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Mais um ciclista morto em acidente

jocarreira

Well-Known Member
não consigo ler a noticia toda podes partilhar aqui?

Ciclistas (e não só) fazem vigília na Avenida da Índia pelo fim da insegurança na estrada

Após a morte de mais um ciclista em Lisboa vítima de uma colisão com um veículo, várias entidades convocaram uma vigília com o mote “Podia ser eu, podias ser tu”, que terá lugar neste sábado, no local do acidente, às 11h30.

Mariana Marques Tiago
29 de Junho de 2021, 11:40

Face à indignação motivada pela morte de mais um ciclista em Lisboa, foi convocada uma vigília com o mote “Podia ser eu, podias ser tu”, para este sábado dia 3 de Julho, em memória da ciclista de 37 anos que perdeu a vida no sábado passado e de todos os outros que, à sua semelhança, foram vítimas da sinistralidade rodoviária.

A convocatória foi feita através do Facebook, unindo entidades como a MUBi – Associação Pela Mobilidade Urbana Em Bicicleta, a Massa Crítica de Lisboa e a página Ciclovia Na Marginal, que afirmam que “é comum o sentimento de insegurança na via pública devido ao excesso de velocidade praticado. Os utilizadores vulneráveis, pela sua condição, são quase sempre as vítimas da sinistralidade dentro da cidade”.

A vigília será realizada de forma pacífica e silenciosa e terá a duração aproximada de 20 minutos. Todos aqueles que se quiserem juntar ocuparão a Avenida da índia, no local onde ocorreu a colisão, e poderão ser acompanhados pelas respectivas bicicletas (não sendo este factor de carácter obrigatório).

Sendo de acesso livre e aberto a todos, o ponto de encontro será pelas 11h na Rua dos Cordoeiros a Pedrouços. Contudo, os participantes têm também a possibilidade de se juntar directamente à vigília às 11h30 na Avenida da Índia, entre Algés e Belém.

Os organizadores da homenagem pretendem alertar para a necessidade de diminuir o tráfego e limitar a velocidade nas áreas urbanas a 30km/h, fiscalizar os excessos de velocidade e, ainda, repensar a visão de “auto-estrada” associada a áreas como o Campo Grande, a Avenida da Índia e outras artérias com características semelhantes em Lisboa e outras cidades.

A vigília de dia 3 de Julho ocorre cerca de um ano depois da vigília que tomou lugar no Campo Grande, onde centenas de pessoas se sentaram no asfalto, em silêncio, homenageando a jovem de 16 anos que fora atropelada enquanto atravessava a passadeira com a bicicleta pela mão. Também nessa vigília, que se repetiu em várias cidades do país, foram pedidas cidades mais seguras e pacíficas.

A organização reiterou também a importância de seguir as normas da Direcção-Geral da Saúde (DGS) no que diz respeito à utilização de máscara e ao distanciamento físico. A vigília contará também com a presença e coordenação da Polícia de Segurança Pública, que garantirá o corte temporário do trânsito na avenida.

Texto editado por Ana Fernandes
 

fernandes_85

Well-Known Member
@Duke obrigado por colocares o evento do Facebook, foi ai que tomei conhecimento também.
A notícia do Público é só para assinantes, mas a ideia era esta partilhar a homenagem que irá ser feita no sábado.
 

cconst

Well-Known Member
Uma reflexão, que não tem diretamente a ver com o caso - nem os casos que tenho acompanhado por aqui - mas tem de uma forma genérica a ver com a co-existência de várias formas de mobilidade e os riscos.

Ultimamente tenho recebido mais sugestões no face sobre mobilidade urbana pelo facto de fazer parte de um comboio de bicicletas e consumir mais conteúdos dessa natureza.
O que tenho reparado é de forma geral existem dois grupos com tendências extremistas:
a) pro-automóvel
b) pro-bicicletas
Ambos os grupos acabam por discutir usando demagogia e subterfúgios apenas para "ficarem por cima" chegando a cair na ofensa e ataques pessoais, como se um inimigo de várias gerações se tratasse. E - sinceramente - ambas as partes têm uma parte de razão e uma parte de culpa.

