessoa que, inesperadamente, entrou no seu caminho. Já senti na pele a aspereza do asfalto porque um peão tonto atravessou a rua a correr, surgindo de trás de uma carrinha e que parou espantado bem à minha frente quando ouviu o meu berro e então me viu. Instintivamente, e para não lhe acertar em cheio, desviei-me mas perdi o equilíbrio e não evitei a queda. O cromo receou por mim, reconheceu a estupidez da sua acção e ainda me ajudou a limpar o casaco. Comigo estava tubo bem, a bicla é que ganhou mais uns riscos para a colecção.
 

Rapido

Well-Known Member
E sobre isto?! O que acham?! http://expresso.sapo.pt/sociedade/2...-bicicleta-contra-uso-obrigatorio-do-capacete

Eu pessoalmente, sobre o uso de capacete acho muito bem a sua obrigatoriedade, na mesma medida que o mesmo é obrigatório para os velocipedes e o cinto de segurança nos automóveis.

Mas sobre o tópico em si.....eu sou algumas vezes ciclista (não tantas como desejava mas pronto) e faz-me imensa impressão alguns abusos dos ciclistas....sim, abusos. Desde que entrou a regra de de andar a par que tenho visto pares, com espaço na berma mas que fazem questão de atrapalhar o transito, algo que a lei prevê. Eu, se tiver berma, vou nela, nem penso circular de outra forma. Se queremos que nos facilitem, temos de facilitar também. Passar nos vermelhos, na maioria parte das situações discordo que se faça. Podem dizer que os carros também passam mas 90% em que um ciclista passa no vermelho é quando o sinal está vermelho há algum tempo, portanto, não se compara com os carros que passam no "verde tinto". Ultimamente quando vou nas duas rodas, paro sempre nos semáforos (STOP's é ridículo....mesmo de carro só paro quando a visibilidade não me permite passar em segurança sem parar)

Agora o dilema dos peões. Passo-me completamente com os vegetais plantados nas nossas ciclovias. Em Setúbal é mato! Eu aprendi uma vez em Viena....estava descontraído numa ciclovia e um ciclista ia-me levando a mim e à Maria.
 

Carolina

Well-Known Member
percebo que seja incómodo para curtas deslocações, mas deviam pelo menos tornar obrigatório nas estradas nacionais.
 

Bernalve

Well-Known Member
Não faz sentido o uso do capacete obrigatório, a minha opinião e a opinião dos países que são reis no que toca a usar a bicicleta como o principal transporte. Acho que nem preciso referir quais são.

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Há factos que provam que sem ou com capacete, não há um aumento de quedas nem lesões na cabeça.

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Nós ciclistas conseguimos não ser amigos de nós próprios. O uso do capacete faz sentido e deve partir da responsabilidade de cada um, se recomendo? Sim claro, sempre! Principalmente para quem vai para a estradas com trânsito, circular no meio dos carros para treinar ou passear vários km. É ser irresponsável se não o fizer.

Agora não nos vamos fazer de patetas e obrigar pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte durante uns 30 minutos por dia, mais ou menos coisa, a usar o capacete. Porque não é o capacete que vai salvar alguém, e ainda vai tirar muitos ciclistas das estradas para dentro dos carros. Sim as pessoas não gostam de usar capacete por uma questão de estética, ou até porque não há um sitio onde o guardar depois. não há mal nisso, e ninguém é melhor que ninguém se não tiver esses problemas.
Se Portugal que tem condições excelentes para o usar o a bicicleta como transporte, não se pode criar leis ridículas que desmotivam o uso da bicicleta. Não encontrei o gráfico na Austrália que compara os ciclistas que haviam no antes e depois da lei do uso do capacete obrigatório. Obviamente que aumentaram exponencialmente com a não obrigação do capacete.

Um estudo com vários países que rapidamente se percebe onde se usa mais o capacete, mais mortes há. E a razão não é ou não o uso do capacete, mas sim as condições e segurança que terá de haver nas cidades para os ciclistas. Se as houver, o capacete é irrelevante. Claro que as quedinhas com a cabeça ao chão sempre vai existir, mais isso até um peão, ou uma pessoa em casa corre esse risco, o que não falta é vídeos de pessoas a ir de cabeça ao chão.

