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Deixando cair o pé

duchene

Well-Known Member
André,

Para Espiunca a estrada não é de todo má. Pode estar um pouco suja porque é muito pouco utilizada, mas o asfalto é bem melhor do que em algumas zonas da N15...

O desvio que terias de fazer era este > mapa

Não confundir com o corte mais acima para Donin, esse sim em estrada florestal.

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Para evitares sobressaltos com os furos, transporta sempre uma caixa com remendos e cola. Em caso de furo simples, a reparação é sempre a melhor solução. Demora mais 3 ou 4 minutos do que a simples troca mas ficas sempre com uma câmara de ar comprovadamente boa para o resto da jornada.

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Quanto às vertentes do Montemuro, além das que tens explorado e que já tive o prazer de as subir todas (à excepção da subida principal pela N321), tens:
Todas as vertentes do lado do Paiva Interior (Sobradinho, Faifa, Picão)
As vertentes do lado de Resende (São Cristóvão, Canizes e Fazamões)
A longa subida de Ferreiros de Tendais + Gralheira
A subida de Ervilhais do lado de Cinfães
E as subidas mais pequenas de Bigorne e Feirão, que partem já do planalto superior a 800m+

Para além, claro, de todas as rotas ao topo que é possível encadear e onde consegues acumular, pelo menos, até 1600m de desnível positivo.

O Montemuro é um cardápio longo e que, por isso, merece ser apreciado com todo o tempo do mundo!

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Obrigado por partilhares e boas aventuras!
 

paradawt

Moderador
Bom relato, boas fotos.

Eu partilho convosco um amor especial pelo Montemuro. Já foi muito feliz por lá, mas também já sofri imenso em cima da bicicleta. Heheheh!

Sair para aquele local com essa metereologia diga-se que é arriscar tudo. O Montemuro é tem uma personalidade forte no que toca a condições adversas :) No meu caso sofri imenso com o calor.

Continua a deixar os teus bons relatos e força nos cranks.

Abraço.
 

Zeni7

Active Member
Agradeço o feedback, dá outra motivação para escrever.

André. Obrigado por teres simplificado a minha tarefa, estou a ver que ainda há muito a descobrir por ali. Qualquer dia tiro uma semana para conhecer aquilo tudo.
Penso que era esse o desvio que iria fazer, olhei para a indicação e dizia Espiúnca, pelo menos no início o piso parecia mau, ou então era eu que estava a cismar, de qualquer forma já não tinha tempo para desvios.
Tenho vergonha de assumir mas não sei remendar um furo, sempre que tentei não consegui, vou tentar fazer em casa, com calma, sem a pressão de ter de seguir viagem, para ver se aprendo a fazer.
Parada, o que eu passei para ali com calor, nem é bom lembrar, subi a Noninha às 2h da tarde de um dia de Verão, estava a ver que nem a pé lá chegava. Por outro lado também já lá levei com neve, um autêntico sonho, espantoso enquanto subia, para descer....nem é bom lembrar, que frio, que medo. O pior é que mesmo depois destas tareias tenho sempre vontade de lá regressar, devo ser do género "quanto mais me bates mais gosto de ti".
 

Zeni7

Active Member
Pedalada a solo rumo a Espiunca, no concelho de Arouca. Dureza q.b. - vento terrível em todo o percurso, mas principalmente na ida por Capela, até descer custava. Dificuldade na orientação em Castelo de Paiva (muito bom pois não conhecia as estradas de hoje), mas o pior foram os sítios que tinha imaginado que seriam em descida terem revelado pendentes acima de 10% mas positivos, mesmo a descida para Espiunca era tão íngreme e difícil que não deu para descansar.
Recompensa só o incomparável rio Paiva, além das 11 laranjas que surripiei pelo caminho, e da melhor ciclovia que eu conheço...uma estrada linda onde não passam carros.
As paragens foram só para fotos e colher laranjas, nem a café tive direito, apesar de tudo o homem da marreta só bateu de leve.
Nota negativa para os imensos eucaliptais que são vão vendo por aí, não é a mesma coisa, é tudo mais seco, a água não corre, não se ouve o chilrear dos pássaros, até as pessoas parecem mais tristes.

