Olá a todos!
Indo buscar uns posts mais atrás...
Mais do que tudo, o que o Daniel diz é o que se aproxima mais da verdade.
Em todos os negócios que produzem produtos, existe uma percentagem que, já se sabe, à partida, terá defeito.
Normalmente será sempre abaixo dos 2% da produção. Acima disso, é tema para preocupação dentro da marca, fábrica, e demais participantes na produção do produto.
Não tem a ver directamente com o custo do produto ou posicionamento da marca.
Tem a ver com a industrialização da coisa. Mesmo o trabalho sendo feito por máquinas que vão ao "milésimo do milímetro", a tinta pode "espirrar" um pouco para o lado.
O carbono pode não ficar perfeitamente colado....
Por isso, e como em tudo, são retirados à sorte, produtos de variados lotes para se procederem a testes.
Assim, vai-se controlando a produção.
Independentemente da marca, produto e custo!
Por falar na marca, há um bom par de anos a Mercedes não retirou do mercado os Mercedes Classe A porque não passaram no teste "já não me recordo do quê"?
Só coisas fabricadas manualmente se conseguem garantir um pouco mais a sua qualidade.
Estando ainda nos carros, se um Ferrari for todo ele fabricado manualmente, durante todo o processo, está a ser alvo de garantias de qualidade.
Se estivermos a falar de uma produção de um Clio, aquilo é feito em série. De tempos a tempos testa-se um....
Nas bikes, todas são feitas por máquinas. Se calhar, uma edição especial e numerada é controlada manualmente garantindo mais qualidade, mas ainda assim.....
O osicran, contudo, trouxe um problema novo aqui para a ribalta.
Senão vejamos. E vou dizer nomes para ser de mais fácil compreensão!
Temos dois importadores/distribuidores/representantes legais, o que lhes quiserem chamar: Specialized (que tem as bicicletas da marca Specialized) e Ciclo-Coimbrões (que é o importador para Portugal da SRAM, entre outros).
Como é normal, as bicicletas da Specialized trazem material da SRAM, por exemplo, ao nível da transmissão.
Agora, em período legal de garantia (dois anos para um produto novo), o desviador traseiro estraga-se, ou não está bom, ou tem defeito... Qualquer situação que não seja imputada ao consumidor/ciclista.
O que este faz? (E bem... diga-se!) Vai à loja onde adquiriu o bem e reclama.
Aqui surge o problema...
A quem é que o lojista se vira? Ok. Primeiro que tudo, ele é SEMPRE O RESPONSÁVEL perante o cliente. (O pior é que a maior parte dos lojista não entende bem isso.)
E sobre ele recai a maior fatia de responsabilidade. Contudo, e como aqui alguém disse, o bom (ou mau) lojista faz a diferença na resolução do problema ao cliente.
Teoricamente, o lojista deveria contactar a Specialized que, foi quem lhe vendeu o bem/produto/bicicleta. Ok.
Então, seria a marca de bicicletas a entregar o desviador para substituir ao cliente.
Mas, a marca do desviador apontou um representante para o nosso país: a Ciclo-Coimbrões.
Como resolver o caso?
Será a Specialized e restantes marcas de bicicletas que vendem bikes com SRAM que devem comprar desviadores e, ao invés de fazerem stock dos produtos/bicicletas que vendem, vão fazer stock de produtos de terceiros? Seria muito mais fácil, o lojista falar com a Ciclo-coimbrões que, deveria ter stock dos desviadores e entregar um para substituir o do cliente. Normalmente é isto que acontece, e por esta razão.
Só que isto é um problema dificil porque, nesta terra, anda tudo de "candeias às avessas" e quem se lixa é o consumidor.
O caso que falei acima seria de fácil resolução. O lojista falava para a Ciclo-Coimbrões, eles enviavam o estragado para o importador e este enviava um novo para o cliente.
Assim, rápido.
O pior é que, muitas vezes (cada vez mais, com a crise), o importador NÃO TEM AS PEÇAS! (E aqui falo de toda a gente!)
E este é o problema!!!!!
Pessoalmente: (Para terminar que vou longo como o caraças!)
Trabalhei em loja, importador e, acima de tudo, sou consumidor/ciclista.
O que sempre fiz foi, desde logo (E SEMPRE), ser honesto com o cliente.
Segundo, resolver o problema do cliente, fosse definitivamente ou temporário.
Terceiro, fazer "das tripas coração" para resolver, em definitivo o problema do cliente.
Conclusão: Em prái 80% a 85% dos casos fui feliz. Com a compreensão do cliente resolvi sempre os casos atempadamente.
Os restantes 20% foi arranjada uma solução para o cliente mas que, ou perdemos dinheiro, ou não fiquei completamente satisfeito ou não foi a melhor solução.
Isto é um GRANDE problema neste meio...
Mas, para o resolver, muitas empresas deveriam trabalhar em conjunto.... E os tugas não conseguem.... :-(
Abraços e boas voltas.
Bom Natal a todos e Um Ano de 2013 cheio de pedal!