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Parece que não faz sentido isto tudo, mas são factos. A realidade é que a bicicleta não é um carro, nem uma mota. Temos de mudar de paradigma e parar de comparar a bicicleta aos outros tranportes. É como tentar aplicar as leis da estrada a um avião, uma comparação ridícula, mas também é ridículo comparar uma mota a uma bicicleta, mesmo que ao inicio pareça ser possível. Quanto mais a um carro! Todas as regras que se vê nos outros países e em Portugal a pouco e pouco também já há pessoas com algum conhecimento sobre isso e quem está reformular o código de estrada para inserir os ciclistas, sabe o que está a fazer, eu conheço uma pessoa que tem mãozinha naquilo. Os ciclistas poderem andar a par, na estrada e não na berma, passar o vermelho já se pode em certos países, não usar o capacete, parte tudo do mesmo objectivo, que é aumentar a segurança e o números de ciclistas nas estradas e diminuir os "assassinos" que são os carros.



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Rapido

Well-Known Member
Bernalve, respeito a tua opinião, que está a devidamente fundamentada mas há duas coisas (na realidade é só uma porque basicamente dizes o mesmo) que discordo em absoluto. Quando dizes que um capacete não salva ninguém...Acho que não quererias ser tão literal...Isso é o mesmo que dizeres que não faz sentido um mineiro usar capacete porque o mais provável é cair uma pedra de várias toneladas em cima.

Por outro lado, falo por mim, eu desloco-me (quando não chove) para os meus locais de trabalho mais próximos de casa de bicicleta. Não distam a mais de 10 minutos e no entanto sou incapaz de sair se capacete...a desculpa de que não tem onde por o capacete é a mais descabida que conheço e a questão do despenteado na larga maioria dos homens nem se coloca e mesmo das mulheres, só se usarem permanente porque de resto.
 

Bernalve

Well-Known Member
Bernalve, respeito a tua opinião, que está a devidamente fundamentada mas há duas coisas (na realidade é só uma porque basicamente dizes o mesmo) que discordo em absoluto. Quando dizes que um capacete não salva ninguém...Acho que não quererias ser tão literal...Isso é o mesmo que dizeres que não faz sentido um mineiro usar capacete porque o mais provável é cair uma pedra de várias toneladas em cima.

Por outro lado, falo por mim, eu desloco-me (quando não chove) para os meus locais de trabalho mais próximos de casa de bicicleta. Não distam a mais de 10 minutos e no entanto sou incapaz de sair se capacete...a desculpa de que não tem onde por o capacete é a mais descabida que conheço e a questão do despenteado na larga maioria dos homens nem se coloca e mesmo das mulheres, só se usarem permanente porque de resto.

O capacete pode salvar sim, mas sem capacete também podes sair vivo na mesma. Não é algo significativo, nem há grandes dados sobre isso. Parte do senso de cada um achar isso. Não comparess mineiros a ciclistas.

Não há sitio para guardar o capacete é só um argumento, há muitos. Eu na minha faculdade não tinha sítio para guardar o capacete por exemplo. Não cabia nem dava jeito mete lo na mala, estas coisinhas importam quando começas a programar o dia seguinte, e o que não se quer, é a decisão: "olha tenho de ir carro."

Se tivesses um papel importante numa autarquia e onde um dos objectivos fosse a circulação da bicicleta e não a do carro, ias perceber que o que referi é essencial para esse aumento de ciclistas. E qualquer lei contra isso é contra o uso da bicicleta. Se objectivo é andar de bicicleta num acto de treino e passeios longos então concordo contigo e toda a gente concorda. Mas não dá para criar leis para uns e para outros.
 

crocodilo

New Member
Há quase um ano um dos meus filhos, com 12 anos, na sua bicicleta nova, chocou de frente contra um carro dentro de uma urbanização fechada. A velocidade de qualquer um deles devia estar entre os 10 e os 20 km/hr, se tanto. O rapaz não levava capacete, e foi de cabeça contra o pilar do pára-brisas, que ficou dobrado com o impacto.

Quando vi a ferida ia desmaiando. O craneo parecia estar metido para dentro, na zona do sobrolho. Levei-o para o hospital mais próximo, onde um TAC milagrosamente mostrou não haver danos cerebrais, e foi suturado por um cirurgião plástico. Sobreviveu sem mazelas maiores que um dente partido e uma cicatriz na testa que deverá fica a vida. Mas não o perdemos por milímetros.

Se levasse capacete, este teria absorvido a maior parte do impacto.

