• Olá Guest , participa na discussão sobre o futuro desta comunidade neste tópico.

Mais um ciclista morto em acidente

Bianchi

Active Member
Esse é o cerne da questão as nossas leis são assunto sempre demasiado complicado especialmente o cumprimento e fiscalização.

Olha aqui, clarinho como a água este exemplo, utilização do telemovel durante a condução
https://www.gov.uk/using-mobile-phones-when-driving-the-law

200£ e menos 6 pontos e sujeito a ficar sem a carta
Se tiver carta há menos de 2 anos fica logo sem ela.

Claro que aqui as penas e fiscalização são muito brandas, e os números da sinistralidade rodoviária comprovam-no.

Não acho nada que as penas em Portugal sejam brandas... especialmente no que interessa: PIB per capita/valor monetário das penas.

Quanto a isso ser clarinho como a água... parece-me ainda menos claro do que o código da estrada português.

Por exemplo, assim de repente (menos de um minuto a pensar), já tenho as minhas dúvidas;):

Se for a usar um ipad, enviar mensagens ou a fazer uma video-chamada e a conduzir ao mesmo tempo já posso? Não é um "phone", nem um "sat nav" é um "tablet".

E se for a usar um iphone mas nas funções de comunicação extra-telefone (e-mail, mensagens, whatsup, etc) já posso? Não é um "phone" no sentido da palavra.

E se for a usar um qualquer telemóvel (é um "phone") exclusivamente para ver as horas? Por exemplo, eu não uso relógio de pulso. É diferente de ir pegar um cigarro?

Como vês... a lei nunca é clarinha (nem o poderia ser sob pena de ser impraticável).
 

cconst

Well-Known Member
Claro que aqui as penas e fiscalização são muito brandas, e os números da sinistralidade rodoviária comprovam-no.
Pois... há casos e casos.

Há uns 8 anos, fui correctamente autuado quando arranquei enquanto manuseava o telemovel no para-arranca da segunda circular. Andei 2 metros e parei. O Agente de mota, tocou-me no vidro, mandou-me encostar e autuou-me. Nada a dizer. Devia haver mais destas.
 

Bianchi

Active Member
"The law still applies to you if you’re:

  • stopped at traffic lights
  • queuing in traffic
  • supervising a learner driver"
E nem tinha reparado nesta parte...:p

Então e se estiver parado no meio da via (simplesmente paro a viatura). Posso ser multado por estar a usar o telefone? Não estou num semáformo nem no trânsito (queuing)... simplesmente estacionei o carro no meio da via (não é "safely parked")...

Podia estar o dia todo nisto :cool:
 

cconst

Well-Known Member
Code:
Artigo 84.º
[…]
1 — É proibida ao condutor, durante a marcha do veículo, a utilização ou o manuseamento de forma continuada de qualquer tipo de equipamento ou aparelho suscetível de prejudicar a condução, designadamente auscultadores sonoros e aparelhos radiotelefónicos

Isto é o que está no C.E.. Não diz que é apenas para telemóveis.
 

Bianchi

Active Member
Pois... há casos e casos.

Há uns 8 anos, fui correctamente autuado quando arranquei enquanto manuseava o telemovel no para-arranca da segunda circular. Andei 2 metros e parei. O Agente de mota, tocou-me no vidro, mandou-me encostar e autuou-me. Nada a dizer. Devia haver mais destas.

Mesmo que estivesses parado no trânsito (não andasses os tais dois metros), segundo a lei portuguesa, estarias no exercício da condução, logo poderias ser multado.

Apesar de usar o telemóvel a conduzir (embora normalmente só na AE ou quando estou parado no trânsito) acho que a fiscalização do uso do telemóvel também devia ser mais eficaz. Embora também devessem ser obrigados a outro tipo de prova.

A condenação pelo uso de telemóvel apenas com a fé pública que resulta da autuação por agente de autoridade é manifestamente uma porta aberta ao abuso policial...
 

JBG

Well-Known Member
"The law still applies to you if you’re:

  • stopped at traffic lights
  • queuing in traffic
  • supervising a learner driver"
E nem tinha reparado nesta parte...:p

Então e se estiver parado no meio da via (simplesmente paro a viatura). Posso ser multado por estar a usar o telefone? Não estou num semáformo nem no trânsito (queuing)... simplesmente estacionei o carro no meio da via (não é "safely parked")...

Podia estar o dia todo nisto :cool:

Nós portugueses somos brilhantes nisto, inventar 1001 maneiras de não cumprir com as regras.

