Introdução e a questão fisiológica:
Quando falamos de doping, temos que perceber as bases fisiológicas do mesmo, caso contrário estamos a discutir sem base de suporte.
Num desporto de explosividade e força como os 100m o tipo de doping mais eficaz, será diferente do doping num desporto de fundo ou endurance como o ciclismo, os 10k ou uma maratona.
Há drogas que serão usadas nas duas situações, mas os objectivos a atingir são diferentes.
Esteróides anabolizantes são a peça chave nos primeiros.
Nos de endurance, drogas (ou métodos) que aumentem o número de eritrócitos são as mais importantes. No ciclismo por exemplo esteróides anabolizantes são usados muito mais com o objetivo de acelerar a recuperação e prevenir lesões, do que para aumentar loucamente a força e massa muscular (em pista já não será assim).
O limite de hematócrito no ciclismo está colocado nos 50%, o que equivale grosso modo à uma concentração de hemoglobina de 165 g/l
A federação de Ski (FIS), que também tinha em mãos suspeitas claras de uso de doping, estabeleceu o limite em 185 g/l , logo permitiu valores mais altos que no ciclismo. Mais tarde reduziu esse valor para 175 g/l (valores para homens)
Há que deixar bem claro então, que quando tenta-se aumentar as capacidades dum ciclista, o mais eficaz é de longe aumentar o seu hematócrito.
O hematócrito, nada mais é que a indicação da percentagem de eritrócitos (glóbulos vermelhos) em relação ao volume sanguíneo.
Quanto mais glóbulos vermelhos, mais hemoglobina, logo maior capacidade de transporte de O2.
Cada molécula de hemoglobina pode transportar 4 moléculas de O2. A hemoglobina corresponde a cerca de 96% do peso seco dum eritrócito e a 35% do peso hidratado do mesmo.
Um aumento do número de eritrócitos terá como efeito uma maior capacidade de transportar O2.
Sabendo que o VO2 máx nada mais é que a capacidade máxima de utilização de O2 por parte de um indivíduo, expressa em ml/(kg.min) , é facilmente compreensível o impacto deste tipo de doping. Um atleta que passe dum hematócrito de 42% para 57% verá o seu VO2 máx subir (significativamente).
Há que entender que por este motivo, drogas famosas como a cortisona, o Clembuterol, Nandrolona, Aicar, GW1516, THG (a do caso BALCO), Hemopure, entre muitas outras, têm efeito.
Mas não é comparável ao uso directo de EPO ou às transfusões. Ou qualquer outra droga ou método que possa estimular a formação de eritrócitos e que ainda não seja conhecido.
Esse conceito deve ficar bem assente, senão o resto não faz sentido.
As transfusões embora eficazes, eram pouco práticas e acarretavam bastantes riscos, comparativamente à EPO.
A técnica de colheita, o armazenamento, o tipo de anticoagulantes, o tempo de armazenamneto eram fundamentais para a eficácia do método. Se os eritrócitos não sobrevivem numa taxa satisfatória, a transfusão tem pouco interesse.
Há também a questão de trocas entre “sacos” que seriam destinados a diferentes atletas, e as possíveis reacções que tal causa.
No caso do sangue não ser do próprio, apenas dum dador compatível, há sempre a hipótese de pequenas reacções, o que para um atleta em prova ou fase de treino é sempre inconveniente.
Mas antes da EPO era uma forma de aumentar quer o volume sanguíneo, que o número de eritrócitos, ambos com efeito marcado na performance.
Mesmo com o advento da EPO, pensa-se que continuaram a ser usadas transfusões, em Gts por exemplo. A EPO estimula a formação de eritrócitos, mas tal não é imediato. Com o decorrer de provas tão longas e duras o hematócrito desce. Um transfusão sobe de imediato o número de eritrócitos.
Fala-se em transfusões de 1 à 2 unidades, sendo cada unidade equivalente à aproximadamente 450 ml.
Assim sendo com o aparecimento da EPOr, os fisiologistas ganharam um veículo para facilmente contornarem os problemas e dificuldades associados às transfusões. E para consegurem levar os níveis de hematócrito para novos patamares.