No entanto, o erro ou o não cumprimento das regras (sejam elas de trânsito ou cívicas) por parte de um ciclista têm SEMPRE consequências muito menores que as dos automobilistas. Não obstante este facto não acho que os ciclistas devam agir como donos da razão, quando muitas vezes não a têm.

A minha interpretação da lei é que uma bicicleta é um veículo e como tal a sua condução está sujeita às mesmas regras que os demais. O direito à circulação está assegurado assim como o dever em cumprir essas regras, que concordando ou não, foram criadas para que seja possível a circulação ordenada e com o menor perigo possível para todos os intervenientes.

Devo dizer-vos que quanto mais uso a bicicleta em ambiente urbano mais entendo o porquê dos automobilistas destilarem tanto ódio. Vejo repetidamente ciclistas a:
- atravessar vermelhos (e cúmulo: fazem lane-splitting, chegam ao vermelho e siga!, deixando os carros parados),
- não parar em passadeiras,,
- iterar entre ciclovia-passeio-estrada vezes sem conta mediante o que mais lhes convém,
- andar em contra-mão (quer em ciclovias quer na estrada),

Mas apesar de existirem ciclistas incumpridores, tenho a ideia que existem automobilistas infratores em maior número (excesso de velocidade, estacionamento abusivo, desrespeito por semáforos, não paragem em passadeiras,...) estes não vêm os seus "pequenos" delitos como potenciais riscos para os restantes utentes da via pública.

Falta sensibilização, educação, fiscalização. Porventura faltam outdoors com imagens chocantes. Publicidade em prime-time sobre o tema. Falta um equivalente às mensagens e imagens chocantes nos maços de tabaco. Mas ao contrário do tabaco que principalmente mata o próprio, neste caso andar de carro pode matar os outros.

Vi uma imagem com um outdoor que deveria ser replicado amiúde. Que deveria servir de inspiração para criar um com bicicletas.


Desculpem o testamento, que acaba por fugir um pouco ao conteúdo original mas talvez pelo facto de andar mais na estrada com a minha filha - e outras crianças - e sentir o transito automóvel a aproximar-se e - mesmo vendo um grupo de crianças - agir tendo como principal preocupação os escaços minutos que potencialmente irão perder por irem atrás de "meia dúzia" de bicicletas.

Espero muito sinceramente que todos cheguem a casa. Apenas com uma dor de pernas. Todos os dias.
 

elchocollat

Well-Known Member
@cconst
Estou mais do que contigo, daí ter já dito que é importante distinguir "ciclistas de licra" de "ciclistas de cidade".
Estes últimos sim, até eu me passo. Porra, vão num vermelho e não param!
Pá, mas eu fico chateado porque depois eu, "ciclista de licra", sou visto da mesma maneira.

Penso que "atacar" e sensibilizar os condutores, não chega. É preciso chamar ps ciclistas também ao momento e mostrar certas coisas.
Certas coisas essas que nós aquo fazemos e cumprimos.
 

pedrodbo

Well-Known Member
Devo dizer-vos que quanto mais uso a bicicleta em ambiente urbano mais entendo o porquê dos automobilistas destilarem tanto ódio. Vejo repetidamente ciclistas a:
- atravessar vermelhos (e cúmulo: fazem lane-splitting, chegam ao vermelho e siga!, deixando os carros parados),
- não parar em passadeiras,,
- iterar entre ciclovia-passeio-estrada vezes sem conta mediante o que mais lhes convém,
.

Concordo com tudo o que dizes menos com este da ciclovia/passeio/estrada sendo um ponto menos bom. Um pessoa que siga uma ciclovia, muitas vezes tem desvios da própria ciclovia para passeios, passadeiras, etc.