Agora cá em casa NINGUÉM anda de bicicleta sem capacete, nem que seja só por cinco minutos. E todos os dias me lembro do rapaz coberto de sangue, enquanto eu conduzia para o hospital e lhe ia pedindo que se mantivesse acordado.
 

Paulofski

Well-Known Member
A questão do capacete é uma entre várias a que os ciclistas têm sido constantemente bombardeados desde que o CE sofreu alterações e os equiparou, de certa forma, aos automóveis. Depois deste assunto lá virão os seguros, o IUC, as matriculas, sei mais lá o quê!

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Do ponto de vista da segurança é evidente que proteger um crânio de qualquer forma não pode ser uma coisa inútil. Ou assim parecia! Essa tendência começou no mundo do ciclismo profissional há coisa de duas décadas. A obrigatoriedade do uso de capacete na actividade desportiva muito diferente do que tornar obrigatório usar um capacete por simplesmente andar de bicicleta. É o mesmo que obrigar o automobilista a enfiar o capacete sempre que dá à chave no seu carro do dia-a-dia.

Um argumento popular na comunidade ciclista urbana, que discorda do uso obrigatório do capacete, é que ninguém usa um capacete na Holanda. Isto é verdade, os holandeses não vêem a necessidade do uso do capacete como indispensável para a sua segurança, e a maioria deles sobrevive sem o capacete. A sua cultura é muito diferente de muitos outros países onde andar de bicicleta perto dos carros pode ser interpretado como nada menos do que coisa de gente maluca. Também há quem chegue ao extremo argumentativo para provar que o uso de um capacete é prejudicial ao ciclista. Citam estudos e estatísticas que supostamente mostram haver um maior número de vítimas causadas por lesões que não foram protegidas pelo uso do capacete.

A classe médica vê o uso do capacete como obrigatório. Têm pelo seu lado a experiência em primeira mão na assistência médica a casos que resultaram ou podem resultar de um trauma na cabeça. Há automobilistas que entendem se um ciclista se recusa a usar um capacete é um inconsciente e um criminoso, mesmo que o real perigo advenha nomeadamente das suas decisões e atitudes ao volante.

Podemos debater os prós e os contras do uso do capacete por tempo indeterminado. Nenhum dos dois lados vai convencer o outro porque este debate não se baseia na lógica. Ele é baseado em convicções e preferências pessoais. Andar de bicicleta é conveniente, divertido, oferece muitos benefícios para um indivíduo e para a sociedade. Desencorajar o uso da bicicleta exigindo a todos a usar um capacete derrota todos os aspectos positivos do ciclismo. Nesse sentido é contra-produtivo. Talvez a única coisa com que possa concordar é a questão de tornar obrigatório o uso do capacete a crianças com menos de sete anos, embora considere um absurdo a multa conjecturada. Desde que o meu filho aprendeu a pedalar, a regra da casa era que ele usava sempre um capacete. Para não ficar atrás do exemplo paternal, ao contrário do ponto de vista maternal, desde que pedala diariamente não o usa.

Alguns defensores do uso do capacete não podem forçar os outros a usar um capacete. Embora as intenções sejam sinceras os seus argumentos para obrigar a utilização de um capacete são fracos. Eu posso alegremente recordar quando era jovem, quando andava de bicicleta de cabeça descoberta, os muitos trambolhões que dei: quando atropelei um cão, quando bati contra um carro mal estacionado ou quando me deu a macacoa e desmaiei enquanto pedalava. Em nenhuma das situações “rachei a mona”.

Reconheço que um capacete protege a cabeça e é um elemento de segurança. Não precisam de me bombardear com pseudo-evidências científicas que um capacete pode de facto proteger a cabeça. Em jeito de justificação, eu uso sempre o capacete quando o considero apropriado, em pedaladas mais radicais ou em percursos de maior velocidade. Com esta alteração de regras, com mais pessoas a pedalar na cidade, com a adequação dos costumes a essa realidade, o debate sobre a obrigatoriedade do uso do capacete tem aquecido. O dilema sobre o uso do capacete pode, eventualmente, resolver-se com a tecnologia, evoluir e tornar mais conveniente a protecção da cabeça do ciclista, no entanto, quero ser poupado à necessidade de outros tomarem essa decisão por mim. Eu tendo a favorecer a liberdade pessoal, sempre que possível.

