Carolina
Well-Known Member
V Audace Capital do Cavalo NSCG
O objectivo
Depois de dois Audaces cancelados por falta de participantes, a FPCUB decidiu alterar as regras dos Audaces (outra vez). O Alvo deixou de existir e passou a haver novamente partida conjunta.
Para este Audace não tinha companhia e, com a alteração para a partida conjunta, mudei o meu plano de “vou lá passear” para “vou ver o que consigo fazer”. O objectivo era tentar ir no grupo principal durante o máximo de tempo possível e, caso ficasse para trás, tentar arranjar alguém que pedalasse ao meu nível e com quem pudesse trabalhar durante o que faltasse dos quase 130 kms.
Não tinha nenhum número em mente em termos de tempo total ou de média, pelo simples motivo de que nunca fiz tantos quilómetros sem ser em ritmo de passeio. Este Audace foi precisamente para obter uma referência daquilo que consigo fazer, o que vai acabar por ser útil mais para o final do ano (já sabem que não há fotos ).
A “prova”
Cheguei à Golegã pouco depois das 8h da manhã. O local indicado para a partida tinha sido alterado, mas estava lá um senhor a dar indicações, portanto foi tranquilo. Dirigi-me ao Núcleo Desportivo do Sporting Clube de Portugal da Golegã (NSCG), organizadores deste Audace. Entreguei a minha caderneta, recebi a carta de rota e informaram-me que a partida seria dada em frente ao Núcleo às 8h30.
Fiquei à espera enquanto o pessoal ia chegando e às 8h30 lá partimos. Não éramos muitos, acho que haviam 35 inscritos. No entanto, pareceu-me que éramos uns quarenta e poucos. Haviam muitos ciclistas que pertenciam ao Núcleo, provavelmente não estavam inscritos por fazerem parte da organização, e que assumiram a liderança do pequeno pelotão. Começaram por imprimir um bom ritmo, nada de exagerado, eu é que ia demasiado calma e perdi logo a roda sem necessidade
Passado um minuto ou dois vem um ciclista do NSCG de trás e apanho a roda dele. Acho que éramos os últimos. Ele lá foi marcando o ritmo, mas íamos demasiado devagar para conseguir apanhar quem quer que fosse. Ia olhando para trás, para ver se eu estava lá.
Avistamos outro ciclista da NSCG mais à frente, que também tinha perdido o pelotão, mas àquele ritmo não íamos a lado nenhum. Fiquei com a sensação que ele achava que eu não conseguia andar mais, porque continuava a olhar para trás a ver se eu lá estava. Acabei por passar para a frente a aumentei a velocidade, ele conseguiu seguir-me sem dificuldade e fomos intercalando até apanharmos o colega dele que tinha ficado para trás. A partir daqui trabalhámos os três e conseguimos, finalmente, chegar ao pelotão.
O pelotão ia a bom ritmo, perto dos 35 km/h, e fiquei entre o meio e o final do grupo, sempre protegida. A primeira subida do dia começava por volta do quilómetro 20, mas é daquelas matreiras em que só se nota que se começou a subir quando as pernas começam a doer e temos de aliviar as mudanças. Alguns ciclistas começaram a ficar a para trás e, eventualmente, chegou a minha vez. O prato grande deixou de servir, portanto lá fui ao meu ritmo durante o resto da subida.
Quando a subida terminou vi-me novamente da companhia dos dois ciclistas da NSCG com quem tinha feito a perseguição. Seguimos juntos, sempre a intercalar. O terreno era a descer e depois ficou quase plano. Havia algum vento de frente, mas deu para ir sempre acima dos 30 km/h sem cansar as pernas.
Antes do primeiro Posto de Controlo (PC), km 37, havia uma subida um pouco mais inclinada. Aquela malta da NSCG, é tudo malta rija. Fazem lembrar o Ti Américo cadências muito baixas, até doí só de olhar. Eu meti um andamento leve e fiz a subida toda a ritmo, sempre com uma cadência alta. Ultrapassei-os sem dificuldade, mas um deles fez questão de chegar ao topo à minha frente ahahah Depois disto foi descer e rapidamente chegamos ao PC1. Estava lá um grupo parado e ficaram à nossa espera. Voltei a encher um dos bidons, comi uma metade de laranja e seguimos todos caminho.