Aqui em Coimbra construiram uma ciclovia nova, numa estrada até pouco movimentada, zona da Portela. Ora numa parte desta ciclovia, ela desvia para o passeio e aí continua a ciclovia. No entanto se fores em frente, continuas na estrada onde podes seguir e uns 100m à frente entras de novo na ciclovia. Outra parte é a ciclovia que está traçada no chão paralelamente à passadeira, mas tu podes seguir em frente na estrada e ignorar essa parte e entrar 20m à frente na ciclovia porque há partes que não fazem sentido. Das duas uma, essa passadeira ia obrigar-me a desmontar da bike e ir a pé ou podia seguir na bike? Se seguisse em cima da bike, de certeza que não era tão bem visto por algum carro que me deixasse passar. Mas além da educação que claramente nesta altura é o principal factor que causa mais acidentes bicicleta/carro, há que pensar em ciclovias com cabeça...e não começar a construir por construir...apesar disto ser só um aparte.

Percebo quando dizes que há muita estupidez a passar de ciclovias/passeios/estrada mas às vezes é necessário/dá mais jeito e outras vezes não faz sentido nenhum não fazer essa troca.

Não tenho uma foto actualizada do google maps para postar aqui mas se visses, reparavas como muitas ciclovias estão feitas de forma muito estupida
 

elchocollat

Well-Known Member
Concordo com tudo o que dizes menos com este da ciclovia/passeio/estrada sendo um ponto menos bom. Um pessoa que siga uma ciclovia, muitas vezes tem desvios da própria ciclovia para passeios, passadeiras, etc.

Aqui em Coimbra construiram uma ciclovia nova, numa estrada até pouco movimentada, zona da Portela. Ora numa parte desta ciclovia, ela desvia para o passeio e aí continua a ciclovia. No entanto se fores em frente, continuas na estrada onde podes seguir e uns 100m à frente entras de novo na ciclovia. Outra parte é a ciclovia que está traçada no chão paralelamente à passadeira, mas tu podes seguir em frente na estrada e ignorar essa parte e entrar 20m à frente na ciclovia porque há partes que não fazem sentido. Das duas uma, essa passadeira ia obrigar-me a desmontar da bike e ir a pé ou podia seguir na bike? Se seguisse em cima da bike, de certeza que não era tão bem visto por algum carro que me deixasse passar. Mas além da educação que claramente nesta altura é o principal factor que causa mais acidentes bicicleta/carro, há que pensar em ciclovias com cabeça...e não começar a construir por construir...apesar disto ser só um aparte.

Percebo quando dizes que há muita estupidez a passar de ciclovias/passeios/estrada mas às vezes é necessário/dá mais jeito e outras vezes não faz sentido nenhum não fazer essa troca.

Não tenho uma foto actualizada do google maps para postar aqui mas se visses, reparavas como muitas ciclovias estão feitas de forma muito estupida
Concordo.
E neste caso temos que mostrar aos condutores porque por vezes não é possível andar numa ciclovia. Além destes casos, mostrar como elas estão ocupadas por pessoas indevidamente.
 

cconst

Well-Known Member
Penso que "atacar" e sensibilizar os condutores, não chega. É preciso chamar ps ciclistas também ao momento e mostrar certas coisas.
Certas coisas essas que nós aquo fazemos e cumprimos.
Acho que não devemos é distinguir um ciclista de um automobilista. São ambos condutores de um veículo que está sujeito a regras. Regras essas que devem ser respeitadas. Vidas que devem ser respeitadas. Independentemente se vai de carro, mota, bicicleta, avião, trotineta, patins, autocarro.

São pessoas. São pais. São filhos. São avós. São irmãos...