A propósito o mapa mostra a realidade mundial sobre a questão do capacete:

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a verde: não é obrigatório;
a vermelho: obrigatório
 

crocodilo

New Member
A progressão do capacete nas bicicletas é similar ao cinto de segurança nos carros. Quando passou a ser obrigatório, também foi polémico. Hoje já está assumido como algo natural.

Nenhum deles é um dispositivo milagroso. Mas ambos melhoram a nossa segurança individual.
 

MigC77

Well-Known Member
Não vou entrar em debates sobre o uso do capacete ou não… Muito menos sobre se isso vai fomentar ou inibir o uso da bicicleta.

Sempre que uso uma bicicleta seja em que circunstância ou trajecto coloco sempre o capacete. Por esse motivo uma eventual imposição não incomoda, não me parece abusiva, nem limitativa da liberdade individual de cada um. Não mais do que outras obrigações ou proibições que já existem na lei.

Não posso deixar de achar piada a certos argumentos em que nos comparam com outros países como por exemplo a Holanda, a Dinamarca, a Suécia, etc… Quem sequer faz esse tipo de comparações é porque não conhece a realidade desses países no que toca à cultura e às condições existentes. Se conhecessem saberiam que em Portugal estamos a anos luz sobretudo no que diz respeito ao civismo e respeito pelo outros.

Também gosto dos argumentos saudosistas em que se refere que antigamente ninguém usava e não vinha mal ao mundo… Esse argumento a mim recorda-me que quando eu era bébé há 40 anos atrás não existiam ovos/cadeiras isofix que se prendem ao chasis do automóvel e que as próprias cadeiras vem artilhadas com cintos de segurança de 5 pontos tal como usam os pilotos automobilísticos! Nessa altura não havia nada disso… os putos andavam em alcofas que nem sequer se prendiam com cintos de segurança porque não existiam cintos de segurança nos bancos traseiros do automóvel… Efectivamente a mim e a muitos da minha geração não nos aconteceu nada. No entanto não vejo ninguém hoje em dia reclamar da obrigatoriedade destas cadeiras para as crianças.

E por falar em crianças também acho engraçado os que defendem a obrigatoriedade do capacete nessa faixa etária. Isso porquê? Porque no caso duma criança os pais ficam muito tristes se ocorrer um acidente em que a criança morre ou fica com sequelas em termos de cognição e motricidade????? Então e se for um adulto??? Um pai ou uma mãe de família, como é que ficam as crianças? Como é que fica a nossa responsabilidade como pais??? Quem é que vai cumprir o nosso papel se estivermos incapacitados???

Para mim o uso do capacete é automático tal como é o uso do cinto de segurança no automóvel… Não garante que me salva a vida mas em muitas situações pode minimizar os estragos ou evitar determinadas consequências. O Bernalve colocou um cartoon em que o ciclista sofria um acidente em que partia todo mas não lhe acontecia à cabeça… é verdade esse tipo de situações existem tal como existem aquelas em que um tipo teve um acidente menor mas teve o azar de bater com a cabeça e ficar com sequelas graves.

Abraço
 

Doncorleone

Active Member
Como diz o @MigC77 concordo com tudo.
E sou extremista no caso da sinalização de trânsito, se queremos andar nas estradas como os veiculos motorizados também devemos cumprir as mesmas leis de acordo com a sinalização, se estraga a média? Estraga, mas prefiro um treino com média estragada do que pôr em risco a minha e a segurança de outros e já vi autênticos horrores de razias em passadeiras e afins...
 

Presbítero

Active Member
Eu sinto-me mais seguro quando ando com capacete, no entanto como transpiro bastante ñ o uso nas minhas deslocações para o trabalho... O argumento de onde o arrumar é fácil, caso ñ haja outro lugar fica preso á Bike com o cadeado.
 

vhugocosta

Well-Known Member
Para mim o uso do capacete é automático tal como é o uso do cinto de segurança no automóvel…

Somos dois!! Concordo em pleno contigo. Pessoalmente deixei-me de discussões, cada um sabe de si e Deus sabe de todos, não é assim o ditado?? Ainda recentemente tive um acidente de bicicleta apesar de não ter ido de cabeça ao chão, dei por mim a pensar, mas e se tivesse ido? e se não levasse capacete? Por mim, façam e decidam o que quiserem, só não proibam o uso do capacete!!
 