Abraço!
 

Bianchi

Active Member
Code:
Artigo 84.º
[…]
1 — É proibida ao condutor, durante a marcha do veículo, a utilização ou o manuseamento de forma continuada de qualquer tipo de equipamento ou aparelho suscetível de prejudicar a condução, designadamente auscultadores sonoros e aparelhos radiotelefónicos

Isto é o que está no C.E.. Não diz que é apenas para telemóveis.

Exacto, a lei portuguesa é bem mais clara (aparentemente) que a lei britânica nesse aspecto.

Quanto à marcha do veículo apesar de estares em pára-arranca, continuas a estar em marcha (mesmo não estando a andar 1 cm...)
 

joseruivo

Well-Known Member
Esse é o cerne da questão as nossas leis são assunto sempre demasiado complicado especialmente o cumprimento e fiscalização.

Olha aqui, clarinho como a água este exemplo, utilização do telemovel durante a condução
https://www.gov.uk/using-mobile-phones-when-driving-the-law

200£ e menos 6 pontos e sujeito a ficar sem a carta
Se tiver carta há menos de 2 anos fica logo sem ela.

Claro que aqui as penas e fiscalização são muito brandas, e os números da sinistralidade rodoviária comprovam-no.
Não poderia estar mais de acordo!
 

fernandes_85

Well-Known Member
Circulava, como normalmente em manifesto excesso de velocidade, na faixa da direita - QUE É ONDE SE DEVE CIRCULAR - (sem trânsito, eram cerca das 02h00). À minha frente ia um Renault Clio já na faixa de abrandamento para a saída para o IP8 quando, já perto do separador de saída, apercebe-se que não queria sair. Atirou-se completamente para a minha frente, sem qualquer olhar de espelhos ou sinalização da manobra. Não fosse a viatura que tenho e os mais de 40.000 km anuais era acidente certo. Consegui desviar-me e felizmente não houve qualquer acidente. Ora, se tivesse ocorrido um acidente, a causa seria naturalmente apontada ao manifesto excesso de velocidade. Mas será que, caso o outro condutor tivesse verificado os espelhos e/ou sinalizado a manobra haveria algum acidente ou estivesse com atenção ao que ia a fazer e apercebesse-se que aquilo era uma faixa de abrandamento/saída e não mais uma faixa da AE?

Fico com a sensação que não viste o video, ou pelo menos não o entendeste.
Para mim o que dizes não faz sentido nenhum, lamento. Pelo que escreves vejo que praticas na tua óptica condução defensiva, considerando todos os fatores que achas importantes fruto da tua experiência, MAS com excepção de um fator: a velocidade. Ora se sabes que com mais velocidade ficas com menos espaço/tempo para corrigir erros (teus ou de terceiros), como podes defender isso?
Não me entendas mal, eu também ando às vezes em excesso de velocidade, não sou um santo. Mas sei que estou a errar e não defendo essa pratica generalizada.

Acho que há um conceito que convém explorar e no qual se baseiam (ou deviam basear) os limites de velocidade: O ERRO.

As estradas não são pistas ou circuitos fechados como o Estoril ou Portimão. Nela circulam não só profissionais (que ás vezes são piores que os condutores ditos amadores). Mais importante e quase sempre esquecidos, na via pública circulam outros "coisas" que não carros como: peões, ciclistas, etc, etc. Há peões que são malucos, outros crianças, outros idosos que não ouvem bem, têm problemas de equilíbrio, etc etc e erram. Bastante. O erro faz parte.

Eu acho que quem conduz não tem de fazer o "favor" a um peão de não o atropelar quando este comete um erro. Eu acho que tem a obrigação de estar atento e antecipar e prever comportamentos errados dos outros, pelo facto de estar dentro de um objeto de 2ton com um potencial de destruição imensamente superior a um velhote apeado ou a uma trotinete.
Como tal a velocidade a que eu circulo não é um problema exclusivo meu, mas de todos com quem partilho a via pública.

Fica para tua reflexão.
 

JBG

Well-Known Member
O nosso código da estrada diz o seguinte:

Artigo 24.º Princípios gerais

1 - O condutor deve regular a velocidade de modo a que, atendendo à presença de outros utilizadores, em particular os vulneráveis, às características e estado da via e do veículo, à carga transportada, às condições meteorológicas ou ambientais, à intensidade do trânsito e a quaisquer outras circunstâncias relevantes, possa, em condições de segurança, executar as manobras cuja necessidade seja de prever e, especialmente, fazer parar o veículo no espaço livre e visível à sua frente.
2 - Salvo em caso de perigo iminente, o condutor não deve diminuir subitamente a velocidade do veículo sem previamente se certificar de que daí não resulta perigo para os outros utentes da via, nomeadamente para os condutores dos veículos que o sigam.