Concordo com tudo o que dizes menos com este da ciclovia/passeio/estrada sendo um ponto menos bom. Um pessoa que siga uma ciclovia, muitas vezes tem desvios da própria ciclovia para passeios, passadeiras, etc.
Vais- me desculpar, mas quem vai numa via e porque:
a) indo na estrada apanha um vermelho, então passa para a ciclovia para passar pelo vermelho e entrar na estrada mais à frente
b) vai numa ciclovia e porque essa ciclovia tem interceções com estrada ou com entradas/saidas de garagens, entra na estrada...
Vai errado.
Quem vai na estrada não vai para a ciclovia para passar um vermelho.
Um peão que vai no passeio não [deveria ir] vai para o alcatrão porque a calçada é má.

Se vai na estrada, vai na estrada.

Concordo.
E neste caso temos que mostrar aos condutores porque por vezes não é possível andar numa ciclovia. Além destes casos, mostrar como elas estão ocupadas por pessoas indevidamente.
Se circulas na ciclovia, não "saltas" para a estrada para te desviares de um peão. Tocas a campainha ou [educadamente] chamas a atenção do peão para a tua presença (respeitas da mesma forma que esperas que um automobilista te respeite).

A ciclovia e a estrada co-existem. Mas devemos usar a via que mais se adequa à nossa circulação. Abstraim-se um pouco de "ciclistas de licra" ou do papel daquele que vai treinar e segue a velocidades mais elevadas que os demais utilizadores recreativos ou de mobilidade suave vão. E agora coloquem-se ao volante. "Derrepente" porque a ciclovia está congestionada, aparece um caramelo de bicicleta na estrada (que saiu da ciclovia)... Qual a imagem que dão? Será que não se estão a colocar em perigo? como é que um condutor - que até podia ir distraído - ira reagir? (num momento a estrada está livre, no outro não ... apenas olhou para o filho porque ele chorou... p.e.)

Todos nós... Especialmente nós, temos a responsabilidade para connosco (os ciclistas amadores e os commuters e filhos e irmãos) de nos mantermos seguros.
 

Paulofski

Well-Known Member
[...]

"Como ciclista, um dos meus objectivos ao pedalar é também demonstrar que a bicicleta é um dos modos mais eficazes e alternativos no combate à pandemia “covidiana”. Utilizar este meio fantástico de divulgação para promover a segurança e a cooperação entre os carros e as bicicletas. Devemos ter a noção que a cooperação é necessária, e eu acredito que é possível. A partilha, segura e eficiente da estrada é muito mais provável de acontecer quando ambos seguem os mesmos regulamentos. Não é suposto tentarem nos convencer que são os ciclistas o foco do perigo. Ouço e leio comentários que alguns dos ciclistas têm comportamentos “incumpridores” das regras. O que acontece muitas vezes é que esses ciclistas estão apenas a tentar salvar o coiro. Todos somos testemunhas diárias que alguns automobilistas são impacientes, agressivos e com pouca consideração para qualquer tipo que vá à sua frente e o faça abrandar. O aborreça! Alguns, tendenciosos contra os ciclistas, são encorajados a acreditar que as bicicletas pertencem a uma terceira categoria nas ruas. Gabam-se com um sinistro orgulho que desrespeitam deliberadamente as regras e incentivam um comportamento irresponsável, infringindo a lei. Para eles as bicicletas são intrusas e não deveriam estar ali, a partilhar a rua. Se houvesse mais respeito, ao peão, ao ciclista e ao Código da Estrada, estou convencido que não haveriam estes acidentes.

[...]

Eu não queria, não queria mesmo nada estar a repetir-me…

Link para o artigo: https://nabicicleta.wordpress.com/2021/06/29/patri/

“Podia ser eu, podias ser tu. Nem mais uma vítima”
 

cutkiller

Well-Known Member
Já agora excelente comentário @cconst :)

O que tenho reparado é de forma geral existem dois grupos com tendências extremistas:
a) pro-automóvel
b) pro-bicicletas
Ambos os grupos acabam por discutir usando demagogia e subterfúgios apenas para "ficarem por cima" chegando a cair na ofensa e ataques pessoais, como se um inimigo de várias gerações se tratasse. E - sinceramente - ambas as partes têm uma parte de razão e uma parte de culpa.