Paulofski

Well-Known Member
... Se Portugal que tem condições excelentes para o usar o a bicicleta como transporte, não se pode criar leis ridículas que desmotivam o uso da bicicleta. Não encontrei o gráfico na Austrália que compara os ciclistas que haviam no antes e depois da lei do uso do capacete obrigatório. Obviamente que aumentaram exponencialmente com a não obrigação do capacete.


Pegando neste estudo "Head Injuries and Helmet Laws in Australia and New Zealand" (ver em: http://www.cycle-helmets.com/c2022.pdf) realizado nos únicos paises onde se tornou obrigatório o uso do capacete (Austrália em 1990 e Nova Zelândia em 1994) chega-se a esta interessante, e que initulam de paradoxal, conclusão:

"6) The final paradox

The evidence reported here indicates that helmet laws are not effective and may even increase the risk of injury per cyclist. The many reasons for this include: risk compensation, reduced safety in numbers, failure to wear helmets correctly and the fact that helmets probably offer little protection against the most debilitating type of brain injury – rotational injuries. So why is so much effort expended promoting helmet laws? One source of confusion is that case - control studies comparing cyclists choosing to wear helmets with helmetless cyclists usually show that helmet wearers have a lower %HI. But why? Is this because helmets offer some benefit, or that cyclists choosing to wear helmets are more cautious, have different riding styles and get into less serious accidents? Studies show that cyclists who chose to wear helmets are more likely to obey traffic signs, wear high visibility clothing, have higher socioeconomic status, use lights at night, ride in parks, playgrounds, or on bicycle paths, rather than city streets, (in the US) be white rather than other races, and (for children) tend to ride with other children or adults, rather than alone. [5]One US study also found that helmet wearers had much less serious non-head injuries, as well as head injuries"...


Sem dúvida que os capacetes ajudam a evitar lesões na cabeça, mas não foram nem são projectados para lidar com as forças que podem ocorrer em colisões das bicicletas com veículos motorizados. Verificou-se uma pequena diminuição na percentagem de traumatismos cerebrais em contraste com indicadores aparentes de aumento dos riscos do ciclista em comparação com o que seria esperado. Os danos cerebrais mais registados são predominantemente devidos à lesão rotacional da cabeça.

As conclusões mostram que a obrigação do uso do capacete teve pouco benefício para os ciclistas ou para a comunidade. Em vez de encorajar os ciclistas a usar capacete, as leis parecem ter desencorajado o ciclismo, resultando daí a redução de actividade física e consequências para a saúde.

Além de impor limites de velocidade adequados e um maior controle da condução sob influência do álcool, mais importante é incentivar o ciclismo tornando as estradas mais seguras. Mais importante para a segurança dos ciclistas do que obrigar ao uso de capacete é reforçar e fiscalizar o incentivo de usar luzes e reflectores à noite, não circular nos passeios, não circular em contra-mão, não passar vermelhos.
 

Bernalve

Well-Known Member
Pensava que essa lei já não existia por acaso. Os dados são antigos, acho que um gráfico que vi mostrava até anos mais recent.

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Retirado desse artigo, estas duas tabelas são ilustrativas do que uso obrigatório do capacete prejudica o uso da bicicleta pelas pessoas. E acho que muitos ciclistas continuam a confundir a pratica de ciclismo com o andar de bicicleta, o que são coisas diferentes. Penso que para mim próprio que nós ciclistas em Portugal queremos é é de facto, ver cada vez menos ciclistas na estrada e mais outros tipos de transporte, se for assim o caso, então ok, capacete obrigatório já! O principal perigo para os ciclistas são os carros, fora disso as quedas que damos num simples passeio de 5 minutos podem ocorrer, mas não é justificação para andar sempre com um capacete atrás como se isso fosse o mais importante quando se usa a bicicleta.

Lembrei-me de dois desportos em Portugal onde o capacete podia ou tem sua importância, um deles é obrigatório como no ciclismo quando se trata de eventos que é o skate, mas fora disso, pouca gente usa. O outro é hóquei em patins onde ninguém acha possível usar capacete, mas muitas vezes essa conversa aparece quando alguém leva com uma bola na cabeça ou cai mesmo de cabeça ao chão e fica combalido porque as quedas nesse desporto são constantes. Mas tanto num como no outro não há este tipo de discussões porque o seu uso ou não, não iria fazer a diferença e seriam é um incomodo de certeza, principalmente no hóquei.
 
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