Éramos seis: eu, dois ciclistas do Grupo Desportivo da Carris e três da NSCG. Os quilómetros que se seguiram eram em falso plano. A estrada passava entre várias ganadarias, haviam muitos touros dos dois lados e, de vez em quando, cavalos.
Durante o falso plano, o grupo acabou por se partir ao meio e acabei por ficar a pedalar com um ciclista da Carris e outro da NSCG. O falso plano acabou por passar a subida, mas eram inclinações baixas, portanto dava para ir com calma. Quando faltava cerca de um terço da subida, o ciclista da NSCG recebe um telefonema da organização. Houve uma queda no pelotão, uns quilómetros mais à frente na descida. Ninguém tinha ficado gravemente ferido, mas era para seguir com alguma precaução.
A subida passou a plano e depois então, a tal descida onde houve a queda. A estrada era totalmente a direito e o piso era bom. O mais provável é ter havido um toque de rodas no pelotão. Estavam alguns ciclistas junto à estrada, só havia um sentado no chão. A cara não aparentava dor, ele estava consciente e respondia com rapidez e lucidez ao que lhe perguntavam. Tirando isto, só lhe vi as costas… literalmente. A parte de trás da jersey desintegrou-se.
Os dois ciclistas com quem ia acabaram por ficar lá, eu segui caminho para não atrapalhar. Os quilómetros que se seguiram não têm muito para contar. Depois da descida, parei em Choutos no PC2. Abasteci os bidons, outra laranja e um copo de ice tea. Estava lá o ciclista da NSCG da perseguição, portanto segui com ele. Não estivemos muito tempo juntos, porque à saída do PC havia uma subida mais inclinada e não quis estar a forçar para o tentar acompanhar.
(continua)
O objectivo
Depois de dois Audaces cancelados por falta de participantes, a FPCUB decidiu alterar as regras dos Audaces (outra vez). O Alvo deixou de existir e passou a haver novamente partida conjunta.
Para este Audace não tinha companhia e, com a alteração para a partida conjunta, mudei o meu plano de “vou lá passear” para “vou ver o que consigo fazer”. O objectivo era tentar ir no grupo principal durante o máximo de tempo possível e, caso ficasse para trás, tentar arranjar alguém que pedalasse ao meu nível e com quem pudesse trabalhar durante o que faltasse dos quase 130 kms.
Não tinha nenhum número em mente em termos de tempo total ou de média, pelo simples motivo de que nunca fiz tantos quilómetros sem ser em ritmo de passeio. Este Audace foi precisamente para obter uma referência daquilo que consigo fazer, o que vai acabar por ser útil mais para o final do ano (já sabem que não há fotos ).
A “prova”
Cheguei à Golegã pouco depois das 8h da manhã. O local indicado para a partida tinha sido alterado, mas estava lá um senhor a dar indicações, portanto foi tranquilo. Dirigi-me ao Núcleo Desportivo do Sporting Clube de Portugal da Golegã (NSCG), organizadores deste Audace. Entreguei a minha caderneta, recebi a carta de rota e informaram-me que a partida seria dada em frente ao Núcleo às 8h30.
Fiquei à espera enquanto o pessoal ia chegando e às 8h30 lá partimos. Não éramos muitos, acho que haviam 35 inscritos. No entanto, pareceu-me que éramos uns quarenta e poucos. Haviam muitos ciclistas que pertenciam ao Núcleo, provavelmente não estavam inscritos por fazerem parte da organização, e que assumiram a liderança do pequeno pelotão. Começaram por imprimir um bom ritmo, nada de exagerado, eu é que ia demasiado calma e perdi logo a roda sem necessidade
Passado um minuto ou dois vem um ciclista do NSCG de trás e apanho a roda dele. Acho que éramos os últimos. Ele lá foi marcando o ritmo, mas íamos demasiado devagar para conseguir apanhar quem quer que fosse. Ia olhando para trás, para ver se eu estava lá.