Em relação a isto... As redes sociais são um verdadeiro nojo de gente que atrás de um teclado só sabe "debitar" esterco intelectual...

Screenshot-2021-06-29-at-15-22-03.png
 

Bernalve

Well-Known Member
Esta questão de variar entre passeio, ciclovia, estrada faço muito no BTT. Em zonas urbanas sinto-me em perigo em estar a circular a 20km/h ou menos em estradas onde os carros passam a mais de 50km/h. Basicamente um condutor menos paciente vai forçar a ultrapassagem e toda a gente sabe o que pode acontecer. Isto é dos maiores problemas dos condutores e das nossas estradas em Portugal.

Quando me sinto mais seguro para andar em estrada, é mesmo quando vou de fininha a mais de 40km/h. É estranho, mas é quando a velocidade fica mais equiparada aos carros e as ultrapassagens ficam mais fluídas.
 

cou7inho

Well-Known Member
Esta questão de variar entre passeio, ciclovia, estrada faço muito no BTT. Em zonas urbanas sinto-me em perigo em estar a circular a 20km/h ou menos em estradas onde os carros passam a mais de 50km/h. Basicamente um condutor menos paciente vai forçar a ultrapassagem e toda a gente sabe o que pode acontecer. Isto é dos maiores problemas dos condutores e das nossas estradas em Portugal.
Concordo.

Este fim de semana fui andar com dois amigos pelo Porto. Ritmo de passeio, super devagar, eles não costumam andar de bicicleta. Quando não havia ciclovias vamos pelo passeio. Nas passadeiras esperávamos pelo sinal verde para os peões e atravessávamos.
Nunca ando no passeio. No entanto, neste caso não quis ir para a estrada com dois amigos que não estão habituados a andar no meio de carros. Além disso vamos empatar o transito todo. Andar a 10 km/h nas ruas de uma cidade como o Porto não é propriamente agradável para quem circula na via.

Está-se aqui a debater tanta coisa e no fundo tudo se resume a três palavras - respeito e bom senso.
Infelizmente vivemos numa sociedade cada vez mais extremista onde ou se é pró automobilista ou pró ciclista.

Há duas formas "simples" de se começar a resolver isto - educação e fiscalização.
Quero acreditar no futuro da educação, embora lá no fundo ache que isto vai de mal a pior.
Quanto à fiscalização, pelo que vejo, é uma miragem. Pelo menos eu passo dias e dias no Porto sem ver um único carro da policia na rua. Uma simples mota da policia apanhava tantos infratores. Mas isto devo ser eu chutar. Se calhar estou para aqui a dizer umas palermices...
 

fernandes_85

Well-Known Member
@Paulofski não podia concordar mais. Subscrevo na integra.

@cconst não concordo com essa visão rígida da ciclovia.
1o porque a bicicleta é flexibilidade. É suposto dar a possibilidade de ir a sitios e fazer coisas que o automóvel p.e não faz.
2o porque a maioria delas não são ciclovias, são pedo-ciclo-coiso vias em que está la tudo, até carros estacionados. Já nem falo naquelas que têm postos de iluminação no meio ou são interrompidas por milhares de cruzamentos e entradas para garagem e afins. A sua construção não respeita regras, simplesmente são feitas de forma a não prejudicar o trânsito automóvel. É como indo num automóvel passar de uma autoestrada para um rua terceária vulgo caminho de cabras sem nenhuma indicação prévia. Mesmo em lisboa, que é dos locais onde há mais e melhores ciclovias, estas aparecem e desaparecem de repente e estão cheias de peões. Parece-me obvio que se a ciclovia termina ou tem um troço de 50m é preferível ir pela estrada (sobretudo se tiver de bike de estrada). Da mesma forma havendo peões (sobretudo idosos ou crianças), de forma a garantir a sua segurança ou reduzo a velocidade como indicas ou deve-se ir pela estrada também.