[video=vimeo;119975647]https://vimeo.com/119975647[/video]
 

duchene

Well-Known Member
A sempre acolhedora Espiunca. :)

Um dia destes tens de explorar no sentido inverso, nomeadamente a estrada que te aparece à direita quando atravessas a ponte. É muito divertida de fazer a partir da N225 e um pouco menos divertida de se subir... :D

Pelo vídeo penso que tenhas descido para Espiunca por Serabigões que também é um rebuçado bem jeitoso quando feita a subir! Ali, tanto num lado como no outro há muito bons rebuçados para escalar e todos pertinho uns dos outros o que dá logo para coleccionar um valente acumulado sem viajar muito.

E claro, daí até às vertentes Sul do Montemuro é um saltinho, o que só apimenta ainda mais as coisas e as possibilidades de diversão...

Obrigado por alegrares o dia cinzentão!
 

Zeni7

Active Member
Noite mal dormida, tirou-me o sono a ideia tardia de aproveitar o dia seguinte, de folga, para uma volta daquelas.
Manhã, tempo para os poucos preparativos, uma olhadela no mapa, alguma pressa, mas mesmo assim algum atraso na hora da partida. Destino era Espiunca. Por já lá ter estado perto por diversas vezes, por curiosidade, pela sonoridade do nome, sei lá porquê, apeteceu-me ir lá...imaginava que valeria a pena.

Como chegar? Acreditando que saber mais ou menos entre que terras ficava juntamente com as miradas ao mapa seriam suficientes para encontrar um bom caminho.

Caminho conhecido no início: Maia, Valongo, Recarei, Capela. Nesta última, a subida, que normalmente ultrapasso com algum conforto, transformou-se num enorme desafio, o vento parecia ter contra mim algo de pessoal, emperrando a minha progressão e gelando-me todo o organismo. Insisto, teimo e lá ultrapasso o topo rumo a Entre os Rios.

Chegando ao Douro veio a vontade de virar para trás, já me imaginava a chegar tranquilo à marina do Freixo, não cedi e continuei. Atravesso e entro em território menos conhecido.

Rumo a Castelo de Paiva, por um íngreme caminho de aldeia, sem certezas de estar a ir para onde queria. Correu bem, aproximo-me da cidade, alguma indefinição, mas após uma ou outra volta lá me encaminho para onde quero ir.

Breves quilómetros em estrada conhecida, mal posso corto à esquerda, apanhando uns custosos 14% de declive, pensava que em breve estaria a começar a descer.

Estava enganado, as pendentes positivas continuariam a desafiar-me ainda durante vários quilómetros, estradas marcadas por densos eucaliptais, duros e secos, imagino como seriam belas aquelas paragens com outro tipo de vegetação.

Indicação para Serabigões, perco a altitude de uma só vez, abruptamente, com mau piso e com exigência técnica e física muito grande, nesta descida não houve recuperação.

Serabigões tectos de xisto e panorama sobre o Paiva: perfeito.

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Espiunca a curiosidade valera a pena, bela aldeia e a proximidade sempre marcante ao espetacular Rio Paiva. Fotos e algum recobro para iniciar o regresso.

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A imaginação tinha-me indicado um percurso mais fácil para sair dali. Estava novamente enganado, mais subida até à N224. Dificuldade, algum cansaço, até a bicicleta parecia queixar-se, os pedais chiavam, a roda roçava nos calços, a pedaleira estalava....não quis ouvir. Chegado lá acima, curto de forças, quase sou obrigado a parar, encosto numa laranjeira e peço para colher a fruta que estava no chão.

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- "Como as que quiser e de onde quiser" diz-me quem ali estava, continua depois a assobiar a Laurindinha. Aproveito e de uma só vez como sete laranjas, recuperando as energias. Agradeço e parto acompanhado, nas primeiras curvas, pelo assobio daquele senhor.