Avistamos outro ciclista da NSCG mais à frente, que também tinha perdido o pelotão, mas àquele ritmo não íamos a lado nenhum. Fiquei com a sensação que ele achava que eu não conseguia andar mais, porque continuava a olhar para trás a ver se eu lá estava. Acabei por passar para a frente a aumentei a velocidade, ele conseguiu seguir-me sem dificuldade e fomos intercalando até apanharmos o colega dele que tinha ficado para trás. A partir daqui trabalhámos os três e conseguimos, finalmente, chegar ao pelotão.
O pelotão ia a bom ritmo, perto dos 35 km/h, e fiquei entre o meio e o final do grupo, sempre protegida. A primeira subida do dia começava por volta do quilómetro 20, mas é daquelas matreiras em que só se nota que se começou a subir quando as pernas começam a doer e temos de aliviar as mudanças. Alguns ciclistas começaram a ficar a para trás e, eventualmente, chegou a minha vez. O prato grande deixou de servir, portanto lá fui ao meu ritmo durante o resto da subida.
Quando a subida terminou vi-me novamente da companhia dos dois ciclistas da NSCG com quem tinha feito a perseguição. Seguimos juntos, sempre a intercalar. O terreno era a descer e depois ficou quase plano. Havia algum vento de frente, mas deu para ir sempre acima dos 30 km/h sem cansar as pernas.
Antes do primeiro Posto de Controlo (PC), km 37, havia uma subida um pouco mais inclinada. Aquela malta da NSCG, é tudo malta rija. Fazem lembrar o Ti Américo cadências muito baixas, até doí só de olhar. Eu meti um andamento leve e fiz a subida toda a ritmo, sempre com uma cadência alta. Ultrapassei-os sem dificuldade, mas um deles fez questão de chegar ao topo à minha frente ahahah Depois disto foi descer e rapidamente chegamos ao PC1. Estava lá um grupo parado e ficaram à nossa espera. Voltei a encher um dos bidons, comi uma metade de laranja e seguimos todos caminho.
Éramos seis: eu, dois ciclistas do Grupo Desportivo da Carris e três da NSCG. Os quilómetros que se seguiram eram em falso plano. A estrada passava entre várias ganadarias, haviam muitos touros dos dois lados e, de vez em quando, cavalos.
Durante o falso plano, o grupo acabou por se partir ao meio e acabei por ficar a pedalar com um ciclista da Carris e outro da NSCG. O falso plano acabou por passar a subida, mas eram inclinações baixas, portanto dava para ir com calma. Quando faltava cerca de um terço da subida, o ciclista da NSCG recebe um telefonema da organização. Houve uma queda no pelotão, uns quilómetros mais à frente na descida. Ninguém tinha ficado gravemente ferido, mas era para seguir com alguma precaução.
A subida passou a plano e depois então, a tal descida onde houve a queda. A estrada era totalmente a direito e o piso era bom. O mais provável é ter havido um toque de rodas no pelotão. Estavam alguns ciclistas junto à estrada, só havia um sentado no chão. A cara não aparentava dor, ele estava consciente e respondia com rapidez e lucidez ao que lhe perguntavam. Tirando isto, só lhe vi as costas… literalmente. A parte de trás da jersey desintegrou-se.
Os dois ciclistas com quem ia acabaram por ficar lá, eu segui caminho para não atrapalhar. Os quilómetros que se seguiram não têm muito para contar. Depois da descida, parei em Choutos no PC2. Abasteci os bidons, outra laranja e um copo de ice tea. Estava lá o ciclista da NSCG da perseguição, portanto segui com ele. Não estivemos muito tempo juntos, porque à saída do PC havia uma subida mais inclinada e não quis estar a forçar para o tentar acompanhar.
(continua)