Artigo 25.º Velocidade moderada

1 - Sem prejuízo dos limites máximos de velocidade fixados, o condutor deve moderar especialmente a velocidade:
a) À aproximação de passagens assinaladas na faixa de rodagem para a travessia de peões e ou velocípedes;
b) À aproximação de escolas, hospitais, creches e estabelecimentos similares, quando devidamente sinalizados;
c) Nas localidades ou vias marginadas por edificações;
d) Nas zonas de coexistência;
e) À aproximação de utilizadores vulneráveis;
f) À aproximação de aglomerações de pessoas ou animais;
g) Nas descidas de inclinação acentuada;
h) Nas curvas, cruzamentos, entroncamentos, rotundas, lombas e outros locais de visibilidade reduzida;
i) Nas pontes, túneis e passagens de nível;
j) Nos troços de via em mau estado de conservação, molhados, enlameados ou que ofereçam precárias condições de aderência;
l) Nos locais assinalados com sinais de perigo;
m) Sempre que exista grande intensidade de trânsito.
 

Bianchi

Active Member
Fico com a sensação que não viste o video, ou pelo menos não o entendeste.
Para mim o que dizes não faz sentido nenhum, lamento.

Claro que percebi. Aliás, é um excelente exemplo dos danos provocados pela velocidade.

Pelo que escreves vejo que praticas na tua óptica condução defensiva, considerando todos os fatores que achas importantes fruto da tua experiência, MAS com excepção de um fator: a velocidade. Ora se sabes que com mais velocidade ficas com menos espaço/tempo para corrigir erros (teus ou de terceiros), como podes defender isso?
Não me entendas mal, eu também ando às vezes em excesso de velocidade, não sou um santo. Mas sei que estou a errar e não defendo essa pratica generalizada.

O que é o excesso de velocidade? 122 km/h numa AE totalmente deserta? Ou 122 km/h numa estrada com muita chuva, mal construída, com vento, curvas manhosas (sim, estou a falar da A8:D).

E 122 km/h é excesso de velocidade num Fiat Punto com 20 anos ou num carro de gama média/alta actual? É que o esquema de mais velocidade menor capacidade de evitar acidentes cai por terra.

Em 1970, a duplicar a velocidade significava pelo menos 4x mais distância de travagem. Qual é o automóvel actual que ainda tem travões de tambor e pneus de borracha dura (daquela que até rachava)?

Já viste a suspensão de um carro (um bom carro) de 1970? Tinham um belo contacto com a estrada...;)

Ah, e 121 km/h já estás em excesso de velocidade, conduzas um Clio de 20 anos ou um carro de gama média actual com mil e um sistemas de activos e defensivos (ESP de nova geração), melhores chassis (monoblocos), melhores pneumáticos, melhores suspensões, melhores travões, etc, etc, etc.

Portanto, eu ando sempre em excesso de velocidade, mesmo não tendo um carro de 1970 (por acaso até tenho um de 1971).

As estradas não são pistas ou circuitos fechados como o Estoril ou Portimão. Nela circulam não só profissionais (que ás vezes são piores que os condutores ditos amadores). Mais importante e quase sempre esquecidos, na via pública circulam outros "coisas" que não carros como: peões, ciclistas, etc, etc. Há peões que são malucos, outros crianças, outros idosos que não ouvem bem, têm problemas de equilíbrio, etc etc e erram. Bastante. O erro faz parte.

Claro que as estradas não são pistas. Para isso existem os tracks day (felizmente o Estoril voltou a ter alguns dias reservados para isso).

Mas posso dizer-te que circulo muitas vezes na Av. da República e na 2.º circular a velocidades proibitivas para a AE. Agora, isso às 3 ou 4 da manha. E mesmo a essa hora, em determinadas zonas de 50, posso não passar os 30... porque a qualquer momento pode aparecer um bêbado ou uma pessoa que simplesmente veio passear o cão. O que importa é estarmos atentos às circunstâncias e adaptar a condução a essas circunstâncias (por ex, que vejo muito, tipo de veículos estacionados antes de passadeiras, veículos em segunda fila, etc.)