Descida até Travanca, bonita e fácil. Embalar, pedalar fácil, sorrindo e aproveitando o dia de sol.

Junto à ponte uma última ousadia, cortando à direita para mais uns quilómetros desconhecidos. Mais umas subidas, umas laranjas, até a intuição encontrar um pequeno caminho em empedrado para me trazer até à ponte sobre o Paiva, junto a Escamarão, na N222.

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A partir daí terreno mais batido, agora, sem a motivação da descoberta, tratava-se de um teste à persistência, tentando chegar a bom ritmo e sem quebras, rumo ao Porto, pela marginal.

Barreira final, sempre difícil nestas circunstâncias, na subida para a Areosa e nos derradeiros quilómetros até à Maia.

Foram 148 km plenos de descoberta e superação, pela parte que me toca acho que não poderia correr melhor.
 

Zeni7

Active Member
Obrigado Medroso.

André a proximidade desta zona ao Montemuro já me tinha chamado a atenção, já imaginei uns belos percursos a cruzar de lá para aqui ou vice versa. Mais cedo ou mais tarde vai ser uma caso de "quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga".
 

pantani

Member
Grande volta André, estou a ver que sabado vieste dar uma volta com os "velhinhos" só para aquecer os musculos para essa ultra maluqueira a solo :cool:
 

Paulo V.

New Member
Boa volta por um local que eu bem conheço, Espiunca.
Paisagens como sempre magnificas quando se parte em direcção a Castelo de Paiva e Arouca, um paraíso :)
 

Zeni7

Active Member
Pantani é sempre um prazer pedalar convosco, quando fui ainda nem sabia que me ia meter nisto, se calhar foi a conversa contigo que semeou a vontade.

Realmente a região é excelente Paulo V. , parece que é só meter por um caminho qualquer que há sempre de ir dar a um local espectacular.
 

Zeni7

Active Member
Verão em bicicleta.
Calor e dia de folga…porque não sair à descoberta?

Amanheço indeciso…sinto só uma espécie de inquietação. A manhã instala-se, vou vestindo o equipamento e preparo-me para sair.
Desta vez não saí de casa, nada de quilómetros banais. Meto a bicla no carro, guio à deriva, o carro conduz-me até Entre-Os-Rios, passo o Douro, resolvo sair antes de Castelo de Paiva. Estaciono, vou ao café, leio o jornal. Só então calço os sapatos de encaixe, preparando-me para a volta. Passava já das onze da manhã.
Levei a Btwin: pedaleiro triplo, geometria confortável, selim tipo sofá, óptima para passear.

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Juntei ingredientes a meu gosto: ao rio Paiva e serra de Montemuro, juntei a descoberta de locais desconhecidos, o resto foi surgindo pelo caminho.
Finalmente pedalo, encontro pela primeira vez o Paiva, corto por um pequeno caminho junto ao Rio e vou-me mantendo o mais perto possível deste.

Ao chegar a Travanca começam as subidas, não iriam parar mais, tão íngremes quanto belas. Agora queria seguir em direcção a Fornelos, depois procuraria Sarabagos, ambos os locais eram desconhecidos, mas sabia que se os encontrasse deveria arranjar maneira de ir para onde queria, Noninha. Trechos duros compensados pela paisagem e muito sossego.

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Chego a Vilar de Arca, procuro a direcção de Nespereira, sei que podia ter lá chegado de maneira mais fácil, não era dia para isso. Antes de Nespereira viro à esquerda, sabia que havia caminho para Noninha por ali. Vejo um café, não sabendo se teria abastecimento mais à frente, paro e almoço.

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Acabo a refeição e arranco, aparecem pendentes brutais, o calor é muito, arrependo-me da cervejinha do almoço, sinto-me sonolento. Persisto.