Este "jogo" parece-me natural e normal. Não menos importante, é legal e legítimo.

Acho muito perigoso, como vi acontecer no caso desta rapariga, o comentário "ah mas do outro lado tinha uma ciclovia" como que a colocar em causa a legitimidade dela ali circular. Já nem refiro que essa suposta ciclovia é do outro lado da linha do comboio e de um lado termina na ponte pedonal do Rio Jamor (onde quem conhece sabe que mal se cruzam 2 peões) e do outro faz o recorte de todas as entradas da marina e sítios turísticos, o que interessa é que ela tinha todo o direito de circular ali e os outros utilizadores da via a obrigação de a respeitar como mais um utilizador da via.

Confesso alguma preocupação com esta postura do "vai mais é andar para a ciclovia que há muitas agora" e a postura de justiceiro do asfalto que muitas vezes lhe vem associada.
 

MiGuEl_82

Well-Known Member
Confesso alguma preocupação com esta postura do "vai mais é andar para a ciclovia que há muitas agora" e a postura de justiceiro do asfalto que muitas vezes lhe vem associada.

Estou ctg!! O boom das "ciclo-cenas partilhadas" veio tornar a convivência muito mais dificil. Quem não anda de bicicleta de estrada não percebe que as "ciclo-cenas" que existem em Portugal, na sua grande maioria (pelo menos as que conheço) não se adequam de todo a esse tipo de bicicleta. Com bicicleta de BTT para mim não há tema.
 

elchocollat

Well-Known Member
Vou continuar a bater na mesma tecla:
Existimos nós aqui do fórum e existem os ciclistas da cidade.

Ambos com problemas distintos, mas unidos no ódio.

É necessário passar a mensagem certa a todos:
-quem anda de bicicleta
-quem anda de carro

Quem anda de carro tem que perceber que:
-há momentos em que não se pode andar na ciclovia
-esquecerem a ideia do imposto para andar na estrada
-os ciclistas apelidados de "ciclista de licra" praticam elevadas velocidades, podem e devem andar na estrada e jamais têm intenção de provocar acidentes
-não adianta buzinar para andar mais rápido
-não adianta ultrapassar e gritar pela janela, é parvo e pode causar acidente
-ultrapassem a malta que vai na estrada. O que não queremos é ter um carro atrás de nós, porque pensamos logo que estamos a embaraçar o trânsito
-deixem a distância ao ultrapassar
-se forem atrás de nós porque estão "na boa, podem esperar", ótimo. OBRIGADO!
-Se acham que vão chegar atrasados porque apanham um ciclista no trânsito, algo está errado convosco, lamento. Já saíram tarde e já estavam atrasados antes. São segundos atrás de um ciclista. Jamais ficarão 2 minutos atrás de um. Garanto, salvo raras exceções que não se aplicam numa estrada normal.

Quem anda de bicicleta na estrada tem que perceber que:
-o risco de ter um acidente é maior
-é imperativo o uso de capacete, roupa visível e luzes (deixem-se de merdas, desculpem-me. Há muita roupa visível, e um par de luzes não é nada de outro mundo. Há caras e baratas, é procurar ou ajudar a procurar)
-é imperativo parar no sinal vermelho, ceder passagem e parar nos stops (deixem-se de merdas com os koms do Strava, e médias de 30km/h. É mais importante estar seguro na vida)
-é imperativo sensibilizar colegas
-andem em pares, não aos molhos. Continuo sem perceber porque andam em pelotão
-comuniquem com os automobilistas e facilitem-lhes a passagem
-sempre que puderem utilizem a ciclovia - vai causar redução de velocidade, mas se a ciclovia existe é porque provavelmente foi necessária a sua construção para evitar embaraço no trânsito e possíveis acidentes
-sinalizem a mudança de direção. Olhem para os carros, mostrem-lhes que vão mudar de direção, comuniquem com eles façam sinal para abrandar e olhem para eles (automobilistas) e isso trará logo de imediato uma reação diferente (diria que em larga maioria dos casos. Percentagens? 90%, o que significa que em 10 carros que façam isto por necessidade, 1 não vai respeitar, e olhem que há muita probabilidade de ser 100%, diria)