Eu acho que quem conduz não tem de fazer o "favor" a um peão de não o atropelar quando este comete um erro. Eu acho que tem a obrigação de estar atento e antecipar e prever comportamentos errados dos outros, pelo facto de estar dentro de um objeto de 2ton com um potencial de destruição imensamente superior a um velhote apeado ou a uma trotinete.
Como tal a velocidade a que eu circulo não é um problema exclusivo meu, mas de todos com quem partilho a via pública.

Fica para tua reflexão.

Obrigado mas há mais de 20 anos que é tema de reflexão. E como tudo devemos respeitar aqueles que connosco partilham a via pública, evitando colocar-nos, mas principalmente aos outros, em perigo, sejamos condutores, motociclistas, peões ou ciclistas.
Mas aos condutores (os mais fortes da estrada) devem ter particular cuidado: olhem os espelhos PREVIAMENTE a iniciarem uma manobra, sinalizem as manobras (aquela coisinhas chamada pisca...), circulem pela via mais à direita, adoptem a via correcta nas rotundas, não estacionem em segunda fila e nunca antes de passadeiras, conheçam o tipo de automóvel que conduzem (regimes de potência) evitando entrarem tarde a más horas num entroncamento ou numa ultrapassagem, preocupem-se em verificar o estado dos pneus (profundidade, piso, danos na lateral) - sim, dá traballho mas não é só quando á vai ao stand fazer a revisão - larguem o telemóvel ou o rádio, posicionem bem o banco (para controlo total de volante e menor fadiga), acondicionem bem a carga quer no interior do veículo quer no porta-bagagens, saibam ler a estrada (inclinações, curvaturas, qualidade do asfalto), as condições meteo (é diferente conduzir numa AE em Agosto às 10h ou às 15h) e as condições de piso (dia com vento = estrada suja, primeiras chuvas do ano), etc, etc, etc....

A velocidade é a condenada de todos os males... mas normalmente não é a culpada. Pensa nisso.

ui, estava aqui o resto da noite mas já vamos num muitíssimo longo off-topic. Abra-se tópico no off-tópico porque este tópico é para assuntos mais graves: ciclistas mortos em acidentes, muitos deles por automóveis conduzidos com muita velocidade ou simplesmente com desatenção e ignorância.
 

pratoni

Well-Known Member
Um dos problemas do execsso de velocidade e diria o excesso de confiança dos condutores em relação aos carros mais recentes é que os testes de segurança e os dispositivos que advém desses testes não são pensados para essas velocidades excessivas mas sim para as velocidades praticadas em meios urbanos, salvo erro, 64 km/h.
 

cou7inho

Well-Known Member
salvo erro, 64 km/h.
São feitos para essa velocidade sim senhora. Pelo que já li é mais porque teoricamente e em média no momento exato do embate essa é a velocidade mais comum. Isto quando se considera que o condutor percebe o perigo, reage, e há uma imediata diminuição da velocidade, ainda que não sendo suficiente para parar o veiculo em segurança.
 

Bianchi

Active Member
Agora no tema:

No outro fds fui andar para a zona do carregado (aquelas estradas perto da central), que costumam estar sem tráfego. Mas naquele Sábado era um trânsito de camiões impressionante. Não sei o porquê. E vários tipos de camiões. Mas fica aqui uma nota positiva: todos afastaram-se de mim, ultrapassagens bem feitas e distantes, tendo alguns de abrandar para não fazerem razia (para fazerem uma ultrapassagem segura).

Mais um exemplo que os motoristas da Carris podiam aprender com os camionistas.
 

fernandes_85

Well-Known Member
@Bianchi realmente parece-me que dedicas um algum tempo ao tema e muito provavelmente, se todos os que andam na estrada pensassem 1/3 do que tu pensas haveria muito menos acidentes.

Basicamente eu digo que os limites de velocidade e o seu respeito fazem sentido porque existem inúmeros fatores que influenciam. Tu concordas que existem esses mesmos fatores mas achas que a velocidade depende do bom senso de cada condutor a cada minuto e os limites não fazem sentido. E é esta pequena diferença que, em minha opinião, tem uma grande relevância nos resultados trágicos a que assistimos.
Deixar a velocidade a que se circula no bom senso de cada condutor, a história mostra-nos que não faz sentido.

Aliás, as leis só existem porque o bom senso infelizmente não chega para dar resposta a todas as situações da vivência em sociedade e disso temos diariamente inúmeros exemplos também.
 
Top