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Ao entrar na aldeia de Noninha, deparo-me com a subida que era o meu Adamastor, aquela que anteriormente me tinha obrigado a subir a pé. As condições eram iguais às desse triste dia: pico de calor num dia bem quente. Paro, bebo na fonte, observo a montanha e a estrada, tomo um gel, cumprimento as pessoas que conversavam à sombra, respiro fundo e parto para a luta. Desta vez foi diferente, sofri mas nem chegou a custar, fico até surpreendido quando chego ao topo.

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Lá em cima absorvo a paisagem, os estradões, as eólicas, a bonita e simples capela. Converso com alguém que se admira por um forasteiro conseguir dar com o caminho para aquelas paragens. Desço em seguida, pelo paralelo, até à N321, estrada principal de Montemuro, pelo caminho vou pensando no rumo a seguir.

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Escolho subir de novo, desta vez por Aveloso, ritmo um pouco mais vivo, aldeias, umas perto outras perceptíveis ao longe, no final a recompensa da intensa descida até Cabril.

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Em Cabril estava pronto para lanchar, repito a ementa do almoço: sandes mista e cerveja. Pergunto se para baixo há saída, embora haja não me convence. Resolvo regressar por Alvarenga, descer para o Paiva e para a refrescante Espiunca.

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Depois de cruzar de novo o rio Paiva, junto ao passadiço de Espiunca, havia ainda um adversário temível: Serabigões. O combate foi duro, intermináveis minutos sempre acima de 18%, apesar de tudo o prato pequeno, com 30 dentes, facilitou a tarefa.

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Ultrapassadas as rampas de Serabigões foi só meter ritmo cruzeiro até Castelo de Paiva. Mesmo a chegar uma distracção obrigou a que fizesse mais uns quilómetros, pois passei pelo carro sem o ver, deve ter sido da vontade de continuar.

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Belo passeio, sereno e de olhos bem abertos, fazia falta uma volta assim.​
 

noca

New Member
B R U T A L
estava a precisar duma volta assim este fim de semana mas vou ter que adiar mais uns dias
 

Morg

Well-Known Member
Grande passeata.
A inveja que eu tenho desse verde nos campos.......
Obrigado pela partilha.
 

Medroso#78

Active Member
Boas,

sim senhor, boa, belíssima voltinha.

No sábado passado pedalei por aí próximo (entre Tâmega e Douro). É realmente uma zona merecedora de uma visita. ;)

Abraços
 

Zeni7

Active Member
Morg não há que ter inveja, pelas tuas bandas não faltam locais espantosos para dar ao pedal. O Alentejo (zona de Ponte Sor) foi onde redescobri o prazer de andar de bicicleta, sinto saudade da tranquilidade e dos horizontes abertos.
Medroso obrigado, quem sabe se nos encontramos por essas estradas um dia destes.
 

afonsobtt

Well-Known Member
Boas
Um regresso em grande.
parabéns pelas excelentes fotos e por nos mostrares como é bonito o nosso Pais.
Continuação de longas e belas foto-pedaladas..
 

Morg

Well-Known Member
Conheço um pouco do Norte Alentejano e a paisagem é bem diferente do sul. Há uns dias fiz Castelo Branco-Marvão, e mais parecia que estava na Beira Baixa do que no Alentejo. No sábado passado na zona raiana do Baixo Alentejo deu 36º média no garmin, numa volta com saída às 7H e chegada às 12H.
 

moshinho

Well-Known Member
Bela voltinha ao quintal e bonitas fotos.
Que inveja pá.
Essa de passares pelo carro, fartei-me já aqui de rir. Foi uma passagem pela casa partida sem receberes os 2 contos :p
 

Zeni7

Active Member
Obrigado Afonso e Moshino.
Morg, realmente o Norte alentejano acaba por ter características diferentes do Baixo, essas condições de 36º numa volta não devem ser nada fáceis de enfrentar.
Moshino, também me ri um bocado quando vi que tinha passado pelo carro, acho que tinha mesmo vontade de fazer mais uns quilómetros.
 
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