Em Portugal há vários exemplos de gente que treinava assim... o Manuel Zeferino era um deles.
Um amador tem poucas responsabilidades, isto é, não tem que justificar investimentos, pode perfeitamente treinar dessa forma. Vai gerindo a gosto, faz o que lhe apetece, se evoluir 2% em vez de evoluir 4% ao ano fica o mesmo.
Contudo, se estivermos a falar de profissionais a coisa muda de figura. Eu não acredito que a treinar sempre "à morte" proporcione uma evolução maior do que o treino estruturado. E não acredito porque à luz da ciência conhecida aos dias de hoje isso é difícil de conseguir.
Eu acredito que todas as zonas devem ser treinadas e cada uma tem a sua calendarização. Se um atleta treina sempre "à morte" não acredito que consiga estimular todas as zonas, aliás, possivelmente nem consegue estimular as zonas "da morte" o tempo que devia.
Isto por exemplo é um treino com esforços curtos de alta intensidade. Apesar de não ter sido perfeito pode-se considerar um bom exemplo de treino uma vez que que treinou-se a zona que se queria treinar, o tempo que se queria e a flutuar no limite das reservas de oxigénio. Se as primeiras séries tivessem sido mais longas ou mais intensas seria difícil completar as restantes, ficando essa zona com volume insuficiente.
Aqui temos outro exemplo do treino "à morte" onde o atleta depois de um esforço demasiado alto não voltou a encontrar as pernas... Apesar de ter treinado duro essa zona na zona marcada ficou sem disponibilidade para a treinar no tempo que restou até ao fim do exercício. Mesmo que quisesse não teria essa disponibilidade.
Concordo que para os amadores estas coisas valem 0, concordo que treinar por sensações é mais do que suficiente, concordo com isso tudo. Mas não consigo acreditar que treinar assim seja mais produtivo do que um bom treino estruturado, isso não.