Quando falamos de doping, temos que perceber as bases fisiológicas do mesmo, caso contrário estamos a discutir sem base de suporte.
Num desporto de explosividade e força como os 100m o tipo de doping mais eficaz, será diferente do doping num desporto de fundo ou endurance como o ciclismo, os 10k ou uma maratona.
Há drogas que serão usadas nas duas situações, mas os objectivos a atingir são diferentes.
Esteróides anabolizantes são a peça chave nos primeiros.
Nos de endurance, drogas (ou métodos) que aumentem o número de eritrócitos são as mais importantes. No ciclismo por exemplo esteróides anabolizantes são usados muito mais com o objetivo de acelerar a recuperação e prevenir lesões, do que para aumentar loucamente a força e massa muscular (em pista já não será assim).
O limite de hematócrito no ciclismo está colocado nos 50%, o que equivale grosso modo à uma concentração de hemoglobina de 165 g/l
A federação de Ski (FIS), que também tinha em mãos suspeitas claras de uso de doping, estabeleceu o limite em 185 g/l , logo permitiu valores mais altos que no ciclismo. Mais tarde reduziu esse valor para 175 g/l (valores para homens)
Há que deixar bem claro então, que quando tenta-se aumentar as capacidades dum ciclista, o mais eficaz é de longe aumentar o seu hematócrito.
O hematócrito, nada mais é que a indicação da percentagem de eritrócitos (glóbulos vermelhos) em relação ao volume sanguíneo.
Quanto mais glóbulos vermelhos, mais hemoglobina, logo maior capacidade de transporte de O2.
Cada molécula de hemoglobina pode transportar 4 moléculas de O2. A hemoglobina corresponde a cerca de 96% do peso seco dum eritrócito e a 35% do peso hidratado do mesmo.
Um aumento do número de eritrócitos terá como efeito uma maior capacidade de transportar O2.
Sabendo que o VO2 máx nada mais é que a capacidade máxima de utilização de O2 por parte de um indivíduo, expressa em ml/(kg.min) , é facilmente compreensível o impacto deste tipo de doping. Um atleta que passe dum hematócrito de 42% para 57% verá o seu VO2 máx subir (significativamente).
Há que entender que por este motivo, drogas famosas como a cortisona, o Clembuterol, Nandrolona, Aicar, GW1516, THG (a do caso BALCO), Hemopure, entre muitas outras, têm efeito.
Mas não é comparável ao uso directo de EPO ou às transfusões. Ou qualquer outra droga ou método que possa estimular a formação de eritrócitos e que ainda não seja conhecido.
Esse conceito deve ficar bem assente, senão o resto não faz sentido.
As transfusões embora eficazes, eram pouco práticas e acarretavam bastantes riscos, comparativamente à EPO.
A técnica de colheita, o armazenamento, o tipo de anticoagulantes, o tempo de armazenamneto eram fundamentais para a eficácia do método. Se os eritrócitos não sobrevivem numa taxa satisfatória, a transfusão tem pouco interesse.
Há também a questão de trocas entre “sacos” que seriam destinados a diferentes atletas, e as possíveis reacções que tal causa.
No caso do sangue não ser do próprio, apenas dum dador compatível, há sempre a hipótese de pequenas reacções, o que para um atleta em prova ou fase de treino é sempre inconveniente.
Mas antes da EPO era uma forma de aumentar quer o volume sanguíneo, que o número de eritrócitos, ambos com efeito marcado na performance.
Mesmo com o advento da EPO, pensa-se que continuaram a ser usadas transfusões, em Gts por exemplo. A EPO estimula a formação de eritrócitos, mas tal não é imediato. Com o decorrer de provas tão longas e duras o hematócrito desce. Um transfusão sobe de imediato o número de eritrócitos.
Fala-se em transfusões de 1 à 2 unidades, sendo cada unidade equivalente à aproximadamente 450 ml.
Assim sendo com o aparecimento da EPOr, os fisiologistas ganharam um veículo para facilmente contornarem os problemas e dificuldades associados às transfusões. E para consegurem levar os níveis de hematócrito para novos patamares.