A quem anda na cidade de bicicleta:
-andem nas ciclovias sempre que puderem
-respeitem a porra dos sinais. Eu no espaço de 1 semana fui 3x a Lisboa e vejo sempre alguém parado depois do sinal, ficando no meip da estrada sujeito a levar com um carro que muda de direção, tudo porque não pode parar em frente ao sinal
-não façam como a malta das moto que anda de moto no passeio para contornar o semáforo vermelho
Passeio-peões, simples
-não andem em contra mão, por favor. Qual a dificuldade de fazer as coisas certas?
-não andem aos zigue zagues, é só burro
-sinalizem mudanças de direção

Peões:
-Por favor, saiam das ciclovias. Elas já prejudicam muitas das vezes a circulação, com vocês lá só fica mais difícil.

Uma coisa:
Não quero afirmar, mas acho que já vi marcado no chão numa ciclovia um peão e uma bicicleta.

Eu acho que no fundo é isto.
Bem pensado, talvez melhorando as frases, partilhado Internet fora e uma boa campanha junto das entidades e a coisa poderá evoluir.
 

cconst

Well-Known Member
@fernandes_85 acho que não entendeste onde quis chegar.

Vou escrever um conto. Uma historia inventada:
Uma rua dentro da cidade, com dois sentidos, com ciclovia no passeio junto à estrada.
Nessa rua, um automóvel circula dentro dos limites a 45 km/h.
Um ciclista segue a 10km/h na ciclovia.
O condutor aprecebe-se que existe uma ciclovia e que nela segue um ciclista no mesmo sentido que ele. Aprecebe-se também que o semáforo à sua frente está verde. Não há transito.
O filho, no banco de trás com a impaciência típica de uma criança de 3 ou 4 anos, começa: "pai, pai! paaaiiiiiiii! olha aqui. PAAAAAAIIII!!! OLHAAA!"
O pai olha pelo retrovisor e retira os olhos da via por alguns instantes.
Nesse mesmo instante, o ciclista porque apanha uma senhora a passear o cão na ciclovia decide ir para a estrada porque o carro vem longe.
O condutor não viu o ciclista a fazer a manobra. Para ele, a estrada está livre. Porem quando volta a olhar para a estrada, ainda com um sorriso na cara por causa da "macada" do filho, não tem tempo de se desviar ou travar atempadamente de evitar um atropelamento.

O ciclista tinha direito de ir na estrada? Claro!!!
O automobilista fez alguma coisa que algum de vocês nunca fez ou não faria?

Ficção. Eu sei.

Aqui defendo que:
- o ciclista ou espera/avisa quem erradamente vai na ciclovia.
- o ciclista para evitar não vai na ciclovia.
 

Carolina

Well-Known Member
Acho muito perigoso, como vi acontecer no caso desta rapariga, o comentário "ah mas do outro lado tinha uma ciclovia" como que a colocar em causa a legitimidade dela ali circular. Já nem refiro que essa suposta ciclovia é do outro lado da linha do comboio (...)

Ainda maior falta de noção, tendo em conta que há uma ciclovia a começar 4 ou 5 metros à frente do local do acidente. Ela ia subir a ponte que passa sobre a linha do comboio e essa ponte tem uma ciclovia que começa logo ali a uns metros do acidente.
 
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